Educação
Alep – Mesmo com as aulas de graduação suspensas, as atividades nas sete universidades estaduais públicas do Paraná não pararam durante a pandemia causada pelo novo coronavírus. As instituições mantiveram, por exemplo, as atividades de pós-graduação, extensão e pesquisa, além de organizar ações de atendimento à população. Para os representantes das universidades, as ações foram importantes para o combate da pandemia.
O assunto foi debatido durante a reunião remota da Frente Parlamentar do Coronavírus da Assembleia, que reuniu o coordenador do grupo de trabalho, deputado Michele Caputo Neto (PSDB), deputados, reitores universitários e representantes da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
O reitor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Sérgio Carvalho, explicou que a pandemia causou a reestruturação de todos os projetos da instituição. “Quando veio a crise, a comunidade universitária se mobilizou para realizar o combate ao novo coronavírus, com dezenas de ações para contribuir com a sociedade. Não suspendemos o calendário de pós-graduação, realizando mais de 500 bancas no período. Também mantivemos o funcionamento de mais de 200 laboratórios de pesquisa”, informou. “As universidades públicas estão entre as instituições com a melhor resposta à pandemia”, completou.
Recursos
Neste cenário, os reitores destacaram o papel fundamental da Assembleia Legislativa no auxílio às universidades estaduais. O legislativo paranaense realizou, no final do mês de julho, um repasse ao Governo do Estado de R$ 1,5 milhão. O valor foi destinado às universidades através da SETI para a compra de equipamentos, telefones celulares e tablets. Os recursos estão sendo utilizados para auxiliar alunos que não possuem os aparelhos e estão com dificuldades para acompanhar as aulas remotas em razão da falta de equipamento e conexão de internet.
Outros debates
A reunião da Frente Parlamentar do Coronavírus abordou outros dois temas. Michel Cadenas, especialista em medicina de emergência e gestão em saúde e médico coordenador e intervencionista do Samu, falou da importância da capacitação contínua dos profissionais de saúde para o enfrentamento de crises agudas, como é a questão do novo coronavírus.
Para Cadenas, a crise gerada pelo vírus mostra as fragilidades do sistema de saúde. “Temos uma crise de proporção trágica, que mostra a necessidade de mais recursos e expõe a vulnerabilidade do sistema. Para mudar isso, necessitamos da capacitação de profissionais”, disse. Para o especialista, a pandemia evidenciou a necessidade intensa de treinamento continuado de profissionais em situações de múltiplas vítimas, como acontece atualmente. “Esta é uma discussão relevante neste momento. Mostra como é necessário o poder público investir na educação para complementar a formação de profissionais”, frisou.
O médico Guilherme Gonçalves lembrou que o Paraná conta com cerca de 400 profissionais que atuam no programa Mais Médicos e aguardam a revalidação dos diplomas. “Outros estados já estão fazendo a revalidação. Isso poderia representar a migração dos profissionais do Paraná para outros estados”, comentou.