
JdeB – O plantio da soja inicia em setembro e termina em dezembro. E o milho pode ser plantado até fevereiro. É cedo, portanto, para prever, em percentuais, uma quebra para esta safra, devido à falta de chuva. Porque as plantas mais tardias ainda poderão pegar período de chuvas regulares. Mas certas lavouras, tanto de soja como de milho, já apresentam perdas irrecuperáveis, pelo “déficit hídrico” iniciado em novembro, intensificado em dezembro e, infelizmente, com risco de continuar em janeiro.
O Núcleo da Seab de Francisco Beltrão está em período de recesso e não tem, ainda, estimativas de perdas já consumadas, mas o técnico Antoninho Fontanella tem informações gerais que dão ideia do período vivido pela agricultura da região. Frases do Antoninho enviada ontem pela internet:
– Tem lavouras que já apresentam mais de 50% de perdas.
– Tem produtores pedindo Proago; querem que áreas de soja e milho plantado em setembro e outubro, e agora frustradas pela seca, sejam liberadas (dadas como perdidas), para antecipar o plantio da safrinha.
– Em agosto já havia previsões de falta de chuva de novembro a janeiro.
– Na região, esta é a quarta safra seguida com quebras acentuadas de produção “por falta de precipitações”.
– Nos municípios da fronteira tem chovido, mas com muita irregularidade.
– Em vários lugares tem gente puxando água para os animais e uso doméstico.

Faltou chuva em novembro e dezembro
O Simepar, que tem estação meteorológica no Aeroporto de Francisco Beltrão, registrou 92 milímetros de chuva em novembro e 74 mm em dezembro, até dia 27. É praticamente a metade da média histórica para esses dois meses.
Em Baulândia tem chovido
Renascença tem uma das maiores áreas de agricultura mecanizada da região. Muitas lavouras de soja e milho comercial. A comunidade de Baulândia está no meio dessas áreas altamente produtivas. E está, também, entre as áreas da região que têm recebido chuva quase regulamente.

“Aqui não dá pra se queixar de falta de chuva”, diz o produtor de leite Júlio Cesar Monteiro. Na propriedade de seu irmão João Monteiro, fora as áreas de pasto pro gado de leite, ele planta só milho, pra silagem. Parte da lavoura já está passando do ponto de milho verde e ele planeja colher lá por 15 de janeiro.
A variação de sua produção de leite se deve ao período de lactação das vacas, mas não por falta de chuva para a pastagem e o milho de silagem.
Na sede de Baulândia, quem atende a reportagem é dona Lorena Werner, porque o filho, Charles, tinha ido pra cidade. Ela confirma que, no que se refere a chuvas, “aqui está bom, volta e meia dá uma pancada, hoje também acho que vai chover”. Eles também já têm milho que passou da fase de milho verde e soja granando, com promessa de boa produção.
Os produtores de Baulândia levaram sorte que a chuva de pedra do último dia 20 de dezembro não chegou lá. Foi forte no Buriti, que é uma comunidade próxima, mas mal atingiu pontas de suas lavouras.