Em entrevista, ele conta sobre recuperação, superação e o próximo ano nos ringues.
Após um longo período de recuperação, que custou boa parte do ano de 2021, Elizeu Capoeira retornou com vitória no UFC. Com decisão unânime, derrotou o francês Benoît Saint-Dennis, dia 30 de outubro, um sábado, em Abu Dabhi, capital dos Emirados Árabes Unidos. Antes disso, a última luta do beltronense tinha sido em julho de 2020, numa derrota contra o russo Muslin Salikhov.
Em entrevista para o JdeB, Capoeira conta como foi o processo de recuperação da lesão no complexo medional e no ligamento cruzado do joelho, o que o levou a cogitar aposentadoria. Mais: o motivo do apelido “Capoeira”, seu reconhecimento dentro do UFC, projeções para 2022 e a polêmica luta contra Matt Brown, que em 2016 em Curitiba, no UFC 198, quando o americano teria faltado com respeito à torcida.
JdeB – De 2020 até metade deste ano você atravessou um momento de lesão. Como foi esse processo de recuperação?
Capoeira: Eu pude ver que realmente a arte marcial fazia parte da minha vida, que eu não fico sem ela, então acho que foi a minha maior motivação, foi realmente recuperar o mais rápido possível, me manter focado pra que eu pudesse voltar e estar me apresentando bem novamente, ou seja, estar me superando.
JdeB – Como analisa o ano de 2021 no trabalho e carreira nas artes marciais? Quais foram os principais acontecimentos?
O ano de 2021 foi um ano bom, acredito que foi um ano de muita superação, eu tinha que ficar muito focado, e teve o episódio da minha cirurgia, que eu fiz no final de 2020. Então, passei praticamente todo ano de 2021 em recuperação. Mas eu pude ver que, realmente, a arte marcial faz parte de mim, e eu não via a hora de poder estar me apresentando, estar competindo novamente, então isso foi muito crucial, deu pra pensar um pouquinho, né? Foi uma lesão grave, então teve tudo aí pra que eu me aposentasse, mas pelo contrário, eu via que eu podia mais, e foi isso que aconteceu, então foi um ano bom, resumindo.
JdeB – De onde vem o apelido Capoeira?
Meu apelido Capoeira vem justamente pela arte marcial capoeira, minha primeira arte marcial, comecei a praticar com 9 anos de idade, e até hoje. Graças a Deus eu ainda faço, ainda treino, e pegou, né? Pegou esse apelido porque quando eu migrei pra outra arte marcial, mais especificamente pro jiu-jitsu, o pessoal já me conhecia pela comunidade, ali da Capoeira, e começaram a me chamar de Capoeira, e pegou esse apelido, até hoje. Tenho a honra de poder levar o nosso esporte no meu nome e poder levar para o mundo todo.
JdeB – Numa entrevista à Revista Tatame você afirmou que não recebe o devido reconhecimento no UFC. A que você atribui isso?
Cara, é complicado a gente falar, eu acho que eu tive uma boa campanha dentro do UFC, ainda venho fazendo ótimas lutas. Eu acho que isso é do evento mesmo, acho que em determinado tempo eles vão me reconhecer e (eu vou) ter o que eu mereço dentro do evento, que é poder tá ali entre os top cinco, e tá podendo mostrar todo o meu potencial e ser o melhor da categoria.
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JdeB – Quais os projetos de planos para 2022?
Meus projetos pra 2022 é estar bem. Está bem, estar feliz, poder competir, fazer o que eu gosto, que é poder tá competindo em alta performance, acho que isso que importa, tá sempre bem treinado e dar o meu melhor, estar podendo representar sempre bem o meu Sudoeste do Paraná e todo o Brasil.
JdeB – Você declarou que gostaria de enfrentar Matt Brown numa próxima luta. Por que especificamente esse lutador?
Então, a questão do Matt Brown é uma parada que aconteceu no Brasil, quando ele veio lutar em Curitiba e ele, no meu modo de entender, foi desrespeitoso com a torcida, e aí surgiu esse interesse de poder estar “vingando”, vamos dizer assim, a torcida brasileira, pela falta de respeito. Eu tenho vários interesses ali no Matt Brown, Gunnar Nelson e Neil Magny, que são três lutadores que seriam ótimas lutas pra mim, que casaria muito bem o jogo, então qualquer um desses três nomes com certeza, pra mim, é uma luta interessante.