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sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Camisas do Inter autografadas e dos anos 80 são raridades da coleção de Everton Maria

Torcedor colorado mantém um acervo de 55 camisas.

Everton Maria com a esposa, Janice, e a filha, Isabela, corintianas,

e o filho, Guilherme, que também é colorado.

Que torcedor não sonha em ter uma camisa do seu time do coração toda autografada? E o que dizer então de duas camisas autografadas por elencos campeões da Libertadores? Pois o colorado Everton Maria tem, entre as 55 de sua coleção de camisas do Internacional. Há 20 anos, ele se mudou de Marmeleiro para Francisco Beltrão, onde é agente universitário na Unioeste, mas foi lá de Carazinho (RS), onde nasceu, que trouxe a paixão pelo Inter cultivada por quase toda a família.

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Sempre tem alguém que incentiva o pequeno torcedor e, no caso de Everton, além dos pais e uma das irmãs colorados — a outra irmã é gremista —, a avó materna, dona Rufina, era das mais apaixonadas. “Era uma figura ímpar que nos jogos do Inter se transformava. Minhas férias sempre foram na casa dela e, por estar no Rio Grande do Sul, era mais fácil de assistir aos jogos. Ela só não assistia ao jogo do Inter quando o Romário, outra paixão da minha avó, estava no time adversário. Ela falava que não ia suportar ver o Romário fazendo gol no Inter”, conta Everton.

Ele também cresceu ouvindo do pai as histórias do Inter tricampeão brasileiro na década de 70 e, quando mudou para Beltrão, conheceu o Bar do Job, reduto colorado na cidade. “Acredito que esse é o ponto de partida para concretizar a paixão pelo Inter. Lembro de ajudar financeiramente na vaquinha que o Job fazia para pagar o pacote da Sky, porque na época era muito caro. Com o passar do tempo, conheci muitos colorados que frequentavam o bar, dentre eles, o Arnaldo Galina, mais conhecido como Sentimento, que é o responsável por realizar o sonho de muitos colorados da região Sudoeste, que é conhecer o Beira-Rio. Graças a ele, tive a oportunidade de assistir à final da Libertadores de 2010 no Beira-Rio.”

Mais camisas do Inter do que outras
Everton não lembra com precisão quando iniciou sua coleção de camisas, mas uma boa sequência de títulos no final da década de 2000 com certeza colaborou. “Minha primeira camisa foi a de 1994. Com as conquistas da Libertadores e Mundial (2006) e Sul-Americana (2008), o Inter mudou quatro vezes o seu escudo e isso me motivou a ter essas camisas para registrar essas mudanças.” Minha esposa também ajudou muito, eu comprava a camisa vermelha e ela me dava a branca ou a do goleiro, a de treino… com o passar do tempo, eu percebi que tinha mais camisas do Inter que qualquer outro tipo de camiseta.” A esposa, Janice, é corintiana, assim como a filha Isabela, de 8 anos. Já o filho Guilherme, de 17, está seguindo os passos do pai e já sabe que terá a responsabilidade de manter a coleção.

Camisas especiais
O colecionador diz que é difícil escolher uma camisa mais importante ou valiosa, mas destaca alguns xodós de seu acervo: “É difícil escolher, principalmente porque o colecionador é um contador de história. Colecionar é manter vivo algo que aconteceu no passado. No meu caso, tenho algumas camisas especiais, como, por exemplo, as usadas em 1988 e a camisa usada em 1989 (as mais antigas) e, claro, a camisa da primeira Libertadores (2006). Graças ao Wellington Monteiro, campeão mundial pelo Inter em 2006 e que jogou no União (2016/2017), eu tenho a camisa autografada por todo o elenco do Inter campeão da Libertadores daquele ano”.

Outro manto autografado, de igual importância, foi um presente do cunhado Claudio F. Ribeiro. “Ele viu um homem ajudando a descarregar um caminhão vestindo uma camisa branca do Inter toda autografada. Pediu se a pessoa não queria vender. Resumindo, ele comprou a camisa do rapaz e me deu de presente. Os autógrafos da camisa são do elenco campeão da Libertadores de 2010. Essa também tem um lugar especial dentro da minha coleção”, afirma Everton. Inclusive, a conquista de uma Libertadores, a de 2006, rendeu ao torcedor uma caminhada de 30 km até o Santuário de Nossa Senhora da Salete, em Renascença, para pagar promessa.

Everton Maria coleciona camisas do Inter. Entre elas, mantos autografados das duas Libertadores e uma especial de 1988.

A paixão já passou para o filho, Guilherme.

Fotos:

Arquivo pessoal

 

Algumas vão, outras vêm
Hoje em dia, é fácil comprar camisas de futebol, principalmente pela internet. E é on-line que a maior parte das negociações acontece, por meio de redes sociais e sites especializados, em que são realizados verdadeiros garimpos para encontrar os mantos mais raros, de antes dos anos 90. “Graças à internet e às amizades que você vai construindo com as compras de camisa, acabei entrando num grupo de WhatsApp, do Rio Grande do Sul, só de colecionadores de camisas do Inter. Nesse grupo, consegui ter acesso e conhecer camisas extremamente raras, usadas nos anos 80 e 70, por exemplo”, revela Everton.

A coleção já chegou a ter 65 camisas, mas ele vem priorizando as vermelhas e está com 55. Assim vão acontecendo trocas e compras e Everton está em busca de algumas especiais: “Camisas fabricadas pela Lec Coq Sportif (1982/1983), Olympikus (1984/1986), Perusso (1987) e Umbro (1990/1991) estão no meu radar. Como todo colecionador, sempre existe a cereja do bolo. No meu caso, são as camisas do Inter fabricadas pela Adidas na década de 70, é um sonho. Elas representam a conquista do tricampeonato brasileiro. Seria uma honra ter esse manto na minha coleção”.

Quem tiver interesse em conhecer a coleção, tirar dúvidas sobre esse universo ou mesmo contar histórias do Inter, pode seguir o perfil @evertonmaria no Instagram. Mas tem uma informação que ele já deixa bem clara: sua coleção não tem preço e não está à venda. “Não vendo e já deixei a responsabilidade para o meu filho de cuidar e manter esse legado. Acredito que não tenha valor que pague o valor sentimental que envolve essa coleção e as histórias de cada camiseta.”

Camisa de 1989, uma das mais raras da coleção.
Camisa de 1988.
Camisa comemorativa do Mundial de 2006 autografada por Alexandre Pato, W. Monteiro, Iarley, Índio e Alex.
Camisa de 2006 autografada pelo elenco Campeão da Libertadores daquele ano.
Everton na final da Libertadores de 2010.
Everton com camisas deste ano, as “usáveis”.

 

 

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