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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

”O fazer político dos jovens secundaristas” é tema de pesquisa

A professora Franciele Maria David defendeu a dissertação de mestrado em Educação.

Professores Franciele Soares, Suely Aparecida Martins, Franciele Maria David e Luís Antonio Groppo, na defesa de mestrado em Educação.

Foto: Arquivo pessoal

Franciele Maria David, professora do Colégio Estadual Vicente de Carli e do Colégio Estadual Mario de Andrade, defendeu a dissertação de mestrado em Educação pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), neste mês. A mestre foi orientada pela professora doutora Suely Aparecida Martins, e como participantes da banca a professora doutora Franciele Soares, da Unioeste, e o professor doutor Luís Antônio Groppo, da Universidade Federal de Alfenas – Minas Gerais. O título do trabalho foi “Movimento das Ocupações Escolares: o fazer político dos jovens secundaristas no município de Francisco Beltrão”. A pesquisa buscou analisar o movimento estudantil nas ocupações paranaenses em 2016.

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Em 2016, no Paraná, em resposta à Medida Provisória 746, que propôs a reforma do ensino médio, e PEC 55, que congela os investimentos em saúde e educação por 20 anos, logo os estudantes do ensino médio, denominados secundaristas, ocuparam as escolas. Foram cerca de 850 estabelecimentos de ensino ocupados neste Estado. Este processo de ocupações atingiu demais Estados e também universidades. Dos 26 Estados brasileiros, 22 tiveram escolas ocupadas e o Distrito Federal, chegando a 1.022 escolas e 164 universidades ocupadas. Em Francisco Beltrão, das 16 escolas estaduais, 11 foram ocupadas pelos secundaristas e ainda na Unioeste e na UTFPR houve protestos contínuos contra as reformas do então governo federal.

A pesquisa trouxe importantes dados e reflexões sobre o movimento das ocupações escolares. Durante os 15 dias de ocupações neste município, os secundaristas constituíram comissões para organizar as ocupações, como limpeza, alimentação, segurança, formação e comunicação, em que todos participavam e se revezavam nas tarefas. Houve a tentativa de diálogo e debates constantes, buscando resoluções coletivas para as situações, que se apresentavam no dia a dia do movimento. Isto possibilitou aos secundaristas que ensaiassem a autoorganização e que vivenciassem formas de democracia ampliada, distanciando-se das formas hierarquizadas tradicionais.

A pesquisa destacou o fazer-se dos jovens secundaristas, num processo formativo, que se constituiu como importante na formação política dos jovens participantes. Além disso, os secundaristas demonstraram a compreensão da educação como um direito e ainda a importância da escola para os jovens, bem como fortalecimento do sentimento de pertencimento destes em relação a ela. As ocupações escolares tornaram-se um marco para a reorganização do movimento estudantil da cidade.

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