O União precisava de pelo menos um gol, marcou dois.
Ninguém pagou ingresso para o jogo entre União e FC Cascavel, nesta tarde de domingo, pela última rodada da primeira fase do Campeonato Paranaense Série A. A decisão veio da Federação Paranaense de Futebol, que atendeu à recomendação das autoridades sanitárias para evitar aglomerações de público e fechou os portões para torcedores. Mas isso não impediu o registro de um tumulto na arquibancada que precisou até da intervenção da polícia. Foi entre diretores e equipe técnica das duas equipes.
Por vários minutos o jogo ficou interrompido, por causa das provocações e ameaças que vinham da arquibancada coberta, provocando inclusive a apelação de alguns jogadores que, lá do campo, ao lado do alambrado, gritavam “parem com isso!”
Torcedores mais fanáticos (pouco mais de uma dúzia) assistiram, mesmo com portões fechados. Uns encostaram uma camioneta ao lado do muro, outros subiram em árvores, muros e prédios. Foram os que entoaram, no fim da partida, o já conhecido refrão “o União voltou, o União voltou”. Talvez tivessem vindo com a canção pronta para soltar da garganta, porque não era exatamente este o “hino” mais adequado para o momento.
Quem diria, dois gols do União!
O primeiro tempo foi de zero a zero. Jogo equilibrado. Os comentários eram de que o União jogava de igual para igual, chegou a criar boas oportunidades, mas precisava de pelo menos um gol, pois sem vencer o FCCascavel nada adiantaria, pois os outros dois concorrentes, Cascavel CR e PSTC, que estavam na frente da tabela, também iam empatando seus jogos.
Pouco depois da metade do segundo tempo, teve uma sequência de jogadas que o União perdeu três oportunidades para marcar. Chances claríssimas, o atacante com a bola dominada na cara do goleiro, repetindo-se no primeiro e no segundo rebote e a bola acabou indo pra fora. O ox-deputado Alfredo Kaefer, que assistia ao jogo ao lado de outros diretores do Cascavel e do União, falou “não marca mais”.
O União vinha de uma série de quatro jogos sem marcar um gol sequer. Desde que assumiu o técnico Piccinin, perdeu de 1×0 para Londrina e Operário no Anilado, 3×0 para o Cascavel e 2×0 para o Paraná.
Mas o gol acabou acontecendo num lance em que o Eduardo, da dirteita, lançou Douglas, que dominou no peito e chutou no ângulo do goleiro Raul. E no último minuto dos descontos, Samuel aparou de cabeça e mandou a bola no mesmo ângulo. Os comentaristas esportivos disseram que o gol era um prêmio merecido para o Samuel, um dos mais esforçados e que fez falta à equipe quando esteve contundido.
O resultado foi um “detalhe”
Faltou dizer que os dois gols do União foram bonitos, tiraram um peso das costas de toda a equipe e da torcida que acompanhou pelo rádio e a internet, porém nada resolveram, porque àquela altura o FC Cascavel já tinha marcado três e ganhou o jogo de 3×2, ficando em segundo na classificação geral, com 23 pontos, um a menos que o Coritiba.
E mesmo que o União tivesse vencido, nada teria adiantado porque o Toledo venceu e foi a dez pontos. Com a vitória, o União chegaria a oito. Caiu junto com o PSTC (que fez 6 pontos), seu companheiro de segunda divisão no ano passado.
Pela terceira vez consecutiva – 1980, 2018 e 2020 – o União disputa a primeira divisão do futebol do Paraná e, já no ano seguinte, volta para a “Segundona”.