Esporte
O gremista Sabiá ama o futebol, mas concorda que a falta de interesse
pela Copa é reflexo do que está acontecendo no País.
Nas ruas de Pato Branco, nem de longe parece que estamos em plena Copa do Mundo. A seleção se classificou com folga nas eliminatórias e é vista como uma das favoritas para conquistar o sexto título, mas nas cidades da região o entusiasmo não apareceu. Um ou outro carro com uma bandeirinha do Brasil e, nas fachadas de lojas e vitrines, as cores verde e amarelo aparecem timidamente, longe do clima das copas anteriores, quando a motivação tomava conta das ruas. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Paraná, os brasileiros se dizem otimistas com a Copa, mas estão apáticos, sem muito interesse — 66% dos entrevistados afirmaram ter pouco ou nenhum interesse na Copa, enquanto 14,5% não sabem nem onde será disputada a competição. A apatia se confirma em Pato Branco. Conhecido como Sabiá, o empresário do ramo de alimentação de um dos tradicionais pontos de Pato Branco diz que, entre seus clientes, o tema Copa do Mundo está sendo pouco debatido. “Na Copa passada, este momento era de debate, estratégias, xingamentos ao técnico, e neste ano muitos nem sabem quando serão os jogos do Brasil”, comenta.
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Chico Silvestre, também empresário, diz que a desmotivação foi gerada pelo momento que o País atravessa. “A gente tá cansado de tanta impunidade, corrupção e bandalheira dos políticos, por isso as preocupações do brasileiro passam longe do futebol”, afirma. Dino Ferrari, proprietário de uma revenda automotiva, está entre os otimistas e entusiastas da Copa. “O futebol é importante para a gente se distrair um pouco, é legal reunir os amigos para assistir aos jogos da Copa.” Apesar do nível de entusiasmo ser baixo, torcer pelo Brasil faz parte do espírito dos brasileiros.
