Ontem foi o primeiro dia em que os professores da rede municipal de ensino de Francisco Beltrão aderiram à diminuição de duas horas na carga horária de trabalho. A decisão continua para os dias 11, 14, 16 e 22 de abril. O objetivo é pressionar uma negociação positiva com a administração municipal de readequar o Plano de Cargos e Salários da categoria, antes do dia 23 de abril, quando está previsto o início da paralisação das atividades escolares por tempo indeterminado.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública Municipal de Francisco Beltrão, professor Amauri Rocha do Nascimento, foram reunidos os diretores, que informaram que todos os professores optaram por reduzir a carga horário de trabalho. “Eles vão dar continuidade nos próximos dias. Inclusive, nas escolas. Muitos pais demonstraram apoio à luta dos professores e estão acompanhando de perto”, disse o presidente.
Na tarde de ontem, às 17h, o prefeito marcou uma reunião com os professores para discutir a situação. E no dia 22 haverá assembleia para tratar da paralisação do dia 23. “Se não houver avanços na negociação até o dia 22, nós vamos entrar em greve. A nossa proposta foi aprovada em assembleia e não vamos abrir mão, porque nós a estudamos por dois anos e, como entregamos para o prefeito ainda no ano passado, ele já poderia ter avaliado sim”, frisou Amauri.
Prefeitura pede mais tempo
O secretário municipal de Educação, Viro de Graauw, afirma ter recebido a informação oficial do Sindicato, que a categoria parou ontem, e compreende que esta é uma decisão deles, mas acredita que os professores estão sendo precipitados, pois as negociações estão em curso. “O Plano de Carreira é amplo e pautamos oito principais reivindicações. Dessas, quatro nós já atendemos, uma é contra a lei e em três pontos o prefeito propôs avaliar este ano junto com o sindicato”, comenta.
Viro ainda conta que, no dia 7 de abril, o prefeito Antonio Cantelmo Neto (PMDB) explanou para os diretores e ontem voltaria a encontrar os professores para esclarecer o que já foi feito. “Vamos pedir para que eles esperem um pouco mais, porque entendemos que o município não pode se arriscar financeiramente e que em 15 meses de gestão não é possível ter feito tudo. Mas nós estamos abertos à negociação”, ressalta Viro.
