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Francisco Beltrão
domingo, 08 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Wilson Cezário: ex-profissional de sucesso no futebol amador de Beltrão

Com 15 clubes na carreira, ele recorda a vez como atleta do Marreco e revela mágoa com atacante badalado. Concluindo o Ensino Médio, ele planeja cursar Educação Física para realizar o sonho da escolinha  própria

Crédito: Neto Cajaíba

Wilson Cezário está entre os mais icônicos personagens no futebol amador de Francisco Beltrão. Ex-profissional, está em atividade pelo Atletas do Futuro/Inovatta na Copa Ação TV/Farmácias Brava. Com 51 anos, surpreende pelo vigor nos gramados, o que gera suspeitas (infundadas) que seja mais novo. Natural de Campinas, ele chegou ao Sudoeste em 1996 para atuar e nunca mais se desligou da região.

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Cria versátil da Macaca
Corinthiano de nascença, Wilson ganhou a primeira oportunidade na Ponte Preta, time da terra-natal, Campinas. Entre 1987 e 1990, fez a base e estreou no time adulto da Macaca. Como gratidão, nutriu paixão pelo time da linha do trem. “É o meu segundo time”, diz.

Em 23 anos de carreira, foram 15 clubes. Foi versátil: começou como volante, por ora improvisado no ataque, e no fim foi zagueiro.

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Entre os principais times, defendeu Botafogo (PB), Cascavel, Foz do Iguaçu, Ferroviário (CE), Maranhão, Juventude (RS), além do Lustenau, da Áustria. Foi campeão catarinense pelo Joinville em 2001. No Metropolitano, de Blumenau (SC), escalou da 3ª Divisão à elite.

 
“Fiz o gol mais bonito do Anilado”
A primeira vez em Francisco Beltrão ocorreu em 1996, no clube homônimo. Ficou até 1999, quando foi contratado pelo Malutrom (J Malucelli). “Fiz um campeonato bom em 1999 em Beltrão, com dois gols contra o Paraná e outro contra o União Bandeirantes e as portas se abriram. Os meus melhores jogos foram contra os times da capital, e isso me fez ser contratado pelo Malucelli. Fiz um belo gol contra o Athletico, dizem até que foi o gol mais bonito do Anilado”, orgulha-se.

 
Jogador do Marreco
Em 2002, voltou a vestir a camisa beltronense e conquistou o título da divisão de acesso. Encerrou a carreira no clube, em 2010, e aí foi contratado, a convite de Nelsinho Bavier, pelo Marreco. Não houve estreia, entretanto. “Eles precisavam de um jogador não-federado. Mas, anos antes, havia disputado um Paranaense pelo Tuiuti, de Cascavel. Então, estava registrado na Federação e não pude atuar. Fiquei uns seis meses treinando Eu jogaria os abertos ou uma liga de Santa Catarina, mas aí o CAD de Guarapuava ficou com essa vaga. Quem iria no outro estado ficou para os Jogos Abertos. Eu nem queria jogar também. O futsal tem pouco espaço para quem está acostumado com o campo. Não é pra mim.”

 
Leandro Damião, o desafeto
Ao longo da trajetória, Wilson colecionou amigos. Fez parceria com Perdigão, no Joinville, e com o hoje auxiliar de Mano Menezes, Sidnei Lobo, no Juventude. Na contramão, ele revela uma mágoa. “Conheci o Leandro Damião no Tubarão. Morávamos no mesmo quarto. Houve um tempo que ficou sem receber e queria largar o futebol. Eu fiz força para que não parasse. Dividíamos o meu lanche. Depois fui para o Nordeste, até que ele estourou no Internacional. O sucesso subiu à cabeça e ele cortou amizades. Não tenho mais relações com o Damião. Ele esqueceu de tudo que o incentivei.”


Beltrão para sempre
Desde que conheceu Francisco Beltrão, Wilson Cezário nunca mais desligou-se do município. Aqui casou, teve filho e fixou moradia após a aposentadoria. “Nunca sai para morar em outro lugar. Jogava noutra cidade, mas a casa alugada era aqui. Nunca pensei em ir embora. Fui bem acolhido, sofri um pouco de racismo, mas sempre procurei olhar as coisas boas da cidade.”

Ele ressalta que, em Campinas, onde nasceu, não teria a mesma qualidade de vida. “Minha família é campineira, mas não é possível criar um filho por lá”, afirma. 

Multicampeão da várzea
Trabalhando com letragem de alumínios há 10 anos, nos finais de semana ele faz história no futebol amador da região. Já venceu o Varzeano e a Copa Sudoeste com o Pinheiros. Venceu duas Copa dos Campeões, três regionais por Marmeleiro, dois por Pranchita, um por Nova Esperança e outro por Ampére.

Embora nunca tenha planejado ser treinador, Wilson quer realizar um sonho dele e de muitos de seus admiradores. “Estou concluindo o Ensino Médio e quero cursar Educação Física para abrir a minha escolinha. Muitos pais me cobram isso.”

Crédito: Neto Cajaíba

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