Você atingiu a métrica limite de leitura de artigos

Identifique-se para ganhar mais 1 artigo por semana!

Já sou assinante!

8.2 C
Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Aumento do diesel “esfria” procura por camionetes

Por Leandro Czerniaski – Veículos movidos à diesel sempre foram mais valorizados em relação aos modelos similares com motor flex ou gasolina – seja pelo torque, valor de revenda ou economia. Mas os aumentos do combustível, neste ano, estão mudando o mercado, principalmente de SUVs e picapes médias: é que o baixo preço do diesel em comparação com a gasolina deixou de ser um dos grandes trunfos deste segmento. No início do ano passado, o diesel custava cerca de 75% do preço da gasolina em Beltrão; hoje essa proporção de valor é de 135%.

Leonardo Ronsani, revendedor em Francisco Beltrão: tem SUV e camionete à diesel até abaixo da Fipe.

Com o aumento, o custo por quilômetro rodado ficou muito próximo em veículos flex e à diesel, mas a diferença de preços está pesando na decisão de quem compra. “Estamos vendendo cerca de 10 a 15% de camionetes do que vendíamos há alguns meses. E aumentou o número de clientes que querem dar um veículo à diesel na troca por um flex”, cita o revendedor de usados André de Souza, o Buda. Segundo ele, além do aumento do combustível, o valor dos veículos à diesel subiu mais do que outros e a manutenção e seguros também encareceram acima da média.

- Publicidade -

O revendedor Leonardo Ronsani, de Beltrão, vinha percebendo o mercado de camionetes bem aquecido até o início do ano, mas agora está recuando, assim como de outros veículos caros. “Reduzimos bastante o estoque de carros à diesel e mesmo assim demoram mais pra serem vendidos. Antes eram anunciados sempre acima da tabela, agora há opções pela Fipe e até menos.” Este cenário tem causado um aumento da procura por picapes médias flex, que estão mais escassas nas lojas.

Picapes à diesel estão consolidadas

No Brasil, desde os anos 1970, não há mais veículos de passeio e utilitários movidos à diesel. A legislação permite motores com esse tipo de combustível somente em ônibus, caminhões e picapes com mais de 1 tonelada de capacidade de carga ou tração 4×4. Essa motorização vem sendo a preferida em picapes médias – em 2017, mais de 80% das camionetes da categoria eram movidas à diesel, segundo a Revista Quatro Rodas – e as montadoras estão abandonando os modelos com motor a etanol ou gasolina. A Mitsubishi e Ford deixaram de oferecer L200 e Ranger flex há algum tempo, a Chevrolet tirou a S-10 flex de linha neste ano e a Toyota fez o mesmo com a Hilux.

O preço maior do diesel pode ser um cenário momentâneo e o público deste segmento é fiel, analisa o revendedor João Huning, que ainda vê muito mercado para esses veículos.
“Entre os SUVs há menos opções à diesel e as montadoras estão investindo em motores flex turbo, mas entre as camionetes há um público muito consolidado, pessoal que precisa de veículo com força e tração ou que roda bastante ainda está buscando muito um veículo à diesel.”

Diesel é mais “torcudo” e resistente, mas manutenção e emissão pesam contra


Alguns aspectos dos motores à diesel justificam sua preferência entre quem opta por uma camionete. O engenheiro mecânico Marcelo Da Corregio cita que são motores com torque (força) elevado, maior resistência a ficar tempo parado, com economia de combustível, mais duráveis para trabalho constante e que agregam melhor valor de revenda do veículo.

No entanto, tem algumas desvantagens. “A manutenção é mais suja e com menos especialistas com educação formal na área automotiva e a maior exigência tecnológica que motores flex tornam a manutenção mais complexa”, explica.

É um motor que também precisa de turbina pra ter bom rendimento, vibra mais e emite mais poluentes – principalmente os movidos a óleo do tipo S-500.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques