Esporte
O COI (Comitê Olímpico Internacional) proibiu as equipes das redes sociais oficiais da Olimpíada de Tóquio de publicarem fotos e vídeos de protestos antirracistas feitos por atletas durante a competição. A informação é do jornal inglês “The Guardian”.
Ontem, durante a primeira rodada do futebol feminino, atletas de cinco seleções se ajoelharam em campo em um gesto que se popularizou após a morte de George Floyd, no estado americano de Minnesota, no ano passado. As manifestações foram feitas por jogadoras do Chile, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Suécia e Nova Zelândia. Os gestos foram transmitidos normalmente pelas redes televisivas, mas não aparecem nas redes sociais do COI ou da Olimpíada.
Os profissionais teriam recebido a instrução na noite de terça-feira, no horário de Tóquio, antes da partida entre Chile e Grã-Bretanha, que marcou a inauguração do futebol nos Jogos. Segundo o “The Guardian”, a orientação gerou surpresa nas equipes das redes sociais, uma vez que o COI costuma celebrar imagens icônicas de protestos, entre elas as dos ex-velocistas americanos Tommie Smith e John Carlos erguendo os punhos em manifestação contra a desigualdade racional nos Estados Unidos durante a Olimpíada de 1968.
A medida também vai na contramão de decisão recente da entidade, que afrouxou regra que proibia as manifestações políticas nos Jogos. A redação original da Regra 50.2 da Carta Olímpica afirmava que, para preservar a neutralidade dos Jogos, nenhum tipo de manifestação política, religiosa ou racial era permitida nas arenas e em outras áreas.