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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

”Esse é o melhor momento do Handebol duovizinhense”, diz o treinador Emerson Abati

O treinador destacou a fase vivida pelos times masculino e feminino. Na próxima semana, o município recebe a quarta etapa do Paranaense.

 

Em Dois Vizinhos, a Associação de Handebol faz um trabalho
contínuo de preparação de atletas e também disputa os
campeonatos estaduais. 

 

O handebol tem muitos adeptos em Dois Vizinhos. Com um trabalho forte na base, os times vêm se destacando em competições regionais e estaduais. Neste ano, pela primeira vez na história, as equipes masculina e feminina estão na principal divisão do Campeonato Paranaense. O objetivo é se manter na elite, mas as chances de classificação são grandes. Outra expectativa grande é que, nos dias 12 e 13 de setembro, o município vai sediar uma etapa da competição. A cidade já recebeu a competição em 2005. Confira a entrevista com o professor Emerson Fuzeti Abati, treinador das duas equipes duovizinhenses, que também fala sobre a sua história no esporte. 
JdeB – Esse é o grande campeonato de handebol no Paraná?
Emerson Abati –
São as melhores equipes rankeadas no Paraná. Temos a chave prata e a chave bronze, com todo mundo almejando chegar à divisão especial. Temos atletas renomados, até alguns com nível de seleção brasileira que vão jogar aqui. 
JdeB – Essa é a primeira vez que Dois Vizinhos é sede dessa competição?
Emerson Abati –
Em 2005 foi sediada uma etapa do Paranaense e os jogos aconteceram na Unisep, já que o Ginásio Teodorico estava em reformas. Na época, não existia divisões no Campeonato Paranaense de Handebol e 18 equipes disputaram a competição. Nós tínhamos só o time masculino e jogamos três partidas em casa. Ganhamos de Foz do Iguaçu, de Campo Mourão e perdemos para São Miguel do Iguaçu e ficamos fora do playoff final, que era entre os seis times melhores. Terminamos em sétimo lugar no paranaense. Naquela época eu era atleta ainda. Em nível de Paranaense foi uma das melhores classificações nossas, mas também tivemos três momentos que chegamos a divisão A do Handebol nos Jogos Abertos. 
JdeB – O handebol hoje vive sua grande fase no município?
Emerson Abati –
Esse é o melhor momento vivido pelo handebol de Dois Vizinhos. No passado, tínhamos somente equipes masculinas e hoje as duas equipes caminham bem. O handebol não é profissional e poucas equipes, do paranaense, tem rotinas de treinamento. A maioria é amadora, com exceção das que disputam a Liga Nacional. A expectativa, desde 2005, foi trazer equipes com grande nível para ser um espelho para a população. Queremos que a comunidade veja que não é, simplesmente, um esporte de contato. O handebol bem jogado é um esporte bonito como outro qualquer. Esse é o nosso objetivo hoje, trazer grandes equipes para que a nossa comunidade possa visualizar e a gente possa popularizar o esporte. Em Dois Vizinhos, por mais que se tenha uma cultura de praticar o handebol, ainda é fragmentado. 
JdeB – Como é tua história com o handebol?
Emerson Abati –
Eu era atleta de futsal e futebol em Dois Vizinhos. Aí através do professor José Aloísio Geraldo eu comecei a fazer handebol no Colégio Dois Vizinhos. Ele é o meu mestre dentro do handebol. Na época, ele veio de Uraí (PR) e começou o projeto. Eu comecei com ele, na escola, participando de Jogos Escolares e daí pra frente só joguei handebol. Com 18 anos eu fui para Bauru (SP) para continuar jogando handebol, mas acabei no Noroeste jogando futebol. Não deu certo. No mesmo ano fiz uma peneira no São Paulo e eu não quis ficar no futebol. Retornei para Dois Vizinhos e, como já tinha terminado o Ensino Médio, fui fazer educação física em Palmas. Isso já era 1991. Nesse período que eu fiz faculdade em Palmas, os melhores atletas de handebol estavam jogando em Concórdia (SC) e Chapecó (SC) e a Facipal tinha parceria com os times para eles estudarem em Palmas. Eu já gostava de handebol e comecei a me dedicar mais no esporte. Juntamente com esses caras, que estudavam ali, a gente foi campeão universitário com o professor Edson Pacheco. Nesse período, eu representei Palmas, Pato Branco, Santa Izabel do Oeste porque aqui a gente não tinha o projeto. Com o decorrer dos anos, começamos o trabalho de base aqui no município. Já são 25 anos como atleta e professor e já conquistamos alguns canecos (risos). Nós temos, no masculino, cinco títulos regionais nos Abertos consecutivos, mas a gente vinha numa sequência, antes dos dois anos que fiquei fora, com 12 títulos. Então em 21 anos tem 17 títulos regionais, além de participação em fase final dos Jogos Abertos. Um momento bom foi o período de 2005, com uma equipe bem regionalizada que era muito boa. 
JdeB – Hoje vocês conseguiram agregar o feminino também e isso é importante.
Emerson Abati –
São as nossas atletas da base com mais algumas atletas de fora. Essa safra do time feminino foi terceiro lugar nos Jogos Escolares, vice-campeã dos Jogos da Juventude na fase final. São alunos que saíram de dentro do Coopermundi e, agora, como é adulto, procuramos agregar alguns atletas. A maioria do nosso time foi embora e voltou. Para essa etapa, a gente tem uma baixa da Andressa Andriolli, que é minha armadora central, que é engenheira agrônoma e está trabalhando em Roraima. Na última etapa, a minha ideia é chegar com todo o grupo mais uma vez. 
JdeB – Qual é o objetivo dos dois times no Paranaense?
Emerson Abati –
Num primeiro momento, nosso objetivo era se manter na A. Acredito que estamos perto disso porque as duas equipes estão com seis pontos e ainda tem times que não pontuaram. Agora, sendo repetitivo, o objetivo dessa etapa em Dois Vizinhos é popularizar o esporte. Nós fizemos Jogos Abertos, há 15 anos, onde o ginásio lotava para ver os jogos. A gente trazia muita gente para dentro do ginásio. Queremos que as famílias possam acompanhar os atletas, ex-­atletas, futuros atletas das escolinhas porque a entrada vai ser gratuita. Também esperamos que alunos das escolas de handebol de toda a região venham acompanhar a competição. A ideia, no fim das contas, é elevar o nível do esporte no Sudoeste. Nossos dois times estão focados em vencer as partidas em casa, só que o feminino tem duas partidas que são com adversários diretos (Foz do Iguaçu e Matelândia). No ano passado Foz subiu com a gente e temos um histórico de revés contra elas, sem contar que elas investiram mais do que a gente. O jogo contra Matelândia também vai ser difícil e vamos tentar usar o fator casa. O masculino pega Cambé e Floraí. São jogos super difíceis. Cambé, por exemplo, só perdeu para Maringá. Vamos ter que jogar muito.
JdeB – E as próximas gerações. Como está o trabalho?
Emerson Abati –
Temos a professora Vanessa Constantino, a Chiclé, que é atleta na equipe feminina e me auxilia nas categorias de base abaixo de 14 anos. Queremos chegar num momento onde o município seja auto-­suficiente sem precisar trazer atletas de fora. Queremos estruturar nossa associação para que possamos ter os atletas do município com cronogramas mais bem definido de preparação física, de jogos, treinamentos táticos. Hoje treinamos de acordo como cada um pode. Sempre tem uns que não podem vir treinar por compromissos profissionais. Por isso, também, não podemos exercer uma cobrança tão significativa sobre o grupo porque a gente não prepara eles. Queremos ser espelho para a juventude de Dois Vizinhos, uma referência. Queremos também corresponder as expectativas das pessoas que investiram. Eu tenho muito a agradecer a administração pública que abraçou a nossa situação. Hoje, o município tem uma dificuldade financeira, mas está honrando o compromisso que a gente assumiu lá atrás. Também temos todos os patrocinadores pela ajuda porque temos um custo bem elevado. 
Em 21 anos são 17 titulos regionais.

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