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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

No NRE de Francisco Beltrão, 54% dos profissionais aderiram à paralisação

 

Durante toda a manhã de ontem, professores se mobilizaram
na sede da APP Sindicato em Francisco Beltrão.

 

Segundo os documentadores que enviaram informações ao Núcleo Regional de Educação (NRE) de Francisco Beltrão, a média de adesão à paralisação dos profissionais de educação ontem foi de 54%. Em alguns municípios teve escolas que tiveram adesão de 100%; em outras, todos os profissionais trabalharam normalmente. Também houve paralisações parciais. 
O motivo de os alunos das escolas da rede pública estadual ficarem sem aulas foi esclarecido pela professora Cleo Parabocz, da diretoria regional da APP-Sindicato, na manhã de ontem, durante a mobilização da classe. Segundo ela, a quarta-feira, dia 26, seria a data das eleições diretas para novos diretores nas instituições. No entanto, o governo estadual decidiu prorrogar os mandatos de quem já está na direção e modificar a lei. “Nós elegemos agora um governador de forma democrática e nós não questionamos, não mudamos as regras aos 45 minutos do segundo tempo. Eu quero falar sobre a democracia que ele usou para ser eleito; os diretores também têm o direito a essa democracia”, argumentou Cleo.

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Violência na Assembleia
Outra indignação dos profissionais da educação foi posta às claras no dia da paralisação. Dia 4 de novembro, um grupo de educadores foi agredido por defender a eleição para as direções das escolas estaduais. Cleo comentou que companheiros foram arrancados da Assembleia Legislativa por seguranças, “numa cena violenta, desagradável, truculenta”. 
Lembrou ainda que o presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), disse na ocasião que a situação foi normal e que aconteceu uma retirada tranquila. “E ele ressaltou ainda que se precisasse faria novamente. Esse momento foi muito triste para a educação”. Cleo salientou que a paralisação é para que haja mais respeito pelos profissionais e, principalmente, para mostrar aos alunos, pais e toda a sociedade que educação não se constrói com violência. “Uma criança que vê aquela cena, de um professor ser arrancado de uma casa do povo, ela tende a achar que pode fazer qualquer coisa numa sala de aula com seu professor. Não queremos violência, o diálogo é a base da educação.”

Apoio dos pais e alunos
Nas escolas que aderiram 100% ou parcialmente à paralisação, a APP-Sindicato garante que não haverá perda de conteúdos aos estudantes. Tudo será reposto em forma de trabalhos pelos professores. Segundo Cleo, os alunos ainda tiveram acesso a uma carta feita pelo sindicato explicando os motivos da paralisação. “Temos um bom entendimento da grande maioria dos pais e tentamos fazer com que os alunos compreendam a questão da paralisação. Ontem [terça-feira, dia 25], em sala, fizemos uma carta aos alunos e mandamos para cada família para que fiquem por dentro do processo”, comentou. 
O objetivo dos educadores é mostrar aos pais que as reivindicações não são apenas para melhores salários e condições de trabalho. “Nós queremos uma escola melhor para os filhos deles.”
O ato oficial da paralisação aconteceu em Curitiba, em frente ao Palácio Iguaçu, e teve participação de professores da região Sudoeste. De Beltrão seguiu um ônibus à capital do Estado. Conforme Cleo, a mobilização na cidade foi positiva e quase 90% das escolas aderiram. “Tivemos escolas grandes, com 100% de paralisação”, afirmou.

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