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sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Dengue é coisa séria: “enfrentaria a covid dez vezes”, diz Renato Tesser

Quem já enfrentou a doença relata fortes sintomas, dores no corpo e febre.

Renato Tesser conta que ficou duas semanas muito mal, com a dengue.

Por Niomar Pereira* – Agora que os casos da Covid- 19 começaram retrair na região, é a dengue que preocupa as autoridades de saúde e a população.  O boletim semanal da dengue publicado terça-feira, 8, pela Secretaria de Estado da Saúde registra 24.155 casos suspeitos, com 1.718 confirmações. São 311 casos a mais que o informe anterior. Os dados são do 28º Informe Epidemiológico, do novo período sazonal da doença, que iniciou no dia 1º de agosto e deve seguir até julho de 2022.

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Até o momento, 334 municípios registraram notificações de dengue, destes 175 confirmaram a doença, sendo que 137 municípios registraram autoctonia, ou seja, a dengue foi contraída no município de residência. Há ainda, 3.968 casos em investigação e nenhum registro de óbito neste período.

O município de Francisco Beltrão, neste mesmo boletim, é o terceiro do Estado com mais casos confirmados (123). Mas, segundo informação repassada pela Prefeitura, ontem, o levantamento da Sesa está defasado e os números já são maiores. A reportagem solicitou o levantamento atualizado, mas até o fim da tarde não foi encaminhado.

Pacientes relatam sintomas

Vanessa Mara Moresco começou a sentir dores no corpo, principalmente nas pernas, no fim da tarde de terça-feira, 8. À noite, o quadro piorou e teve febre. Na manhã de ontem foi para o hospital e o exame confirmou o que ela já suspeitava: dengue. O filho, Bernardo, teve dengue há cerca de 15 dias e o marido, Edmar, se sentiu mal domingo e segunda, ao fazer o teste, também positivou para dengue. O filho foi quem teve o quadro mais grave, ficando dois dias internado, mas se recuperou ainda na semana passada e o marido, apesar do mal estar, está bem e não deixou de trabalhar nenhum dia. Eles residem no Bairro Industrial, próximo do Rio Lonqueador.

Vanessa observa que os sintomas mudam de pessoa para pessoa. “O Bernardo, por exemplo, tinha sono e febre alta. Eu e o marido dor nas pernas e no corpo.”

Ataca sistema imunológico

A dengue ataca o sistema imunológico do paciente. Vanessa conta que depois de positivar, o hemograma (exame de sangue) mostra a contagem baixa de plaquetas e leucócitos. Por isso é importante ficar atento e acompanhar através de exames laboratoriais. A recomendação médica foi bastante hidratação, repouso e remédio para dor e febre (Dipirona).

Mesmo tomando todos os cuidados recomendados, Vanessa diz que sempre teve muito mosquito em sua casa. “Só que a gente nunca dava bola né, até acontecer com a gente.”

O Rio Lonqueador é bem próximo de sua residência e ela acredita que ali seja o principal foco de Aedes. “A água fica muito parada, porque é pouca chuva. O dia que o Bernardo positivou eu contei para uma amiga que trabalha no posto de saúde, ela avisou a Prefeitura e eles passaram fazendo o fumacê, mas só por isso. Depois nunca mais passaram. Acho que eles (Prefeitura) têm que tomar um pouco mais de providência.”

Pedro Martini, 15 anos, positivou para dengue sábado, 6. Até ontem ainda tinha um pouco de dor no corpo, mas já estava melhor. “Senti bastante dor no corpo e febre. Até achei que era covid, então fui fazer o exame. O médico só pediu para ficar de cama e beber bastante água.”

Ele reside no Bairro Luther King.  Na opinião do adolescente, tanto poder público quanto população deveriam se preocupar mais com a dengue.

Enfrentaria a covid dez vezes

Renato Tesser, músico em Francisco Beltrão, gravou um vídeo contando que ficou 14 dias mal em função da dengue. “A energia despenca, você fica fraco demais. Dor no corpo inteiro. Não se sabe direito onde dói, porque dói o corpo todo. A pele, o toque das mãos. Parece que milhares de agulhas entram na pele, acontecia comigo, principalmente depois do banho. Eu passei pela covid e te digo: eu enfrentaria a covid dez vezes, mas a dengue já fiquei com muito medo. Porque ela vai drenando as forças e pra evoluir pra uma hemorrágica é um passinho.”

Renato também relatou uma queda drástica no número de plaquetas no sangue. Renato falou que nos bairros Centro e Nossa Senhora Aparecida são centenas de casos. “No meu prédio tem sete pessoas.” Renato pediu que poder público, clubes de serviço, órgãos de imprensa e sociedade como um todo falem mais da dengue. “Eu fui na UPA me fizeram na hora exame de covid, mas não pediram exame da dengue. Me deram um relaxante muscular, que mais tarde fiquei sabendo não pode tomar relaxante muscular com dengue, me falaram depois no posto de saúde, onde me solicitaram o exame. Só pode Dipirona e Paracetamol. Não pode relaxante muscular, não pode antiinflamatório. São muitas situações que podem evoluir para um caso grave.” Renato cobra que o setor de Saúde seja mais assertivo na questão da dengue.  (Com informações AEN).

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