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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Deppen trabalha a ressocialização de presos

Dados indicam que 57,7% dos presos na região Sudoeste do Paraná são adultos jovens, pouco abaixo do índice do Estado, que é de 60%. Faixa etária entre 25 a 29 anos (23%), seguido de 30 a 39 e de 20 a 24 anos.


Credito: Acervo Deppen-CR7-GOAP-PEFB.

Por Niomar Pereira – Dados do Mapa da Transparência na Gestão Carcerária consultados pela reportagem do Jornal de Beltrão revelam o grande percentual de jovens encarcerados em todo o Estado. De acordo com o Departamento de Polícia Penal (Deppen), com números atualizados até o dia 2 de julho (a atualização é diária), um total de 2.056 presos foram registrados na região Sudoeste, destes, 1.187 (57,7%) são adultos jovens com idades até 34 anos. Em todo Estado, a mesma proporção é de 60%.

Os números refletem uma realidade que não é exclusividade local, mas um retrato do que ocorre em todo o País, em que há predominância significativa de pessoas jovens, do sexo masculino, cumprindo penas por tráfico, privadas de liberdade.

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Essa concentração de jovens na população carcerária reforça a importância de políticas públicas e programas de prevenção ao crime voltados para essa faixa etária. Especialistas consultados pelo Jornal de Beltrão reforçam que é fundamental investir em educação, qualificação profissional e oportunidades de inclusão social, visando a redução da criminalidade e a reintegração desses jovens à sociedade.

Os dados do Mapa da Transparência na Gestão Carcerária também evidenciam a preocupante superlotação no sistema prisional do Paraná. Com uma capacidade de vagas de apenas 1.498, a região enfrenta uma superlotação de 558 presos (acima do que poderia abrigar), o que agrava ainda mais os desafios enfrentados pelas autoridades e instituições responsáveis pela gestão penitenciária. No Paraná, 35.379 presos, sendo que a capacidade é de 28.211; superlotação de 7.168 presos.


Coordenador do Deppen cita esforços do Estado para a ressocialização

Marcos Andrade destaca ações de capacitação e reintegração de detentos visando sua reinserção na sociedade.

O coordenador regional do Departamento de Polícia Penal (Deppen), Marcos Andrade, relata que o Estado tem feito esforços, especialmente na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão (PEFB), com o objetivo de resgatar os jovens e capacitá-los para uma vida plena na sociedade. Dos 2.056 presos registrados na região, 1.187 são adultos jovens de até 34 anos.

Marcos relata que há um compromisso no Sudoeste em promover a ressocialização dos detentos. Segundo ele, a região apresenta números excelentes em comparação com outras áreas do Estado em projetos de geração de trabalho e educação aos presos. “A unidade prisional está em pé de igualdade com as unidades industriais, tanto no que diz respeito à mão de obra dos presos, quanto às parcerias estratégicas.” O objetivo é encaminhar os presos para convênios de trabalho, tanto dentro como fora das cadeias. Para isso, uma comissão de classificação avalia o perfil dos detentos, considerando aspectos processuais e humanos, para que possam ser inseridos no mercado de trabalho ao término de suas penas.

De acordo com ele, esse sistema é resultado de estudo, trabalho, orientação de grupos de trabalhos realizados na penitenciária. Todas as sextas-feiras, por exemplo, é promovido um programa voltado para os detentos que estão no último ano de cumprimento de pena, oferecendo atendimento psicológico e assistência social. Durante essas sessões, os presos analisam o panorama geral de suas vidas, para que possam aproveitar a oportunidade de reintegração na sociedade após o cumprimento dos requisitos acordados. “Estamos trabalhando para quando estas pessoas saírem, e um dia vão sair, ao fim do cumprimento da pena, possam estar inseridas no mercado de trabalho.”

Ele ressalta que ninguém permanece na prisão durante toda a vida e, ao progredirem para o regime semiaberto, os detentos têm a chance de serem harmonizados e utilizarem tornozeleiras eletrônicas. “Dessa forma, eles podem sair da prisão em melhores condições de quando foram encarcerados, preparados para enfrentar a realidade e recuperar seus direitos que foram temporariamente suspensos.”

O representante do Deppen salienta ainda que todos os esforços são feitos para devolver o preso melhor para a sociedade. “Nós temos feito esse trabalho de conscientização, oferecendo oportunidades de trabalho e estudo, pois a única coisa que pode mudar o ser humano é o aconselhamento, trabalho e estudo e isso nós temos tentado disponibilizar.”

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