Já que cobram imparcialidade total de jornalistas, dei-me o direito de apenas contemplar, das arquibancadas, a semifinal entre Galo e Marreco.

Quiseram os sacanas deuses do futsal que uma das semifinais da Série Ouro do Paranaense em 2019 reunisse Galo e Marreco. Ah, mas qual é o problema disso? Para mim, é grande.
Vamos aos detalhes. Vivo a rotina do Marreco desde as finais da Série Prata, em 2008, o primeiro ano do clube. Em 2009, acompanhei pela Onda Sul FM alguns jogos da divisão de acesso e, a partir de 2010, estivemos juntos em praticamente todas as partidas (Paranaense, Liga Sul, Liga Nacional, Copa do Brasil, Copa Chopinzinho, Supercopa, entre outras). Isso cria, além do carinho pelo clube, uma identificação com os torcedores. Vi o Marreco crescer e isso é muito legal.
Paralelamente, em 2013, vim morar em Dois Vizinhos para trabalhar na sucursal do Jornal de Beltrão e passei a viver também a rotina do Galo. Aqui, acompanhei altos e baixos. A chegada na Ouro em 2015, a queda em 2016, o quase fim e o renascimento na Bronze em 2017 e o ápice em 2019, chegando à semifinal das duas principais competições do Estado (Série Ouro e Liga Futsal Paraná). Nesse tempo, fizemos as transmissões dos jogos em 2015 pela Vizi FM e, desde a segunda fase da Prata em 2018, também trabalho com as transmissões do Galo para as rádios Educadora AM e Vizi FM de Dois Vizinhos nas redes sociais.
Minha situação atual é a seguinte: até que não se decida o classificado, estou tranquilo. Depois disso, vai ser aquele misto de alegria pelo time que segue para a final e tristeza pelo que ficou no caminho. Coisas do mundo da bola.

Quem é favorito?
O Galo chega para as decisões vivendo o seu melhor momento da temporada. A equipe cresceu no momento certo. Os atletas compraram a ideia do técnico Fabinho Gomes e vêm conseguindo grandes resultados tendo como base as boas atuações de Melão, Neném Ribeiro, Edimar, Wendel e Luciano. Se, durante toda a temporada, a dificuldade eram os jogos fora, nas decisões, jogar longe da torcida virou um trunfo: nos últimos três jogos, foram três vitórias. Em casa, segue sendo muito difícil vencer o Galo, mesmo as últimas duas partidas terminando empatadas. A torcida abraçou o time e a festa no Teodorico Guimarães é sempre muito bonita. Nas redes sociais, nossas transmissões vêm batendo recorde de audiência e isso também mostra como a torcida abraçou o time.
Por outro lado, o Marreco é uma grande interrogação. O técnico Serginho Schiochet chegou na última segunda-feira, 4, e vai ter que reunir os cacos da eliminação diante do Corinthians, na semifinal da Copa do Brasil, para tentar seguir em pé na busca pelo título inédito. O novo treinador não deve alterar as bases que vinham jogando, apostando nos bons momentos de Pedro Rei, Sinoê e Pintinho. Canabarro e Di Fanti também serão importantes se o Marreco quiser classificar. Acredito que, em qualquer circunstância, pelo investimento, o Marreco seria favorito, entretanto, no momento, a decisão está em aberto por todos esses fatores.
Equilíbrio
Sabe o que também está em cima do muro? O retrospecto das equipes nos confrontos dentro do ano: Galo e Marreco se enfrentaram três vezes, sendo que cada equipe tem uma vitória (na sua casa) e um empate na Copa Rádio Chopinzinho (o Galo ganhou nos pênaltis).
Boas festas
Eu só quero ver duas grandes festas: em Dois Vizinhos amanhã, no Teodorico Guimarães, e dia 23 de novembro no Arrudão. Os ingressos antecipados para o primeiro jogo estão quase no fim e esperamos que as torcidas deem exemplo fora da quadra, para que tudo aconteça da melhor forma possível dentro dela. Ah, para quem está perguntando, nas duas partidas vou acompanhar da arquibancada, como torcedor — faz tempo que não faço isso.