Na ginástica artística, há fila de espera para participar dos treinamentos. Skatistas avaliam que os jogos mudaram a forma como a sociedade olha a modalidade
O sucesso da ginástica artística e do skate brasileiros nos Jogos Olímpicos reflete em Francisco Beltrão. Após uma medalha de ouro e outra de prata conquistadas por Rebeca Andrade e as três pratas do skate, alcançadas por Kelvin Hoefler, Pedro Barros e Rayssa Leal, as escolinhas de iniciação esportiva do município estão mais requisitadas. “Muita procura. Nessa última semana, colocamos 20 meninas na lista de espera. Estamos esperando a contratação de uma nova professora para chamá-las”, relata a professora Andriely Casimiro, que comanda a ginástica artística para cerca de 150 meninas. Ela também dá treinamentos particulares e em breve começará a dar aulas em Marmeleiro. “Essa demanda surgiu com as Olimpíadas”, conta.
[relacionadas]
Fã-clube da Rebeca
Daniele Prates Pereira é mãe de Olivia, de 7 anos. A garotinha se encantou com Rebeca Andrade e agora quer ser uma ginasta tal qual a medalhista. “Ela preferia ballet, mas mostrei os vídeos das Olimpíadas e então se animou. Agora estamos no aguardo por uma vaga na escolinha”, comenta. Para quem já pratica, o desempenho em Tóquio serve de motivação. Betina tem seis anos e começou na ginástica há dois. “Acordo todos os dias de madrugada para acompanhar os jogos. Agora o meu sonho é ser uma Rebeca, que chegou quietinha, é humilde, batalhadora, mas foi lá e venceu”, diz.
Ela é filha de Janaina Vandresen Lucini, que está orgulhosa do empenho da garota. “Na época mais forte da pandemia, ficamos por mais de um ano fazendo aula on-line. E ela gostava. Agora, na retomada, mesmo nos dias mais frios, lá estava a minha filha, de collant, fazendo aula. Quando a Betina assiste às Olimpíadas, ela se esconde, a mão sua. Os jogos despertam muita coisa nas crianças”.
Skate
O projeto do skate existe há uma década em Beltrão. O professor Juahil Gerhard comanda a escolinha que conta com aproximadamente 80 praticantes. O número vai aumentar, pois já tem gente que assistiu à modalidade em Tóquio e quer praticar. Juahil afirma também que entre aqueles que já treinavam há entusiasmo. “Isso tem me motivado bastante. Eu pratico há quatro meses. Acho até que as pessoas de forma geral estão olhando o skatista de forma diferente”, diz Karison Eduardo, de 14 anos. Aos 16, Analice de Souza começou os treinamentos há dois anos. “Antes (dos jogos) o nosso esporte era mal visto. O fato dele estar nas Olimpíadas deu uma visibilidade maior e vai ajudar muito”, acredita.
Procura noutras modalidades
De acordo com a Secretaria Municipal de Esportes, houve aumento na procura por todas as escolinhas nas últimas semanas. “O momento é favorável à prática esportiva – por conta da Olimpíada e da retomada dos projetos na cidade. Claro que o resultado do Brasil no Japão é decisivo”, afirma o secretário Fernando Misturini.
Dias, locais e horários
As escolinhas de Francisco Beltrão são grátis. Para realizar as inscrições, os pais devem procurar a secretaria de Esportes na Rua Tenente Camargo, 788, no Bairro Presidente Kennedy, ou telefonar para 3523-5080.Quem preferir também pode ir até aos locais dos treinamentos para efetuar a matrícula. A Unipar recebe a ginástica artística, destinada a meninas a partir dos 4 anos.
Os treinos com a professora Andriely Casimiro ocorrem nas segundas e quartas, das 8h às 10h50 e entre 13h30 e 17h20. Às terças e quintas, entre 8h e 12h e 13h30 e 17h20, as atividades são comandadas por Camila Zancan. As aulas de skate são em dois locais: no Complexo Esportivo João Cantu, no Bairro São Cristóvão, ocorrem nas segundas e quartas (8h às 10h e das 16h às 18h), nas terças e sextas (entre 8h e 12h e das 13h às 17h) e às terças e quintas (das 19h às 22h). O Centro de Convivência Sensibilizar, do Bairro São Miguel, tem atividades nas quintas, das 8h às 12h e das 13 h. às 17 horas.
