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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Pais reutilizam materiais escolares do ano passado e setor tem queda nas vendas

Retorno às aulas na rede estadual e municipal será dia 18; Prefeitura de Francisco Beltrão deve divulgar protocolos na próxima semana.

Na papelaria Centerbel, loja vazia no fim da tarde de ontem. O fluxo segue baixo, mas há expectativa de procura.

Com o retorno às aulas da rede estadual e municipal previsto para o dia 18 de fevereiro, setor de venda de materiais escolares espera que o movimento nas lojas se intensifique nos próximos dias. Até o momento, proprietários de lojas ouvidos pelo JdeB vêem um movimento abaixo que o normal para a época, enquanto nas casas, pais reutilizam materiais comprados para o ano passado e que permanecem em bom estado.

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A agente administrativa Márcia Bonifácio Stooc é mãe do Matheus Bonifácio Vargas, de 2 anos e meio, que estuda no Cmei Carmen Vargas Vanin, em Beltrão. No início do ano passado, ela comprou os materiais em dobro e os recebeu de volta após o cancelamento das aulas presenciais. “Tinha comprado em dobro, para deixar parte em casa para usar nas atividades domiciliares. Aí, foi devolvido quase tudo e não passaram lista nova, disseram que somente quando retornassem as atividades seria pedido conforme fosse necessário”, conta.

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De acordo com a diretora pedagógica da Secretaria de Educação, Elis Regina Calegari, foi orientado que as escolas devolvessem os materiais que estavam parados e que seriam de uso pessoal do estudante.

Entre os materiais devolvidos estavam papel sulfite, balão, palitos de picolé, tinta guache, caderno de desenho, cola, giz de cera e outros. Estes materiais compõem o que lojistas que trabalham no setor chamam de “produtos da safra”, devido à grande procura no período que antecede a volta às aulas. Mas a pandemia e as incertezas que envolvem o retorno às atividades tem feito os pais demorarem a comprar materiais e segurarem as vendas.

Vendas
João Manoel Rios, proprietário da Livraria e Papelaria Fonte Nova, disse que o movimento esperado para dezembro começou, ainda tímido, só após a virada do ano. “Os pais estão começando a se movimentar a partir de agora. Ainda há muita dúvida sobre o início das aulas, o que tem dado uma segurada no movimento. Mas o que temos agora não é nem comparado a anos anteriores”, aponta.

Na sua loja, os estoques foram ainda preenchidos no primeiro semestre do ano passado, não sofrendo grande interferência da inflação alta. Além disso, alguns produtos, como mochilas, não foram renovados, sobretudo porque as crianças não saíram de casa, mantendo o material em bom estado para este ano. O maior impacto entre os produtos, segundo ele, foi nos importados, que chegaram a faltar por alguns períodos.

O mesmo foi visto por Paulo Rodrigo de Souza, proprietário da Centerbel, que ainda identificou um impacto maior nos materiais, devido à celulose. Na sua papelaria, a queda nas vendas também tem sido significativa. “Existe a procura, mas não como um ano normal. Como é um ano atípico, da pandemia e aulas on-line, muitos pais estão procurando, mas comprando listas parciais, pois muito material não foi usado no decorrer do ano e agora estão fazendo reposições somente. E nem todos os pais, porque tem escolas que nem listas forneceram. Então estamos em um momento indeciso, mas na medida do possível vamos nos preparando com opções e ofertas.”

Na Livraria Dalba, a gerente Aline disse que a livraria ainda não calculou o impacto que a baixa procura teve na “safra” deste ano, mas espera que nos próximos dias, quando o retorno às aulas estiver mais perto, isso melhore. “Estamos preparados e aguardando o movimento, mas pedimos para que os pais não deixem para comprar em cima da hora, pois isso pode gerar aglomerações.”

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Protocolo do retorno às aulas em Beltrão será divulgado na próxima semana
O retorno das aulas, tanto na rede estadual, quanto municipal, será no dia 18 de fevereiro. Em Francisco Beltrão, segundo a diretora pedagógica da Secretaria de Educação, Elis Regina Calegari, um protocolo deve ser divulgado na próxima semana, informando como será o retorno para os cerca de 10 mil alunos da rede.

“Temos uma organização interna que já está pronta, mas estamos esperando mais uma semana para ver como vai a evolução da questão da pandemia, porque precisamos analisar o cenário pra definir se realizemos o que está proposto”, disse Elis. Segundo ela, a princípio o protocolo prevê o retorno de forma híbrida, mas é preciso analisar os casos. Ela não descarta que as aulas permaneçam remotas, caso haja evolução da pandemia. “Não é nossa intenção retornar de forma remota, mas dependemos da análise dos casos.”

Já na rede estadual, o protocolo foi divulgado ainda em 15 de dezembro. De acordo com ele, as aulas terão formato híbrido, com parte dos alunos assistindo às aulas de forma presencial nas escolas e parte acompanhando, simultaneamente, de forma remota. A intenção, segundo o que o governo divulgou na época, é que haja um revezamento semanal entre os estudantes dentro do próprio sistema.

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