Educação
O grupo britânico Pearson teve de colocar no ar em apenas duas semanas aulas on-line para os alunos de seu curso de idiomas na Wizard. Mas o que era algo provisório por conta da pandemia está virando um negócio que está envolvendo as suas mais de 1,3 mil franquias
Wizard by Pearson em 1,3 mil franqueados em 800 cidades brasileiras
Em meados de março, quando as escolas de todo o País tiveram que fechar por conta da pandemia da Covid-19, o grupo educacional britânico Pearson teve de correr para migrar para o ensino on-line os mais de 400 mil alunos que estudavam idiomas na Wizard.
Em duas semanas, esse contingente gigantesco de alunos já podia assistir suas aulas com os mesmos professores que ensinavam nas mais de 1,3 mil franquias espalhadas por 800 cidades de todos os estados brasileiros.
O que surgiu como um paliativo para resolver uma situação emergencial agora está se transformando em um negócio. Nesta semana, a Wizard anuncia o Wizard On, o seu curso de idiomas on-line, entrando com força num segmento dominado por escolas exclusivamente virtuais, como English Live e Open English.
“O curso não é uma live com professores através do Zoom”, afirma Piero Franceschi, vice-presidente de marketing e inovação para a América Latina da Pearson. “Ela é uma escola virtual que une o melhor dos dois mundos: o físico e o on-line.”
O Wizard On é um curso que pode ser feito todo on-line. Mas o aluno terá horário para assistir às aulas, que serão sempre com o mesmo professor e em companhia dos mesmos colegas de classe.
“A questão de estudar a qualquer momento dá uma sensação de flexibilidade, mas baixa o compromisso”, diz Franceschi, sobre a questão de a Wizard optar por ter um horário fixo. “É a mesma coisa de ter uma academia no prédio e contratar um personal trainer.”
Todo estudante será também ligado a uma escola física. Em geral, a unidade mais próxima da cidade ou da residência onde mora.
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Pioneiro
O Brasil é o primeiro lugar do mundo em que o grupo Pearson vai testar esse método de ensino nos cursos de idiomas – o grupo está presente em 70 países. Nos Estados Unidos, onde atua em educação básica, a companhia britânica adotou esse modelo que mescla aulas físicas com atividades presenciais.
No caso do curso de idiomas on-line brasileiro, os alunos poderão participar do “Conversation Club”, encontros mensais na escola em que estão matriculados para praticar o idioma de forma presencial.
A metodologia de ensino, de acordo com Franceschi, inclui ainda o Wiz.me, um assistente virtual que ajuda o aluno com testes e exercícios para desenvolver fala, audição, leitura e escrita.
Os professores, que dão as aulas na sede da escola e não de suas casas, usam também diversas tecnologias, como quadro branco interativo, upload de arquivos, salas para falar de forma privada com os estudantes e quizzes interativos. “Integramos diversas soluções tecnológicas na plataforma”, diz Franceschi.
As turmas têm limite máximo de 12 alunos e o preço começa a partir de R$ 249. O executivo da Pearson diz que não dá para comparar o custo dos cursos, pois cada franqueado define o preço no presencial. No caso do Wizard On, o valor é padronizado para todo o Brasil.
Uma pesquisa do British Council, organização que promove a cooperação entre o Reino Unido e o Brasil nas áreas de língua inglesa, artes, sociedade e educação, mostra que apenas 10,3% dos jovens, de 18 a 24 anos, dizem saber inglês. O percentual é menor se consideradas as pessoas mais velhas, com mais de 16 anos: 5,1%.Apenas 5,1% dos brasileiros com mais de 16 anos sabem falar inglês, segundo pesquisa do British Council
