O artigo aborda as dificuldades que as mães de crianças recém-nascidas têm ao lidar com o bebê.

Professores e alunos da linha de pesquisa “Obstetrícia e Neonatologia” da Universidade Paranaense (Unipar), de Francisco Beltrão, publicaram mais um artigo em revista científica da área nacional de enfermagem. O artigo científico, escrito por professores e estudantes do curso de Enfermagem, foi publicado nesta semana numa das maiores revistas científicas do Brasil, a Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste – Rev Rene.
O artigo, intitulado “Dificuldades maternas no cuidado domiciliar a recém-nascidos”, aborda as dificuldades que as mães de crianças recém-nascidas têm ao lidar com o bebê.
Para escrever o artigo, os profissionais fizeram visitas in loco a 247 mulheres que recém haviam tido filho. Na visita, os pesquisadores aplicaram questionários e concluíram que, tanto as mulheres que deram à luz pela primeira vez, quanto as que já tinha tido filhos anteriormente, apresentaram dificuldades relacionadas ao cuidado dos bebês, como banho, amamentação, arroto ou cuidados com o cordão umbilical.
Segundo a enfermeira e coordenadora do curso de Enfermagem da Unipar Francisco Beltrão, Lediana Dalla Costa, um dado importante levantado pela pesquisa é de que as dificuldades estão, na maioria das vezes, associadas à insegurança, à preocupação ou ao desamparo. “A mulher, ao dar à luz, muda completamente sua rotina. As atividades que antes eram rápidas e simples de se fazer, passam a demandar maior esforço, organização e adaptação, pois ela precisa incluir o filho nesta rotina. Isso faz com que muitas mães se sintam desamparadas. O apoio da rede familiar é fundamental neste momento”, relata.
A acadêmica Kelly Dalorsoletta ressalta ainda que durante a graduação teve a oportunidade de participar por dois anos do projeto de iniciação científica nesta área e isso foi essencial para a escolha do tema e realização do trabalho. “Agora depois de muito trabalho ver nosso artigo ser publicado é gratificante, espero que os dados possam auxiliar na assistência às mulheres neste período e instigar novas pesquisas.”
A pesquisa também levou à conclusão que as primigestas (primeira gravidez) apresentaram maiores dificuldades quanto aos cuidados com o banho e ao arroto de recém-nascidos. As multigestas (mais de uma gravidez) manifestaram hesitações na pega correta, identificação da saciedade da amamentação e retirada de leite em excesso. Os cuidados quanto à escolha da roupa e com o coto umbilical foram obstáculos relatados pelas participantes, independe da paridade. A comparação entre as dificuldades vivenciadas por puérperas primigestas e multigestas demonstrou que ambas possuíam dúvidas semelhantes no cuidado domiciliar a recém-nascidos, estando principalmente associadas à insegurança, à preocupação e ao desamparo.
Além da coordenadora do curso, o artigo ainda contou com a participação de outros quatro professores do curso de Enfermagem, Marcela Gonçalves Trevisan, Géssica Tuani Teixeira, Jolana Cristina Cavalheiri e Alessandro Rodrigues Perondi, além das acadêmicas, Kelly Dalorsoletta e Ketlin Margarida Warmling.