Essa foi a definição de Rogério Tavares, apresentador do Globo Esporte no Paraná, durante reportagem especial com o lutador beltronense do UFC.

O ano de 2015 foi quase perfeito para o lutador beltronense Elizeu Zaleski dos Santos, o Elizeu Capoeira. Depois de conquistar o cinturão dos pesos-meio-médios do Jungle Fight, maior evento de MMA da América Latina, ele foi contratado pelo UFC, o maior evento do mundo. E fez a sua estreia na categoria contra o dinamarquês Nicolas Dalby, mas perdeu por pontos. Mesmo assim, Elizeu passou para um grupo seleto de lutadores e continua sendo um dos melhores do mundo. Em novembro de 2015, ele recebeu o reconhecimento da população beltronense ao ser homenageado nos Destaques do Ano do JdeB como o desportista do ano.
E para começar com o pé direito o ano de 2016, Elizeu Capoeira teve sua história contada na série “MMA no Paraná”, feita pelo Globo Esporte de Curitiba, apresentado pelo jornalista Rogério Tavares, que resumiu o beltronense da seguinte forma: “O lutador que carrega o Brasil no próprio nome”, fazendo alusão à capoeira, uma modalidade genuinamente brasileira. A reportagem foi ao ar na RPC TV ao meio-dia de quarta-feira, 6, e mostrou toda a sua história, desde quando ajudava seu pai na roça, no interior de Francisco Beltrão.
“Com 9 anos de idade, eu tinha muitos amigos que faziam karatê ou outra arte marcial. Por coincidência, abriu uma academia perto do ponto de ônibus onde eu pegava o transporte pra ir pra casa. Só que era uma academia de capoeira”, disse Elizeu Capoeira à reportagem da RPC. “Na adolescência, ajudava o pai em uma propriedade rural em Francisco Beltrão. Eu começava às cinco horas da manhã e ia até o meio-dia. De tarde pegava o ônibus e ia pro colégio. Quando chegava em casa no fim da tarde, trabalhava até umas nove horas da noite.”
Depois disso, Elizeu Capoeira rodou academias de todo o Estado até chegar em Curitiba, onde se consolidou como um atleta de elite. “Quando eu comecei a fazer jiu-jitsu, pra mim não se tornou tão difícil, porque a capoeira me deu essa herança, uma mobilidade para que eu pudesse adaptar outras artes marciais com facilidade. Acho que teria 90% de chance de eu não ser lutador se não fosse a capoeira”, disse o beltronense na entrevista.
Convite no UFC
Elizeu Capoeira contou, emocionado, à reportagem da RPC TV, como recebeu a notícia de que estava no UFC. “Recebi a ligação do meu empresário dizendo que eu tinha sido contratado. Na hora eu fiquei pasmo, não falava nada. Fiquei tentando assimilar essa informação. Meus companheiros que estavam junto comigo já perceberam que eu tinha entrado no UFC”, descreveu o lutador de Francisco Beltrão, que fez questão de enaltecer o seu município na reportagem.
Treinadores
Na reportagem do Globo Esporte, os treinadores de Elizeu Capoeira, Cristiano Marcelo e Zulu, avaliaram a primeira luta dele no UFC. “Eu achei que o Elizeu ganhou, mas por pontuação deram a vitória para ele. Eu sempre digo que não se pode deixar a decisão na mão dos juízes porque sempre um acaba chorando”, disse Cristiano Marcelo, ex-lutador do UFC e técnico de MMA da CM Sytstem, academia de Curitiba em que o beltronense se consolidou.
“O que aconteceu com o Elizeu foi simples: foi uma luta boa, mas não mostrou toda a qualidade ele tinha. Ele poderia ter vencido o dinamarquês”, disse Zulu.
Próxima luta
A segunda luta de Elizeu Capoeira no UFC deve acontecer em março de 2016. Ele diz estar preparado para a nova responsabilidade. “Na minha categoria são centenas de atletas. E são só os melhores do mundo. Isso faz com que eu treine mais. Meu objetivo é figurar entre os 15 melhores. Se a luta fosse hoje, eu estaria pronto”, avalia.
Reportagem
A reportagem do Globo Esporte, que fez parte da série “MMA no Paraná”, contou com o trabalho da seguinte equipe: imagens de Jairton Conceição e Éverton Franco; produção de Luciano Balarotti; arte de André Buckeridge e Fabiano Higashiyama; edição de imagens de Sandro Baduy; roteiro e edição Guilherme Gouveia.