Integrante do quadro da CBF mora em Francisco Beltrão, mas faz parte da Federação Catarinense de Futebol. Ontem, ele começou a pré-temporada para o campeonato estadual, que inicia dia 19.

Por Juliam Nazaré – Morador de Francisco Beltrão há mais de um ano, o árbitro Gustavo Bauermann começou nesta quinta-feira, 4, a pré-temporada para 2024. Integrante do quadro da CBF pela Federação Catarinense de Futebol, o profissional de 28 anos fez os primeiros testes e provas on-line, em casa.
Na próxima semana, vai para Itajaí cumprir testes físicos e, depois, para Blumenau, onde se concentra para o início do Campeonato Catarinense, agendado para 19 de janeiro. “Fazemos provas teórica e física, depois trabalhos de campo, com posicionamento, movimentação, área penal”, conta.
Natural de Campo Erê (SC), Gustavo é considerado jovem para o escalão que ocupa. Ele começou na arbitragem há dez anos. Desde 2016 integra a Federação Catarinense e, de 2018 para cá, o quadro da CBF.
“Desde 2017 estou apitando jogos da divisão principal de Santa Catarina e, em nível nacional, comecei na Série D.”
Ele detém a classe “A-B”, a mais alta para o quadro da CBF. Gustavo se dedica exclusivamente ao futebol. “Hoje minha única profissão é a arbitragem. No começo é mais difícil porque são menos jogos e os valores que recebemos, consequentemente, também são menores. Agora, devido à alta demanda, a disponibilidade pra treinamentos e viagens, não dá pra conciliar com outra atividade”, explica.
Mudança para Federação Paranaense
Apesar de morar em Francisco Beltrão, Bauermann não pensa em se transferir da Federação Catarinense para a Paranaense. Heber Roberto Lopes, que marcou época entre as décadas de 2000 e 2010, natural de Londrina, fez o processo inverso: migrou da Federação do Paraná para a de Santa Catarina. Mas, de acordo com Gustavo, o ex-companheiro de profissão recebeu uma proposta. A mudança nos regulamentos internos também dificultaria uma movimentação parecida.
“A CBF mudou, assim como as federações. Você não leva o teu escudo pra outro estado. Meu escudo CBF pertence a Santa Catarina. Se eu quiser migrar pro Paraná preciso começar novamente. Mas nem tenho planos. A Federação Catarinense e nossa comissão me dão todo o suporte.”

Jogo mais difícil de apitar em 2023
Entre partidas do Catarinense, das quatro divisões do Brasileirão, de categorias de base, além dos jogos amadores em que trabalhou, Gustavo elegeu um duelo da Série C como o mais difícil de trabalhar durante 2023.
No dia 3 de setembro, pela primeira rodada da segunda fase do torneio – justamente a etapa que define os classificados para a Série B -, Paysandu e Volta Redonda (RJ) empataram por 1×1 na Curuzu, em Belém (PA). Logo aos cinco minutos de jogo, Mário Sérgio, do Paysandu, foi derrubado, mas a bola sobrou para Nicolas Careca, que chutou de longe e fez o gol. Como Gustavo, que atuava como árbitro principal, já havia apitado, o lance foi anulado. Neste caso, o VAR não pôde interferir, já que Bauermann já havia apitado. “Fiquei 90 dias na geladeira”, recorda.
Final da Copa do Brasil Sub-20 e participação na Série A
Por outro lado, Gustavo tem razões para se lembrar com carinho do ano que se passou. Encerrou, inclusive, participando de jogos importantes da Série A. Foi o quarto árbitro na Fonte Nova para a vitória do São Paulo sobre o Bahia por 1×0 e no triunfo pelo mesmo placar do Grêmio sobre o Vasco, na Arena. Na base, apitou a decisão da Copa do Brasil Sub-20, com título do Cruzeiro em cima do Tricolor Gaúcho.
Para 2024, um dos objetivos é estrear no Brasileirão como árbitro de campo.