Ele também comentou que a chegada do deputado Vermelho no PP não atrapalha seus planos de concorrer a deputado federal em 2026.

Ex-vereador de Francisco Beltrão, Ronaldo Bizotto teve seu nome cotado para concorrer a prefeito ou a vice-prefeito no ano passado. Mas não deu e ele acabou ficando na coordenação da campanha de Antonio Pedron (MDB) — que venceu o pleito. No começo da gestão municipal, respondeu, por alguns meses, da Secretaria de Captação de Recursos, mas deixou a pasta no mês passado. Filiado no PP, Ronaldo tem seu nome colocado para concorrer a deputado federal. A chegada do deputado Vermelho na legenda não atrapalha seus planos, ele disse. O PP e o União Brasil anunciaram a formação da federação União Progressista — tendo como pré-candidato ao governo em 2026 o senador Sergio Moro (União Brasil). Sobre esses assuntos, ele conversou com o Jornal de Beltrão. Confira.
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O PP e o União Brasil formalizaram a federação União Progressista. Você avalia que o nome do senador Sergio Moro (União Brasil) é o favorito para concorrer ao governo dentro da federação?
Ronaldo Bizotto – A federação foi realizada, porém alguns acordos políticos feitos entre os dois partidos ainda não chegaram até as executivas municipais, acredito que isso irá acontecer quando todo o acordo estiver documentado. Mas acredito que sim, Sergio Moro é o nome que será indicado pela federação para concorrer ao governo do estado, haja visto as últimas pesquisas realizadas em que ele aparece com amplo percentual à frente nesse momento. Essa porcentagem na frente também é um reflexo e se deve ao fato da formalização da federação, pois se tornou um dos maiores partidos a nível nacional e fortaleceu suas bases estaduais e regionais.
Como você defende que deve ser escolhido o candidato ao governo?
Nós vivemos o tempo da democracia, onde todos os partidos ou grupos políticos têm o direito de colocar um nome à disposição, não é diferente com a União Progressista, que trilha esse caminho e sempre buscou esse protagonismo em todas as esferas. Sergio Moro já havia manifestado esse interesse com antecedência, fato esse que se consolida através dos números que tem se apresentado pelas pesquisas. Sendo assim, acredito que é um nome que estará nas urnas em 2026, buscando o governo estadual.
Sua pré-candidatura a deputado federal está condicionada a ter um candidato forte ao governo?
O Partido Progressistas sempre teve uma decisão muito bem elaborada quando o assunto é a Câmara Federal, fato esse que é possível ver pelo resultado das eleições de 2022, quando nosso partido elegeu cinco representantes federais mesmo sem ter candidato ao governo. Naquela ocasião foi definido o apoio ao governador Ratinho Júnior [PSD]. Vou usar um termo muito usado por Ricardo Barros: “só perde eleições quem não disputa,” portanto nossa participação ocorrera independentemente de ter ou não candidato ao governo.
O deputado federal Vermelho é do Sudoeste e se filiou recentemente no PP. Isso atrapalha sua pré-candidatura?
O Partido Progressistas, hoje federação União Progressista, sempre constituiu uma chapa de candidatos a deputado federal muito forte, buscando eleger o maior número de deputados, fato esse que nesse momento e um dos partidos com maior número de deputados. A vinda do deputado Vermelho é mais um exemplo do tamanho e grandeza do partido. Hoje, com as fusões e federações, teremos grandes grupos e partidos políticos, então não muda nossa estratégia de concorrer no próximo pleito eleitoral a uma vaga federal.
Como você analisa o governo estadual?
O governo Ratinho Junior está em um bom momento em todas as áreas, seja educacional, saúde, infraestrutura, segurança e demais setores, porém, vale lembrar que em sua primeira gestão ele desfrutou de obras e recursos deixados pelo governo do Beto Richa [PSDB, 2011-18], exemplo disso são os recursos deixados em nossa cidade na construção do túnel das enchentes. Hoje, não podemos negar que nosso estado desfruta de um bom momento com crescimento na produção, melhorias de infraestrutura em todo o estado, melhoramento na parte de turismo e em várias outras áreas.
Você gostaria que o candidato da federação União Progressista ao Palácio Iguaçu fosse de situação ou preferiria que fosse de oposição?
Nós precisamos fazer o dever de casa, ter um nome forte, com reais chances de chegar ao governo, não distante disso, precisamos um governo visionário e com projetos audaciosos para a continuidade do crescimento do nosso estado. É certo que quando se tem um alinhamento político de situação, se tem uma maior facilidade na construção de projetos e viabilidade de recursos, portanto, vejo que a federação terá esse nome forte para o governo do estado, bem como vai trabalhar para ter um governo federal de situação no próximo pleito eleitoral.
Como você analisa o mandato do senador Sergio Moro?
Vejo com bons olhos o trabalho realizado por ele no senado federal, vale lembrar que ele esteve à frente da Lava jato, o que deu muita notoriedade, e pode mostrar que ao contrário do que muito sempre se falou, a justiça não é cega. Toda essa visibilidade tornou Sergio Moro um alvo. Seus passos precisam ser pensados e, de forma muito calma, articulados para que não tenha retaliações em sua candidatura no governo do Paraná. Precisamos também trazer aqui qual o papel principal do senador que por sua vez é diferente do deputado federal, pois o primeiro representa os estados, enquanto o segundo representa os interesses do povo. Sergio Moro tem desempenhado essa representatividade do estado no Senado, fato esse que hoje é líder na pesquisa voltada ao governo do estado.
O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, é claramente de oposição ao governo Lula. Mas o PP tem ministérios. Afinal, o PP é mais oposição ou mais situação?
O presidente nacional já destacou que o Progressistas é oposição; devido à federação, esse desembarque total do atual governo ficou em meio termo, mas assim que o novo estatuto estiver aprovado pelo TSE, haverá esse desembarque. Até o momento sempre se buscou a intermediação junto ao governo, porém os últimos fatos tem estado totalmente ao contrário do que o partido tem como regras e princípios. Muitas pautas do governo já tiveram voto contrário dos partidos da federação, exemplo disso foi a votação pela anistia, quando 68% do União Brasil e 78% do Progressistas votaram favorável ao regime de urgência. Isso prova que os partidos que agora estão federados estão muito próximos de uma ruptura com o governo federal.