Por Jônatas Araújo – De acordo com o relatório sobre acidentes de trabalho da Vigilância em Saúde de Francisco Beltrão, o município registrou 318 casos em 2023 e 369 em 2024, um aumento de 16% de um ano para o outro.
Dentre os 687 casos nesse período, 634 resultaram no afastamento dos profissionais por pelo menos 15 dias. Além disso, 34 acidentes foram graves, sete exigiram amputações e, em cinco casos, as vítimas não resistiram aos ferimentos.
Dalva Colling, diretora da Vigilância em Saúde de Francisco Beltrão, explicou que, para atuar profissionalmente no município, é exigida das empresas e dos autônomos a realização de todos os treinamentos e programas de segurança necessários de acordo com cada atividade. “A maioria das empresas tem funcionários treinados. Além disso, pra obter licença como pintor, pedreiro ou prestador de serviço, todos precisam passar por treinamento.”
A diretora ressalta que a maior dificuldade está nos profissionais autônomos e nas empresas que contratam terceirizados sem garantir que eles tenham os treinamentos adequados. “É um trabalho contínuo de conscientização. Todo trabalhador precisa estar treinado para realizar o serviço. Às vezes, eles acham que têm experiência, mas, embora dominem a prática do trabalho, não têm noção dos riscos a que estão submetidos.”
Trabalhador tem de voltar pra casa sadio
Além do uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual) por parte do profissional, Dalva destaca que as empresas precisam utilizar o EPC (Equipamento de Proteção Coletiva). Na construção civil, isso inclui proteções contra quedas em escadarias, nas periferias das obras e nos elevadores. Em empresas que utilizam maquinários, também são necessárias proteções para evitar acidentes. “Nosso objetivo é que todo trabalhador que sai de casa de manhã volte sadio e salvo no final do dia”, diz a diretora.
Mesmo exigindo o treinamento das empresas, o Departamento de Vigilância em Saúde já realizou cursos voltados à segurança e pretende continuar com essa ação, principalmente com o NR35, a Norma Regulamentadora que estabelece regras de segurança para trabalhos em altura.