Educação
Renato Feder, 42 anos, secretário de Educação do Paraná, poderá ser o novo ministro da Educação. Foi anunciado sexta-feira, pela manhã. Mas à tarde surgiram notícias de que o presidente Jair Bolsonaro estava sofrendo pressão para não confirmar o paranaense.
Sudoestinos ouvidos pelo Jornal de Beltrão, no entanto, aprovariam o nome dele para a pasta.
“Expectativa positiva, sim. Tem o perfil técnico que Bolsonaro procura para escolher seus ministros”, comentou o professor de Dois Vizinhos Flávio Galeazzi.
“É um profissional admirável e competente; um líder nato; ele desenvolveu importantes ações frente à pasta da Educação do estado. Espero e torço para que estes programas exemplares implantados no estado sejam extensionados para esfera federal e possam contemplar um maior número de famílias de estudantes. Ter um represente do estado, principalmente em uma das principais pastas, é de grande orgulho para nós paranaenses”, destacou a odontóloga de Chopinzinho Allyne Marini.
Para o acadêmico de Direito Bruno Savarro, de Francisco Beltrão, Feder seria “a primeira boa escolha de Bolsonaro para a Educação. Após períodos turbulentos com Ricardo Vélez Rodríguez, Abraham Weintraub e Carlos Alberto Decotelli, que durou só cinco dias no cargo, mesmo sem ser nomeado, finalmente poderemos ter alguém técnico, que, aparentemente, não mente no currículo para elevar seu nível técnico; que é apaixonado pela educação e, acima de tudo, tem projetos para melhorar a educação brasileira, assim como estava fazendo com a educação no Paraná”.
Renato Feder é mestre em Economia pela USP e tem perfil empreendedor e liberal de mercado. Ele reúne bagagem no setor privado como executivo de empresa de tecnologia e, na educação, tem experiência com Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Advogado de Pato Branco Fábio Forselini: “A escolha do Renato Feder para ministro da Educação será muito acertada. O presidente Bolsonaro sinalizou um acerto de paz com o governador João Doria [de São Paulo, PSDB], já que Feder é amigo e foi um financiador da campanha; sinalizou inteligência em chamar um secretário da Educação que está fazendo um bom trabalho no Estado do Paraná e, por fim, sinalizou que a educação vai ser tratada sob uma visão mais séria, mais profissional, já que o Renato Feder advém do meio empresarial. Muito Positiva a escolha. Vamos aguardar!”.
Ex-secretário municipal de Eneas Marques, Edson Lupatini (Educação) vê, se a confirmação acontecer, Renato Feder como “um ministro com um olhar diferenciado para a educação básica, especialmente para as séries iniciais; uma pessoa democrática, com humanidade suficiente para conduzir a educação junto a todos os entes federados do Brasil”.
Feder quase nomeado antes que Decotelli
Renato Feder chegou a se reunir com o presidente Bolsonaro no Palácio do Planalto no último dia 23 de junho — quando já estava entre os principais cotados para a pasta. Ele foi recebido com apoio do governador Ratinho Júnior (PSD), ministros militares e das Comunicações, Fábio Faria, além de empresários como Meyer Nigri, fundador da Tecnisa e apoiador de Bolsonaro desde a campanha.
Na ocasião, ele conversou com o presidente sobre a aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), e falou a respeito de estratégias para o retorno às aulas em um contexto pós-pandemia.
Mas o anunciado, dias depois, foi Carlos Alberto Decotelli, que acabou não efetivado por problemas na sua biografia acadêmica.
“O nome de Renato Feder desagrada a ala mais extremista do governo. Ele não é polêmico, trabalha, é diplomático com a imprensa e tem qualificação para atuar como ministro. Digamos que não é a cara do governo Bolsonaro e, sejamos sinceros, isso é muito bom. Resta torcer para que Jair Bolsonaro deixe-o trabalhar, não faça o que fez com Sergio Moro [Justiça e Segurança] e Luiz Henrique Mandetta [Saúde]”, provocou Bruno Savarro.
Carregando o Elefante
Em 2007, Renato Feder publicou o livro “Carregando o Elefante – Como transformar o Brasil no país mais rico do mundo”, no qual defendeu a privatização do ensino e até mesmo o fim do MEC. A obra, escrita com o empresário Alexandre Ostrowiecki, defendia que o governo pagasse voucher para que pais matriculassem filhos em escolas particulares.
Agora ele diz ter mudado de opinião.: “É um livro muito antigo, escrito há quase 15 anos, não é o que penso hoje. As pessoas mudam de opinião, melhoram. Eu era um jovem de 20 e poucos ano quando escrevi aquele livro. Muito do que penso hoje não tem a ver com o livro”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo. “Eu não entendia nada de educação e hoje conheço melhor. Toda a parte da minha escrita sobre educação eu não concordo. A questão do voucher eu não concordo e não deu certo em nenhum lugar do mundo”, disse