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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Campus 12 encerra primeira semana no Brasil com avaliação positiva

Projeto criado por Caio Alves e o jogador Marcelo, do Real Madrid, continua semana que vem.

O treinamento de atletas no CT do Azuriz, no interior de Marmeleiro.

Foto: Facebook/Azuriz

O projeto Campus 12, idealizado pelo ex-jogador de futsal Caio Alves e pelo lateral Marcelo, do Real Madrid, está sendo realizado pela primeira vez fora da Espanha, país onde os dois vivem há 14 anos. E o local escolhido foi o CT Gralha Azul, do Azuriz FC, em Marmeleiro. De segunda-feira, 6, até sexta, 10, mais de 50 meninos e meninas de 6 a 16 anos tiveram contato com a metodologia criada pelos brasileiros.

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Na equipe do programa estão ainda os espanhóis Alberto Gasco, diretor de Comunicação do Campus 12, e Andres Parada, diretor-geral do Campus 12, além de outros profissionais que os acompanham para ministrar as atividades. Isso também proporcionou uma grande interação entre os treinadores do Azuriz e uma espécie de intercâmbio com os funcionários do clube.

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Na tarde de sexta, 10, Caio, Alberto, Andres, a coordenadora Campus12 Brasil, Katiane Zanin; o coordenador metodológico do Azuriz, Elieser Livinalli; e o vice-presidente do Azuriz, Robson Ramos, estiveram no Jornal de Beltrão e falaram sobre a parceria e a primeira semana de trabalho. Caio também confirmou que o Campus 12 continuará sendo realizado anualmente em Marmeleiro.

Em visita ao JdeB, Katiane Zanin, coordenadora Campus12 Brasil; Alberto Gasco, diretor de Comunicação Campus 12; Andres Parada, diretor-geral Campus 12;
Caio Alves, cofundador Campus 12; Elieser Livinalli, coordenador metodológico do Azuriz; e Robson Ramos, vice-presidente do Azuriz.

Foto: Ivo Pegoraro/JdeB

 

JdeB – É a primeira vez que vocês trazem o Campus 12 para fora da Espanha?
Caio Alves – Isso, é um projeto que a gente criou há quatro anos, eu e o Marcelo como fundadores e dois que são os diretores do nosso projeto na Espanha, com a intenção de repassar pra toda essa criançada tudo o que a gente aprendeu e viveu no esporte. Criamos a nossa própria metodologia, que é o Método 12, um método diferente, a gente faz um mix de três esportes: o futebol, o futsal e o futebol de areia. Tivemos a oportunidade de sair da Espanha e ir para outros lugares, mas optamos pelo Azuriz, depois de uma primeira visita ao CT, convenceu a gente desde o primeiro momento pela qualidade das instalações, pela qualidade da família Azuriz, os funcionários, a gente viveu o dia a dia deles em uma semana e a partir daí já tomamos a decisão que essa primeira edição fora da Espanha seria aqui com eles.

E como é poder desenvolver esse trabalho no seu país?
Caio Alves – A nossa intenção desde o começo não é formar profissionais jogadores, mas sim passar os valores do esporte pra criança, esses valores que eu e o Marcelo levamos para a vida inteira. O esporte proporcionou pra gente momentos inesquecíveis, então essa é a intenção. Pra gente, vir ao Brasil é uma vinda especial, começamos na Espanha por estarmos morando lá, estamos há 14 anos na Europa, mas a intenção foi sempre que essa primeira saída da Espanha fosse pro Brasil.

Vocês já conseguiram trabalhar alguns dias com as crianças, como está sendo, como acontece a comunicação?
Andres Parada – Acreditamos que a comunicação é fácil, não necessitamos explicar muitas coisas porque o esporte nos une, é fácil, e teve também um intercâmbio cultural, nós também organizamos treinamentos com um treinador espanhol junto com um treinador brasileiro, portanto o processo de comunicação é muito simples.

O esporte acaba gerando essa linguagem universal. Com quantas crianças vocês estão trabalhando nesta semana?
Caio Alves – Nesta primeira semana foram quase 60 crianças, um bom número pra uma primeira edição e porque afinal é uma novidade pra região. Nas seguintes semanas as inscrições estão abertas, temos poucas vagas, mas acredito que a gente vai preencher essa quantidade. E pra uma primeira edição acho que foi uma recepção muito boa, tanto das crianças quanto das famílias, acho que terminamos a primeira semana hoje [ontem] e o resultado é muito satisfatório.

Tem meninos e meninas, muitos de outras cidades, vocês espalharam essa sementinha do Campus 12 em outros locais.
Caio Alves – É essa a intenção mesmo, trazer essa oportunidade pra toda a região, a gente aceita meninos e meninas de 6 a 16 anos. Pra participar do Campus 12 você não precisa saber jogar futebol, a gente aceita quem sabe, quem não sabe, quem nunca jogou, então essa é a intenção: não privar ninguém dessa oportunidade.

E como o trabalho vai se desenvolvendo, enquanto um grupo faz uma atividade, o outro faz outra?
Andres Parada – Sim, estamos em quatro grupos diferenciados por idades e vamos trocando, porque trabalhamos as três disciplinas, o campo, a areia e o futsal, e dentro desses três esportes temos os espaços de trabalho, damos muita importância à educação física e ao trabalho de valores.

Essa diferença da metodologia, com a questão da parte física e a disciplina, dá uma base para qualquer esportes?
Elieser Livinalli – É, eu acredito que esse trabalho, tendo como base a educação física e a parte de valores, alcança toda a formação, tanto motora quanto cognitiva da criança e do adolescente. A ideia deles vem da essência da educação física, da essência da formação da criança, não só como uma praticante de atividade física, mas também como pessoa, como cidadã, como relacionamento, então a gente tem certeza que o Campus 12 veio pra trazer e fazer diferença na vida da criança e do adolescente como um todo, isso a gente tem certeza e acompanhou e vai ter resultados que vão perdurar pra sempre.

Para vocês, que estão recebendo os parceiros da Espanha aqui no Brasil, como está sendo desenvolver pela primeira vez esse projeto?
Elieser Livinalli – Pra nós foi uma alegria muito grande desde o primeiro momento que a gente conversou com eles. Já acompanhávamos o projeto sendo desenvolvido na Espanha e tínhamos curiosidade e interesse que isso também fosse oferecido pra nós aqui dentro do Azuriz, no caso, mas principalmente pela oportunidade que todas essas crianças e adolescentes poderiam ter. E essa semana nos confirmou isso, pra nós definitivamente foi uma realidade ver o quanto eles contribuíram e é impossível de mensurar o quanto as crianças vão levar de valores, de experiências, de crescimento cultural, que com certeza vai fazer a diferença. A gente já viu a evolução das crianças em ações durante a semana e a gente acredita que isso vá perdurar na formação delas. Pra nós, isso foi um dos principais fatores, pela qualidade que eles já têm, pela experiência de já ter sido desenvolvido na Espanha e pode ter certeza que nem a língua dificultou, pelo contrário, contribuiu e fortaleceu, porque foi muito além do futebol. Casualmente tinha o esporte como plano de fundo, mas o objetivo deles e da metodologia é formar através do esporte e os valores que eles conseguem repassar através da vivência do Caio, da vivência do Marcelo, do Alberto, do grupo de treinadores deles, que também é um ponto a ser ressaltado, cativou as crianças, cativou os nossos treinadores, eles viraram amigos e isso está fazendo toda a diferença, porque quando se faz por inteiro o resultado aparece, então estamos muito felizes.

Robson Ramos – E não só a formação das crianças, mas também a formação dos nossos profissionais, os nossos treinadores, todos os funcionários do clube, todo mundo conseguiu ter essa participação direta desde a comunicação, de interagir no dia a dia, que eles estão alojados lá no CT, então é um crescimento que todos os funcionários do clube tiveram e eu acredito que a partir de agora os nossos próprios treinadores serão ainda melhores, fortalece o clube e de maneira especial fortalece os nossos funcionários.

Serviço
O Campus 12 vai até dia 17 em Marmeleiro e as inscrições para a segunda semana estão abertas no site www.campus12.com.br. O investimento é de R$ 949 para uma semana e pode ser parcelado no cartão. “Elas passam o dia todo lá, entram às 8h da manhã e saem às 17h30, têm acesso à alimentação e tudo no CT. Elas recebem uniforme pela manhã e no final do dia deixam o uniforme, ele é lavado no CT e no outro dia elas recebem novamente. Na sexta-feira, no final de cada semana, eles vão pra casa com o uniforme, que tá incluso no kit. No final da semana, eles recebem o uniforme e o certificado”, completou Katiane Zanin.

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