Depois de 48 anos de participações ininterruptas, o Brasil não terá piloto no grid da categoria.

A pré-temporada da Fórmula 1 ficou marcada pelo intenso inverno europeu, que chegou a impossibilitar os testes no dia 28/2 por causa da neve que caiu sobre o autódromo de Barcelona.
A mudança dos motores Honda, da McLaren para a Toro Rosso, e a chegada dos Renault na McLaren foram alvo da curiosidade de todos. O time italiano surpreendeu pela confiabilidade, sendo o terceiro com maior tempo de pista (822 voltas).
Ironicamente, a equipe inglesa (que rompeu contrato com os japoneses pela fragilidade de seus propulsores) teve vários problemas, considerados normais, que limitaram Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne em 599 voltas. Contudo, Alonso marcou o terceiro melhor tempo dos testes, 1:17.784.
Por outro lado, ao que tudo indica Mercedes e Ferrari continuarão na disputa pelas vitórias e títulos, com alguma vantagem para os alemães, que concentraram esforços em preparar o carro para as corridas, ficando a incógnita quanto ao desempenho nas classificações. Do lado italiano, Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen marcaram os melhores tempos, 1:17.182 e 1:17.221, respectivamente.
Logo atrás, espera-se que os carros da Red Bull (Daniel Ricciardo e Max Verstappen) comecem a temporada mais próximos de Mercedes e Ferrari, puxando um pelotão intermediário imprevisível até o momento, com Force India (não muito bem em tempos e número de voltas), Renault, Haas, McLaren e Toro Rosso.
O fundo do grid deve ser habitado pelas Williams e Sauber. O time inglês havia contratado o renascido Robert Kubica para o lugar de Felipe Massa, mas acabou colocando o russo Sergey Sirotkin como titular e o polonês como reserva. Além disso, teve a pior evolução comparando seu melhor tempo de 2018 com 2017, baixando apenas 0.231 segundos. A McLaren, por sua vez, melhorou 3.564 segundos.
Já a esquadra suíça passa a ser um time satélite da Ferrari e ganha o patrocínio master da Alfa Romeo, marca pertencente ao grupo Fiat. É provável que nos próximos anos passe a se chamar somente Alfa Romeo.
Halo

Dividindo opiniões, o Halo, aparato instalado sobre o cockpit para aumentar a proteção da cabeça do piloto, passa a ser obrigatório. Depois de anos de estudo, a FIA institui a peça que lembra a alça de um chinelo, depois dos acidentes fatais de Henry Surtees, em 2009 na F2, e de Jules Bianchi, em 2014 na F1, de Dan Wheldon, em 2011, e Justin Wilson, em 2015 na Indy.
Um problema para os projetistas, o Halo pesa cerca de 14kg e eleva o centro de gravidade dos carros. Defendido por quase todos os pilotos, é odiado por muitos fãs que o consideram feio e ir contra a “tradição” de carros abertos da categoria.
Sem brasileiros
Com a aposentadoria de Felipe Massa no ano passado e sem um representante com resultados expressivos e fortes patrocinadores na F2, o Brasil não terá um piloto na F1 em 2018, fato que não ocorre desde 1970, quando Emerson Fittipaldi estreou no GP da África do Sul.
Ao longo desses últimos 48 anos e 778 GPs de presença ininterrupta 28 brasileros pilotaram na F1. Foram 8 títulos, 101 vitórias, 126 poles, 88 melhores voltas e 293 pódios.
Existem três pilotos com possibilidades de chegar à F1 nos próximos anos: Sergio Sette Câmara na F2, Pietro Fittipaldi (neto de Emerson) na Indy e Pedro Piquet (filho mais novo de Nelson Piquet) na GP3.
Novos horários
Outra novidade que merece a atenção do público é a mudança nos horários das corridas. Baseada numa pesquisa, a Liberty Media (dona da F1) concluiu que a audiência deve aumentar atrasando a largada. Por isso, provas que começavam tradicionalmente às 9h passam para as 10h10. Esses 10 minutos serão para as TVs iniciarem suas transmissões com tempo para comentários e reportagens.
A volta da França
O mais longo calendário da história da F1 terá 21 GPs, com a saída da Malásia e o retorno da Alemanha (Hockenheim) e da França (Paul Ricard). O público germânico ficou sem GP em 2013 e 2015 por causa dos problemas financeiros da pista de Nurburgring. Os franceses tiveram corridas até 2008, mas eram disputadas em Magny-Cours desde 1991. O celebre autódromo de Le Castellet foi usado pela última vez em 1990 – numa configuração menor depois da morte de Elio de Angelis em 1986. Na ocasião Alain Prost venceu, com Ivan Capelli em segundo, seguido de Ayrto Senna. Foi a vitória de número 100 da Ferrari.