
em todos os jogos, o Cruzeiro tem grandes
chances de ser bicampeão”, acredita Robson.
O Cruzeiro já é o “campeão simbólico” do primeiro turno do Campeonato Brasileiro Série A de 2014 – abocanhou 42 pontos até agora. Em segundo aparece o Internacional com 34. Se vencer o Fluminense hoje, no Maracanã, às 16h, a Raposa garante o melhor aproveitamento da história dos pontos corridos no primeiro turno. O feito pertence ao rival Atlético-MG, que conquistou 75,4% dos pontos em 2012 – 43 em 19 jogos. Enquanto isso, o JdeB ouviu dois cruzeirenses com opiniões divididas quanto à possibilidade de o time levantar por dois anos consecutivos, a taça de Campeão Brasileiro. Diretor da Unioeste em Francisco Beltrão, o professor Haroldo Augusto Moreira está orgulhoso de seu time de coração. Nascido em Itumirim (MG), o cruzeirense afirma que já foi até mesmo torcedor do Vasco por um motivo óbvio. “Meu pai era vascaíno. Quando nasci, os zagueiros do time carioca eram Haroldo, Barbosa e Augusto. Até hoje não sei se meu nome foi uma homenagem a esses jogadores”, comenta Haroldo.
E no ano de 1958, o professor demonstrava realmente a simpatia pelas cores branca e preta. “Lembro que tínhamos um rádio a pilha. Pra não acordar meus pais e irmãos quando tinha jogo do Vasco, eu ouvia bem baixinho no meu quarto à noite. Foi muito marcante”, relembra. Segundo ele, era normal à época os moradores de sua cidade natal e região torcerem por clubes cariocas. “Eram poucos os atleticanos e cruzeirenses, uma realidade bem diferente da atual”, acrescenta. Foi nesse período em que o futebol brasileiro começava a encantar o mundo – Brasil conquistava em 1958 sua primeira Copa do Mundo – que o Cruzeiro passou a ser admirado por Haroldo.
Hoje ele acompanha aos jogos pela televisão e possui diversos souvenirs como camisas e escudo do time fixado na parede de sua casa. Mas faz questão de afirmar: não sou fanático. “No final da década de 50, o Cruzeiro passou a ter uma ascensão em Minas, disputou jogos memoráveis contra o Santos de Pelé. Dali em diante comecei a acompanhar o clube, mas me considero um torcedor crítico, pois consigo ver times mais competitivos que o Cruzeiro. Um exemplo é o Corinthians.”
Amigo Dani
“Tem um conterrâneo meu, o Dani, proprietário de um bar lá em Itumirim. Ele pesa uns 140 quilos e é cruzeirense. Os atleticanos, de vez em quando fazem uma provocação saudável do tipo por que você não faz um regime? E o Dani logo responde: se eu fizer regime fico atlético”, sorri Haroldo. Peladeiros Brasil afora se divertem, seja no início, meio ou fim de semana. Com 70 anos de idade, Haroldo pendurou as chuteiras há quase trinta anos. “Quando era jovem, saia de casa e andava vários quilômetros até chegar aos campos de futebol. A bola era de capotão, feita em couro. Dentro ia uma câmera de borracha que a gente enchia de ar, amarrava a ponta e costurava o capotão. Passávamos horas e horas jogando. As últimas vezes que participei de peladas eu tinha 42 anos”, relembra.
O professor Haroldo tem um amigo bem conhecido no cenário esportivo nacional. Trata-se do narrador José Silvério. Desprovido de habilidade com a bola no pé, Silvério, segundo Haroldo, ficava no barranco ao redor dos campinhos narrando os jogos de seus amigos. “Ele apaixonado por futebol, mas era muito ruim em campo. Por isso ele ficava horas e horas narrando os jogos da molecada. Hoje ainda a gente mantém contato”, diz Haroldo.

podem fazer falta”, entende Haroldo.
Madrugadas em claro
O vôlei é um dos esportes que Haroldo praticou e que acompanha pela TV. E é justamente esse esporte que tem dado as maiores alegrias aos brasileiros nos últimos anos que o motiva o professor pular da cama de madrugada. “Não perdi nenhum jogo do Grand Prix feminino de vôlei. Apesar do horário, assisti a todas as partidas do Brasil”, afirma Haroldo. O Brasil conquistou o 10º título dessa competição.
Haroldo analisa as chances de seu time no campeonato. “No ano passado, acredito que os outros times estavam tecnicamente abaixo do Cruzeiro. Apesar da vantagem em pontos neste ano, ter um bom técnico e um bom plantel de jogadores, penso que tem muita coisa pela frente, não posso afirmar que meu time será novamente campeão. A convocação do Everton Ribeiro e Ricardo Goulart para a seleção brasileira pode prejudicar o time”, justifica Haroldo.
Cruzeirense de Formiga
Robson Faria, professor do curso de Administração na Unipar em Beltrão, é cruzeirense de Formiga (MG). Ele volta no tempo para refletir o bom momento de seu time no Brasileirão. “2010 e 2011 não foram anos fáceis. Sem poder atuar no Mineirão, seu principal palco, o time se superou jogando em locais distantes, onde a torcida adversária era expressiva. Já em 2012 foi o ano de ‘arrumar a casa’ com contratações ponderadas, valorizando a base. O resultado veio em 2013 quando fomos campeões com quatro rodadas de antecedência.”
O educador parabeniza a diretoria do clube mineiro, bem como a pré-temporada realizada nos Estados Unidos. “Tenho que dar o braço a torcer ao técnico Marcelo Oliveira, que dentre várias coisas que acontecem no futebol, como arbitragem ruim, tapetões entre outros, consegue manter um time unido, conciliando jogadores excelentes, seja no banco de reservas ou como titulares. Também considero fator preponderante na preparação dos atletas as partidas amistosas no exterior, pois venceu times tradicionais como Chivas e Tijuana do México”, analisa Robson.