Decisão com uma das maiores rivalidades do país terá lotação máxima.
O aniversário é da cidade de São Paulo (SP), que comemora 466 anos, mas, hoje, a capital paulista terá uma festa gaúcha. Resta saber se em azul ou vermelho. Grêmio e Internacional decidem a Copa São Paulo de Futebol Júnior a partir das 10h, no Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu.
Apesar de reunir dois times do Rio Grande do Sul, a expectativa é de casa cheia. Segundo a Federação Paulista de Futebol (FPF), organizadora da competição, os 32 mil ingressos disponibilizados gratuitamente se esgotaram ontem. Cada torcida teve direito a 16 mil ingressos.
5ª vez sem paulistas
É apenas a quinta vez, em 51 edições da Copinha, que a decisão não reunirá times paulistas. A primeira desde 2011, quando o Flamengo superou o Bahia por 2 a 1, também no Pacaembu. O próprio Inter esteve em uma dessas finais entre “forasteiros”: em 1980 derrotou o Atlético-MG.
O Colorado, aliás, é um dos maiores campeões do torneio, com quatro títulos (1974,1978,1980 e 1998, sendo que este último revelou o zagueiro Lúcio, pentacampeão mundial com a seleção brasileira) e um vice (1972, quando perdeu a final para o Nacional-SP). Se chegar à quinta taça, o Inter se iguala a São Paulo e Fluminense, ficando só atrás do Corinthians (10) em número de conquistas.
“É uma final muito especial. Além disso, é um clássico gigante.Todos estamos ansiosos para esse jogo. Jogadores, comissão… E todos estarão assistindo. A expectativa é grande. Não é uma competição fácil. Que vença o melhor”, disse o meia Cesinha, capitão do Internacional na Copinha, em entrevista coletiva no Museu do Futebol, em São Paulo.
O Grêmio, por sua vez, chega à segunda final, mas nunca venceu a competição. Na decisão de 1991, o time que apresentou o goleiro Danrlei foi goleado por 4 a 0 pela Portuguesa, do atacante Dener, que faleceu três anos depois em um acidente de carro.
“(Estar na final) é o sonho do moleque de qualquer cidade ou favela do País. É um título que pode marcar na história”, afirmou o lateral-esquerdo e capitão gremista Matheus Nunes, durante a entrevista coletiva. “Lembro de quando cheguei (ao Grêmio), com 12 anos. Estava no alojamento vendo os atletas (nascidos em 1998). Botei na cabeça: um dia, vou chegar lá”, completou.
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Apesar do histórico na competição ser bem mais favorável ao Inter, o Tricolor Gaúcho chega à final com números levemente superiores. Ambos têm seis triunfos e dois empates em oito jogos, com uma classificação nos pênaltis para cada lado, e só foram vazados três vezes. O Grêmio, porém, marcou três gols a mais (18 a 15).
“É importante para o Rio Grande do Sul ter Inter e Grêmio nessa final. Mostra o quanto essas bases estão em alta. São dois times com muitos jogadores de destaque no cenário nacional. Para nós, é uma satisfação grande sermos testemunhas vivas desse jogo. Nosso principal objetivo é dar visibilidade aos meninos. Queremos que vários tenham oportunidade no time profissional”, encerrou Fábio Matias, técnico do Inter.
Apostas feitas
Bruna Ricci, beltronense que mora em Curitiba, aposta no Grêmio, mas sem muito otimismo para a temporada: “Talvez o único título do ano!”. Gabriel Bitencourt, de Realeza, diz que “os dois times têm uns guris muito bons, mas o Colorado ganha nos penais”.