Julio Cesar Wessling, de Eneas Marques, já conquistou mais de 100 troféus em quatro anos e meio no esporte.

Seis anos atrás, Julio Cesar Wessling resolveu comprar uma moto de trilha. No início, a motocicleta era um hobby, coisa para ocupar o tempo, “era pra brincar nos fins de semana mesmo, nem pensava em levar para a pista”. Na época, o rapaz não podia imaginar que a moto ia ocupar um espaço tão grande em sua vida e transformá-lo em um dos maiores pilotos de motocross do Paraná.
Julio é filho de uma família tradicional de Eneas Marques e, junto aos muitos troféus que enfeitam uma das paredes da loja da família, ele conta orgulhoso que, nos quatro anos e meio desde que começou a correr profissionalmente, já acumulou mais de 100 troféus em campeonatos regionais.
Por causa disso, Julio partiu para campeonatos mais difíceis. E está demonstrando potencial tanto no campeonato estadual do Paraná quanto no brasileiro, que estão em andamento, nas categorias VX1 e VX2, “as mais fortes do esporte”.
Na VX1 do estadual, o piloto de Eneas Marques se destaca na terceira posição, enquanto no brasileiro ele ocupa a quarta posição no VX1 e quinta no VX2. Foi longe para alguém que comprou uma moto só para brincar.

Rotina de motocross
Mas essa posição como um dos cinco melhores no Brasil inteiro não é coisa fácil para manter. Julio conta que possui uma rotina bastante corrida. Para começar, ele trabalha com os pais na Wessling Materiais de Construção, em Eneas Marques, o que toma boa parte do seu tempo. E o que sobra vira treino. “Na segunda-feira eu faço natação das 8 até as 9 horas, na terça-feira eu treino das 16h30 até escurecer, na quarta-feira eu tenho natação de novo, na quinta-feira é treino até escurecer, aí lavo as motos e descanso até na sexta-feira de tarde, que a gente geralmente sai pra viajar pros campeonatos e passar o fim de semana. Se não tem corrida, sábado e domingo eu treino mais.”
E quando tem competição é mais puxado ainda. “Eu chego no lugar uma ou duas da manhã no sábado, aí durante o dia tem treino, no domingo de manhã é treino classificatório e no domingo de tarde a corrida. Aí terminou, a gente já carrega tudo e volta pra casa.”
Uma rotina difícil e sem muitos confortos – o piloto geralmente dorme na van que usa para viajar e carregar as motos. Mas Julio tem sempre ajuda e companhia do amigo Edson Frazão, que costuma acompanhá-lo nas viagens pelo Brasil todo, e do mecânico Evandro Raiter.
É uma rotina que o piloto faz questão de viver ao máximo. “Faço o campeonato paranaense, o brasileiro e, se não bater etapa, faço ainda o gaúcho ou o catarinense.”

No motocross, todo mundo é família
Durante os campeonatos, os pilotos e acompanhantes ficam sempre acampados nas proximidades da pista, “tudo meio junto, tudo meio perto”, conta Julio. E em campeonatos grandes esses acampamentos chegam a reunir 400 pilotos de diversas categorias – pilotos rivais, que estão lá para competir e vencer.
Mas Julio garante que a atmosfera é impressionantemente pacífica. “É muito difícil acontecer uma briga. É todo mundo muito amigo, todo mundo se respeita no acampamento e, por causa disso, hoje eu tenho amigos pelo Brasil inteiro, aonde eu for.”