Se a previsão do Deral da Seab se confirmar, a região de Francisco Beltrão terá uma safra histórica. Foram 350 mil toneladas no ano passado; nesta safra pode passar de 1 milhão.
Por Leandro Czerniaski – Produtores estão otimistas com os resultados da safra 2022/23. A colheita de soja está se encaminhando para a reta final na região e o Deral/Seab (Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura) estima que a produção nos 27 municípios da região poderá alcançar 1,2 milhão de toneladas. É a melhor colheita de todos os tempos, resultado do aumento da área plantada e da contribuição do tempo.
“Tivemos alguns fatores que prejudicaram, como a falta de chuva e excesso de calor em alguns períodos, que acabaram afetando mais a região de fronteira, onde inclusive acionaram o seguro agrícola, mas na média geral os produtores vão colher entre 160 e 170 sacas por alqueire, o que é um ótimo resultado diante do que foi a safra passada”, comenta o técnico do órgão, Antoninho Fontanella.
Em 2022, a safra teve quebra de 73% na região devido à estiagem. Foram colhidas cerca de 350 mil toneladas, patamar próximo á produção de 20 anos antes. “Na safra passada a falta de chuvas afetou a produtividade; teve produtor colhendo 20, 30 sacas por alqueire, trazendo transtornos na hora de honrar compromissos e tendo que renegociar dívidas”, detalha o coordenador administrativo da Coopetradição, Deomir Deliberal. Neste ano, porém, a realidade é outra: produtores chegam contentes ao entreposto da cooperativa em Renascença e comemoram produções acima de 160 sacas/alqueire.
Produtores otimistas
No campo, o cenário é de otimismo. Albino Poposki, produtor na Linha São João, em Beltrão, está colhendo até 200 sacas por alqueire em algumas áreas. “A produtividade está muito boa, excelente”, comemora. Na Linha Buriti, as lavouras dos irmãos Schmitt foram afetadas por uma chuva de granizo no fim do ano passado e tiveram que plantar feijão. Mas onde não caiu pedra a colheita é farta. “Nessa área aqui estamos tirando em torno de 180 sacas [por alqueire], dentro da expectativa que tínhamos se tudo corresse bem”, diz João Schmitt.
Desafio na logística
A boa colheita contrasta com alguns gargalos. O primeiro é o preço da soja, que caiu cerca de 15% em comparação com o mesmo período do ano passado. O outro é a situação de estradas como a BR-277, que enfrenta bloqueios e atrasa o despacho do grão pelo porto de Paranaguá. Isso vem sendo um problema em armazéns da região, que estão com estoques cheios. A alternativa buscada por cooperativas e cerealistas é adiantar contratos para envio de soja e buscar outros portos no Sul do País, o que acaba encarecendo a logística.
Maior safra No Paraná e no Brasil
AEN – Os produtores paranaenses de soja poderão produzir, em uma área de 5,76 milhões de hectares, aproximadamente 20,89 milhões de toneladas de soja nesta primeira safra 2022/2023. Esse volume, se confirmado, será o maior da história no Paraná. As informações são da Previsão Subjetiva de Safra (PSS) divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
As expectativas para a cultura da soja representam um aumento de 70% no volume de produção comparativamente à safra 2021/2022, quando foram produzidas 12,31 milhões de toneladas. No Brasil, o IBGE calcula que a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar 302 milhões de toneladas, um novo recorde.
