Engenheiro civil ficou responsável pela estrutura metálica da cobertura do ginásio, mas a região não dispunha de equipamentos modernos para alçá-las. O jeito foi improvisar com guincho a manivela.
Por Juliam Nazaré – No início dos anos 1980, a construção de um ginásio de grande porte dividia opiniões. Era considerada um mito por quem não acreditava na concretização do projeto. Depois, uma ousadia do prefeito João Arruda. Realizar uma obra considerada adequada para grandes cidades exigiu muito suor. Que o diga o engenheiro civil Xavier Robert Dompsin, que desde 1978 reside em Francisco Beltrão Beltrão. A ele foi destinada a parte mais delicada da construção: a colocação da estrutura metálica da cobertura. Foi ele quem a montou e instalou.
A região não dispunha de caminhões que levantassem as tesouras de 2,5 toneladas. Mas a criatividade e o improviso idealizados por Dompsin venceram as dificuldades. “Era algo muito avançado pra época”, recorda. O modo encontrado foi erguer o material com um guincho à manivela movido por dezenas de mãos.
“Não tínhamos guindastes, então dois iam manivelando, nove ficavam na corda e foram montando uma tesoura de cada vez. Essa obra de 50 toneladas foi feita de forma muito rústica e artesanal.”
João Arruda lembra que até então Francisco Beltrão possuía pequenos ginásios, como os do Barro Preto e um instalado no Parque de Exposições. “Era um sonho meu e dos esportistas construir um local grande e moderno, como o município merecia e carecia.”
O terreno foi doado pelo Real Beltronense e boa parte da construção foi feita com recursos próprios do município. “O governador Ney Braga me arrumou, na época, 20 mil cruzeiros. Mas eu tinha um mestre de obras excelente. Foi feito o projeto, unimos força e fizemos, mas muita gente achava que não conseguiríamos. Todo mundo ajudou, menos a oposição, que criticava e chegava a jogar pedra pra furar o telhado.”
Depois da entrega do ginásio de 4,2 mil m², o então prefeito, que hoje tem 84 anos, foi homenageado pela população que, num gesto de reconhecimento, voluntariamente deu o nome dele ao local.
