
pela Rádio Onda Sul FM.
O casal de enxadristas beltronenses Gláucio Cella e Larissa Borghezan viajam hoje, para a Praia de Pipa, em Tibau do Sul (RN), para disputar o Circuito Internacional de Xadrez Praia de Pipa, que já tem 185 jogadores inscritos de 11 países, como Estados Unidos, México, Costa Rica e Argentina.
Os dois atletas participam da competição, que acontece de 18 a 25 de outubro, com objetivos distintos. Enquanto Larissa tenta entrar pra lista das 100 melhores enxadristas do Brasil, Gláucio busca uma vaga na Copa do Mundo de Xadrez, que acontece no ano que vem em Baku, no Azerbaijão, terra de Garry Kasparov, ex-campeão mundial de xadrez e até hoje uma das grandes referências na modalidade.
“Trata-se de uma competição que está na rota mundial de xadrez, com um nível muito alto. Ninguém vem de outro país para apenas disputar o circuito, todos querem ganhar”, comenta Gláucio, que precisa estar entre os quatro melhores na competição para se classificar para o mundial. “Se eu não conseguir a classificação, quero pelo menos sair de lá com um título de mestre ou grande mestre na modalidade”, acrescenta.
Gláucio está tendo um ano muito positivo dentro da modalidade. Em março, ele venceu o campeão mundial de xadrez, Magnus Carlsen, em Caxias do Sul (RS), durante uma partida simultânea com 37 enxadristas. Depois, ficou em segundo lugar no Campeonato Paranaense Sub-26, uma competição que tinha mais de quatro mil atletas em disputa.
Ele ainda ficou em terceiro lugar em um torneio internacional em Foz do Iguaçu e derrotou o campeão sul-americano sub-18 em um circuito em Maringá. Desde o começo do ano, Gláucio já subiu mais de cinco mil posições no ranking internacional. Larissa também está vivendo um momento especial. Ela ficou em terceiro lugar no Campeonato Paranaense Sub-26 e disputou os Jogos Abertos do Paraná em Toledo por Ponta Grossa.
Jogos Abertos
Em entrevista à Rádio Onda Sul FM, ontem, Gláucio Cella se mostrou um pouco insatisfeito com a Secretaria de Esportes de Francisco Beltrão. Primeiro porque o município se recusou a pagar os 200 dólares de inscrição do Circuito Praia de Pipa e, depois, por não ter sido convidado pela cidade para disputar os Jogos Abertos.
“Eu recebi propostas de seis cidades para jogar a competição. Normalmente a gente recebe em torno R$ 2,5 mil para disputar os Jogos Abertos. Mas eu preferi representar Pato Branco por amizade, sem cobrar nada, até porque eles já jogaram para nós em anos anteriores. Gostaria muito de jogar por Francisco Beltrão, não cobraria nada para isso, mas não recebi nenhum convite”, comenta Gláucio, que ganhou uma medalha de prata por Pato Branco.
“No último dia de inscrição, vieram me pedir se eu gostaria de jogar por Beltrão, mas eu já tinha acertado tudo com Pato Branco. Mesmo assim, inscrevemos o Rodrigo Merlo, que é professor da Escola de Xadrez Lance Mágico, e ele ganhou uma medalha de bronze para a equipe beltronense”, enaltece. Para o renomado enxadrista, Francisco Beltrão precisa se preocupar mais para o ano que vem, pois o município vai sediar a divisão A dos Jogos Abertos do Paraná. “Uma equipe de xadrez pode brigar por 16 medalhas de ouro, é muita pontuação para o município. Nós temos condição de brigar pra ficar entre os três melhores sem gastar nada, só valorizando os atletas da casa. Mas é preciso trabalhar com antecedência”, recomenda Gláucio.