Ele foi descoberto pelo jornalista Alexandre Baggio quando atuava no Campeonato Varzeano de Francisco Beltrão

foi descoberto.
A carreira de Edimar contraria a lógica do futsal. Ele não integrou as categorias base de nenhum clube. Não foi disputado por olheiros, nem foi tratado como uma “promessa” de algum clube. Foi aos 25 anos que virou atleta profissional. A idade não é das convencionais para se iniciar uma trajetória no esporte, nem por isso fracassou. Pelo contrário, atuando pela 6ª temporada, já foi campeão paranaense e brasileiro. Mais do que isso: crava o nome como ídolo em Dois Vizinhos, atual clube, que lhe ofereceu a primeira oportunidade e do qual é o maior artilheiro da história.
Made in várzea
Edimar Martini dos Santos é natural de Marmeleiro. Ele fez parte das escolinhas de futsal do município e tentou ser jogador de futebol, mas não passou nos testes de Coritiba e Paraná.
Por volta de 2015, o jovem tocava uma vida tranquila: trabalhador fichado, mas que nas horas vagas brilhava no futebol amador.
Na edição do Campeonato Varzeano de Francisco Beltrão daquele ano, a Rádio Onda Sul FM promoveu uma ação inusitada. Os jornalistas da casa Adolfo Pegoraro, Alexandre Baggio e Everton Leite foram inscritos nos times da competição. Baggio ficou no Cantelmo, que tinha Edimar como craque. Naquela época, Alexandre já morava em Dois Vizinhos e cobria o clube do município.
“Num dia, o Cleo, um dos coordenadores do Cantelmo, pediu que indicasse o Edimar para o Dois Vizinhos. Cheguei e disse para o Foca, então treinador: “Tem um cara aí que é bom de bola. Coloca pra fazer um teste que vai dar boa. Ele foi e ficou. Hoje é o maior artilheiro da história do Galo. Estava no lugar certo na hora certa”, relembra Alexandre.
O treinador na época Antônio Rubens Alves, o “Foca”, fala com carinho do início do marmeleirense. “Fiquei encantado com a técnica que esse jogador tinha quando me foi apresentado. É nato, é um dom de Deus que ele tem. Umas das deficiências normais eram as de marcação, posicionamento e o tempo de jogo. Às vezes, ele ficava nervoso e triste. Achava que eu pegava muito no pé dele. Acho que de tanto ficar tão bravo pelos desafios que eu propunha, cresceu e é um grande atleta. Espero que ele esteja sempre evoluindo. Quero encontrá-lo novamente.”
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Decolagem no Ampere
No segundo ano da carreira, Edimar foi para o Ampere e a carreira deslanchou com o título da Série Bronze e uma marca individual de 25 gols em 26 partidas. Em 2017, após uma rápida passagem pelo Marreco, voltou para o Galo, dessa vez na terceirona. Chegou e não saiu mais. Nos últimos três anos, foram dois acessos, com vices das séries Prata e Ouro, além do título da Copa do Brasil.
Com 76 gols com a camisa duovizinhense, ninguém que já passou pelo clube o supera. Os sonhos agora são a conquista da elite paranaense e a disputa de uma Liga Nacional. Para vencer o estadual, ele dá a receita: não cometer os mesmos erros de 2019, quando o título escapou das mãos e foi para Foz do Iguaçu.
“Demos bobeira, principalmente naquele jogo de ida da final, em casa. Em poucos minutos eles abriram 2×0 no placar. Contra um time de qualidade e ainda mais numa decisão, não poderíamos ter entrado desligados. É muito complicado recuperar um resultado nessa situação, muito mais ainda buscar fora de casa, quando perdemos de 1×0. Por isso precisamos fazer valer o fator casa.”
O sonho é possível
O Galo é o único clube do Sudoeste na semifinal da Série Ouro de 2021. O adversário é o Cascavel. A partida de ida será quarta-feira, 3, em Dois Vizinhos. A volta, no Oeste, está agendada para 10 de novembro, outra quarta-feira.