
“Se Pato Branco não quer, é hora de vender ou de buscar outro ambiente.” A frase lacônica se refere ao Azuriz e pertence a Robson Ramos, vice-presidente e um dos investidores do clube.
Durante entrevista por telefone ao Jornal de Beltrão (JdeB), Robson, que está de viagem aos Estados Unidos, disse que a SAF tem enfrentado obstáculos na rotina de trabalho. Antes, ele havia concedido fala semelhante ao jornalista Thiago Tessaro, da Rádio Celinauta.
Fundado em 2018, em Marmeleiro, desde 2020 o Azuriz mantém parceria em Pato Branco, onde manda seus compromissos no Campeonato Paranaense da 1ª Divisão e na Série D do Brasileiro — apesar de manter a estrutura da base no município vizinho, onde foi criado.
Concessão do Estádio Os Pioneiros
Após mais de cinco anos de atividades profissionais em Pato Branco, Robson demonstrou insatisfação. Segundo o investidor, a necessidade frequente de ceder o Estádio Os Pioneiros e de dar explicações das atividades a órgãos como a Câmara de Vereadores têm desgastado a relação entre entidade e o Município.
“Toda a semana sai alguma coisa envolvendo o município, uma escola que pede pra usar o Estádio. Tem um valor investido pelo clube pra manter o gramado. As próprias categorias de base não jogam lá pra preservar. É algo que vai cansando. Toda a semana recebemos uma ligação. E já passamos dessa fase. E se Pato Branco não quer receber, é hora de vender ou buscar um ambiente”, declarou.
Casa da Gralha nas competições adultas, o Estádio Pioneiros pertence à Prefeitura, mas há uma concessão para uso do clube, que deve se comprometer a ceder o espaço a outras atividades, desde que não conflitem com o calendário da equipe.
Robson diz que o impasse não envolve patrocinadores e torcedores, mas que sente como se a SAF precisasse provar valor a todo o momento, enquanto é reconhecida nacionalmente. “Não tô falando dos nossos apoiadores. Sabemos que as pessoas gostam do Azuriz, mas há um desgaste. Se não conseguem visualizar o trabalho que fazemos…Todas as capitais conhecem o valor do Azuriz e aqui temos de comprovar a todo o momento.”
Críticas são ponto de vista pessoal, diz Robson Ramos
O vice-presidente disse que essas análises partem de uma opinião particular, que não necessariamente refletem o que todo o grupo de investidores e diretores do Azuriz pensam. Por outro lado, Robson afirma que, apesar de cogitar venda ou mudança de cidade ainda não ser formalmente debatida, apontará a possibilidade em uma reunião de conselho.
“Pode ser uma venda total ou mudança de ambiente, pra que a gente possa ter uma condição mínima de trabalho. Somos um clube de futebol e parece que aqui tudo se baseia em estar no meio de coisas que não condizem com o Azuriz, como política.”
Francisco Beltrão
Antes de se fixar em Pato Branco, o Azuriz sondou a possibilidade de parceria em Francisco Beltrão, mas os dirigentes do União à época rejeitaram a proposta.
Único do Sudoeste em torneios nacionais
Desde 2021 o Azuriz disputa a elite do futebol paranaense. Nesta temporada, participa pela segunda vez da Série D do Campeonato Brasileiro. A Gralha é a única equipe do Sudoeste do Paraná na história a disputar competições nacionais — em 2022, estreou na Copa do Brasil.