Por Almir Girardi – Segunda-feira, 29 de agosto, eu e o Emerson levantamos às 7h. Estava muito frio e tinha geada. Liguei o Rádio na Educadora AM, de Beltrão. Preparamos o chimarrão. Nosso programa preferido é o Plantão Policial, apresentado pelo Luiz Carlos Maciel. Meu sonho é conhecê-lo pessoalmente. Além de fazer um programa muito bacana, o Maciel só fala coisas boas e de Deus. Após o café, eu e o Emerson fomos desmanchar a nossa estufa. Meu esposo, Edson Gás, faleceu dia 12 de outubro do ano passado. Então decidimos que vamos arrendar parte do sítio para os nossos vizinhos, os Pelosos.
A estufa está no caminho por onde vão passar as máquinas agrícolas. Vamos reconstruí-la em outro local. Trabalhamos até as 11h. Enquanto tomávamos mais chimarrão, preparei o almoço. Após o almoço, descansamos um pouco e continuamos trabalhando na estufa. Plantamos mais de 200 pés de frutas, entre laranjas e bergamotas que já estão produzindo.

Além de cuidar do sítio, o Emerson também trabalha por dia para os vizinhos e amigos. Às 18h, entramos em casa, tomamos banho e fomos, de moto, jantar na casa da minha tia e madrinha, Graciema Giovanoni. Ela mora perto. A janta estava muito boa. Às 22h, chegamos em casa. Daí, ouvimos alguns hinos de louvor pelo celular. Às 23h, fomos dormir, pois o tempo estava bastante frio.
Eu nasci dia 30 de julho de 1966 na comunidade da Seção Jacaré, em Beltrão. Depois, mudamos para a Linha Macagnan. Lembro a primeira vez que vi o Edson. Era um sábado à tarde, ele estava jogando baralho na bodega da Linha Macagnan. Gostei do jeito dele. Então pedi para o Gilberto Ceguetto, que namorava a minha irmã, Marilete, levar um recado pra ele: para conversarmos.
Gilberto atendeu o meu pedido e algumas semanas depois nós nos encontramos no mesmo lugar. O Edson veio até mim. Começamos a conversar e deu tudo certo. Começamos namorar. Ele era natural de Canela (RS). Namoramos dois anos e meio. Dia 15 de maio de 1992 nos casamos, num sábado, às 10h, na Paróquia São José, da Vila Nova, Beltrão. Lembro que fui para a Igreja num Fusca branco com o Arlindo e a Nair Jachini, nossos padrinhos. Quando chegamos na Igreja, o Edson estava lá. A celebração foi realizada pelo padre Afonso de Nijs. Tinha mais de 100 convidados e a festa foi no pavilhão da Linha Macagnan, onde nos conhecemos. Foi até a noite.
No domingo, a festa continuou. Teve almoço com as pessoas da nossa família, no sítio dos meus pais, seu Antônio e dona Lurdes Macari. Após o casamento, fomos morar em Marmeleiro, cuidar da chácara Tesser. Seis messes depois, fiquei grávida, mas perdi, eram gêmeos. Dia 27 de novembro de 1994, nasceu o Emerson. Depois, nos mudamos para o Divisor, em Eneas Marques. Fizemos várias mudanças, sempre trabalhando na roça.
Neste sítio, estamos morando já faz mais de 20 anos. Está sendo muito difícil ficar sem o Edson. Mas eu e o Emerson estamos seguindo firmes, em frente e sempre confiantes em Deus.