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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Gláucio Dalla Cortt Cella pede legalidade do xadrez beltronense no Ministério Público

O renomado enxadrista questiona a Secretaria de Esportes de Beltrão por nomear uma pessoa “alheia à modalidade” para gerenciar a divisão do xadrez.

 

O enxadrista Gluácio Cella durante a entrevista da
manhã de ontem
no programa Placar 98

 

Gláucio Dalla Cortt Cella é um dos enxadristas mais renomados do Paraná. Em março do ano passado, ele conseguiu uma façanha inédita para a modalidade no Brasil: venceu o melhor do mundo, o norueguês Magnus Carlsen, em uma simultânea com outros 36 jogadores na Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS). Ele é o único brasileiro a derrotar Magnus, mesmo que seja em uma simultânea.

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Não só por esse feito, mas também por outras tantas conquistas na modalidade, Gláucio sempre levou o nome de Francisco Beltrão por onde passou. Mas agora ele pediu espaço na imprensa beltronense para fazer um desabafo, pois está indignado com a forma que a atual administração municipal está tratando a modalidade.

Ontem pela manhã, em entrevista para a Rádio Onda Sul, no programa Placar 98, Gláucio disse que entrou com um pedido de representação junto ao Ministério Público para que se averigue a legalidade da divisão de xadrez na Secretaria de Esportes. Segundo ele, a nomeação de Carlos Zanette para a função pode ser um ato de improbidade administrativa, pois se trata de “uma pessoa alheia ao xadrez”. Antes, de 2013 a 2014, quem estava na função era Fernando Misturini, que, na opinião de Gláucio, também não era a pessoa indicada para exercer esse trabalho. “Não tenho nada contra essas duas pessoas. O Fernando é um ícone do voleibol, um excelente profissional, mas não tem um histórico dentro do xadrez. A pessoa que está agora na função também é uma referência para o futebol e futsal, mas se procurar pelo nome dela na Federação Paranaense de Xadrez, não vai encontrar nada. O que eu questiono é que temos mais de 20 pessoas em condições para essa função, atletas com idade superior a 18 anos com uma boa formação dentro da modalidade, com experiência em jogos e arbitragem, que poderiam ser indicados pelo Clube de Xadrez para essa função”, justifica.

 

Comparação com o futsal

Na terça-feira à noite, Gláucio participou do programa Debate Esportivo, da TV Beltrão, apresentado por Ademir Augusto Macagnan, e fez uma comparação do xadrez com o futsal. “A administração pode nomear quem quiser para o cargo, mas dentro de uma esfera de legalidade. Aqui em Francisco Beltrão a gente gosta muito de futsal, eu gosto muito, sempre que posso vou aos jogos do Marreco. Mas eu tenho certeza que, embora eu seja reconhecido no xadrez, ninguém gostaria que eu fosse nomeado para ser técnico do Marreco. O Nelsinho (Bavier) tá fazendo uma campanha excelente, estamos em primeiro. O Marreco está na Série Ouro e é uma modalidade mais particular, que vive com subsídios particulares, quem paga o salário dos jogadores, na maioria das vezes, é o torcedor, que compra seu ingresso. E se fizer uma nomeação ruim, a população para de assistir ao jogo, o Marreco começa a ter prejuízo e é preciso fazer a demissão. Mas na administração pública a gente não tem essa possibilidade. Eu não pago imposto porque quero, somos obrigados a fazer isso. E o que o administrador pode fazer é tratar o nosso dinheiro com probidade, aplicar de maneira correta”, criticou o enxadrista, que atualmente mora em Florianópolis (SC), onde estuda oito horas por dia para passar em um concurso do Ministério Público e também treina uma hora e meia com o terceiro melhor enxadrista do país.

 

Jogos Abertos em Beltrão

De 20 a 29 de novembro, Francisco Beltrão sedia a fase final dos Jogos Abertos do Paraná. E Gláucio não sabe se vai representar o município, algo que faria de graça se houvesse mais incentivo. “Sempre joguei por Beltrão de graça. Todos nós do Clube de Xadrez sempre fizemos de tudo para representar o município da melhor forma possível. Não tem nada melhor do que ganhar uma medalha pelo seu município. Mas no ano passado a administração não nos procurou, não veio fazer contato, não deu bola nenhuma. Faltando três dias para os jogos, vieram fazer contato comigo, mas logicamente eu já tinha acertado para jogar por Pato Branco. E me doeu muito ganhar uma medalha por uma cidade teoricamente adversária. Falei que este ano tentaria de todas as maneiras jogar por Beltrão de graça, mas com essa situação a gente não pode admitir. Até o final de 2012, a gente tinha a sede de um clube, que ficava na antiga Apae, no bairro Alvorada, e isso foi retirado da gente, não foi dada uma outra sede, prometeram que logo depois teríamos uma sede no Arrudão, estamos esperando até agora.”

 

Rebaixado nos Jojups

Na entrevista à Rádio Onda Sul, Gláucio questionou também o fato de Francisco Beltrão ter sido rebaixado para a segunda divisão dos Jogos da Juventude do Paraná. “Pela primeira vez na história, Beltrão foi rebaixado dos Jogos da Juventude. Jogadores a gente tem de monte, não precisa pegar ninguém. Só com o que temos em Beltrão, podemos subir de divisão e conseguir várias medalhas. O que precisa é uma pessoa acompanhando esses atletas. Se você pega cidades como Ponta Grossa e Foz, os atletas recebem bolsa-atleta.”

 

 

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