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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Como se livrar das goteiras no telhado, um sério problema nos ginásios de esporte

O campo não dar condições de jogo por excesso de chuva é normal, mas o problema de hoje, em Beltrão, no Brasil e no mundo, é conter as goteiras dos ginásios.

Diego Dalla Costa, narrador da Ação TV, e Ricardo Rizzardi, comentarista, tiveram que improvisar um guarda-chuva dentro do ginásio para não queimar os equipamentos no jogo da semifinal do Paranaense, entre Dois Vizinhos e Marreco.

Foto: Assessoria

Na noite de quarta-feira, 13, em Salto do Lontra, havia a preocupação que não voltasse a chover durante a partida entre Marreco e Foz Cataratas e, com a chuva, as goteiras do ginásio, como aconteceu durante o dia; na manhã de quinta-feira, 14, em Francisco Beltrão, o início de algumas disputas dos Jogos da Juventude – Divisão B foi prejudicado por goteiras no ginásio; voltando para o sábado, dia 9, em Dois Vizinhos, o jogo Galo x Marreco foi interrompido por alguns minutos devido a goteiras no ginásio Teodorico Guimarães.

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Saindo da região, lembra-se de jogos como Assoeva x Marreco, em Venâncio Aires (RS), interrompido pela água que insistia em escapar para dentro da cobertura. E, ainda, num jogo do Marreco no Arrudão, os comentarias do SporTV disseram que na NBA não acontecia isso. Eu fui pesquisar no Google e descobri que até nos Estados Unidos teve jogo em dia de chuva prejudicado por goteiras na cobertura do ginásio.

Não é só aqui
Como se vê, o problema não é só local nem regional ou nacional, é mundial. Em Beltrão, o secretário de Esportes, Neocir Cipó Nezze, diz que já conseguiu recuperar vários ginásios, como Arrudão, Industrial, Alvorada e Bangu (Jayr de Freitas, na Cango), que não têm mais problemas de goteiras. Resta ainda concluir os reparos nos ginásios Sarará e do Bairro São Miguel.

Em Dois Vizinhos, o diretor de Esportes, Adriano Santini, admite que a cobertura do Jirauzão é antiga, precisa de reforma, mas a do Teodorico Guimarães recebeu manta há pouco tempo e o problema não foi resolvido. “Não sei o que acontece aqui, quando vem vento sul, chove dentro.”

Em Pato Branco, o Ginásio Dolivar Lavarda gotejava em dias de chuva. O problema foi resolvido após reforma na cobertura. Falta ver como está a situação dos demais ginásios do município. Na quinta-feira, 14, quando foi produzida esta reportagem, o secretário de Esporte, Paulo Stefani, não estava na cidade.

Se ligar para os funcionários responsáveis por ginásios particulares ou de associações, é fácil ver que ao menos “goteirinhas” muitos têm. Administradores municipais desconfiam do material utilizado e da mão de obra, porque tudo é feito por licitação, vence quem cobra menos e aí pode estar sendo comprometida a qualidade da cobertura.

Se for bem-feito, não chove dentro
Francisco Beltrão possui uma empresa especializada, há décadas, em cobertura de grandes construções, a Engebel. Sua especialidade não é ginásio de esportes, e sim cerealistas, mas estas exigem ainda mais segurança, porque uma simples goteira pode causar grandes prejuízos nos grãos armazenados. De suas obras mais recentes, há três armazéns em Sorriso (MT), todos com vão livre de 55 metros, o que é maior que o Ginásio Arrudão.

Por que, então, as coberturas de ginásios de esportes têm goteiras e as das cerealistas não? O engenheiro Valnei Ghedin, diretor-proprietário da Engebel, diz que não fala sobre os ginásios que não foram construídos por sua empresa, mas conta como se faz uma cobertura com segurança em suas obras. Primeiro cuidado, ressalta Ghedin, é seguir a recomendação do fabricante. Segundo, aprender as lições que a prática oferece.

Valnei relata que um dos grandes armazéns que cobriu ainda no ano de 1988, em Lucas do Rio Verde (MT), deu goteira. Era por falha na remontagem das telhas. Ele refez a cobertura, resolveu o problema e passou a ter todo cuidado num detalhe que, para suas obras, não se repetiu: a remontagem das telhas que é decisiva para controlar a ação da chuva com vento. “O normal é remontar a telha com uma onda e meia, mas nós fazemos duas ou até duas ondas e meia, e a cobertura fica segura. Mas tem quem usa só uma onda ou até meia onda, aí dá problema”.

O engenheiro também chama a atenção para a qualidade da vedação. Em vez de massa comum, ele usa o polioretano (conhecido por T.U.), mais caro, mas tem maior durabilidade. Isso evita goteiras nos parafusos. Outro cuidado, que vem recomendado nos catálogos, é iniciar a cobertura do lado contrário aos ventos predominantes. Valnei fala ainda da necessidade de usar fixador de abas. Usa parafusos autobrocantes (o próprio parafuso fura a telha).

Pode ter também problema na calha. O costume da Engebel é fazer uma abertura mais larga no cano, no início da descida da água, em forma de funil, “senão ela fica rodeando e não desce”. Tem ainda a qualidade das telhas. A melhor é a “sanduíche”, tem isopor ou poliuretano no meio, é mais cara, mas mais resistente.

Os cuidados básicos para um coberto seguro, segundo Valnei, estariam na qualidade das telhas, na remontagem das telhas (usar pelo menos duas ondas), na orientação do telhado segundo a predominância dos ventos, na qualidade da massa para vedação e no uso de fixadores de abas.

 

Goteiras já pararam jogo até na NBA

JdeB – No ano passado, quando o jogo entre Marreco e Pato, pela Liga Nacional, foi adiado por causa das goteiras no Arrudão, Daniel Pereira, narrador do SporTV, disse que a interrupção de jogo em ginásio por causa da chuva só acontece onde tem amadorismo. Ele complementou dizendo que nunca viu isso acontecer com o basquete na NBA. Mas o narrador estava errado, falou no ar sem pesquisar antes. Pois isso já aconteceu na NBA sim. Foi em fevereiro do ano passado, na partida entre News Orleans Pelicans e Indiana Pacers, que foi adiada por causa das goteiras no Smoothie King Center, em Nova Orleans, nos Estados Unidos.

O Pato Futsal sofreu com esse problema em 2017, pela Liga Nacional, no empate em 2 a 2 contra o Carlos Barbosa (RS). Tanto que o prefeito Augustinho Zucchi na época exigiu reparos urgentes, na ordem de R$ 100 mil. Agora, em 2019, o Pato também teve um jogo adiado pelo Paranaense, mas foi por conta das goteiras no Ginásio Rondinha, em Ampere.

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