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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.212

27/05/2025

Falta de motoristas é um dos desafios para o futuro dos transportes

Pesquisas brasileiras estão antecipando um cenário já verificado em outros países: 81% das empresas de São Paulo já disseram sofrer com a escassez de caminhoneiros, o número de condutores habilitados na categoria C, caiu 26% em cinco anos, a média de idade dos profissionais do volante está cada vez maior e, entre os motoristas que mudam de profissão, 80,8% atribuem a decisão aos baixos salários da categoria.

Estes são dados recentes do Instituto Paulista do Transporte de Carga e Confederação Nacional dos Transportes e que lançam luz sobre a necessidade de tornar a profissão de motorista mais atrativa – em 2015 e 2018, durante as greves do setor, o Brasil teve uma amostra de como essa mão de obra é essencial ao País que escoa 75% de sua produção por rodovias.

A dificuldade em encontrar profissionais também é um problema na região, segundo o presidente do Setcsupar (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Sudoeste do Paraná), Luiz Carlos D’Agostini. “Esse cenário de falta de motoristas vem se acentuando neste último ano, principalmente para viagens mais longas, como com caminhões câmara fria ou nove eixos”, comenta o líder sindical do setor.

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D’Agostini aponta que há mais profissionais preferindo trabalhar em trechos mais próximos e, com a falta, empresas estão remunerando melhor os motoristas de longas viagens, que chegam a faturar 12% de comissão no frete, além de salário fixo.

Falta de motoristas é um dos desafios para o futuro dos transportes. Foto: Leandro Czerniaski

A pesquisa CNT Perfil Empresarial, concluiu que 45% das empresas de transporte rodoviário de cargas precisam lidar com a carência de profissionais em diversos setores: 65,1% dos empresários citaram não encontrar motoristas com facilidade.

Presidente de umas das maiores cooperativas de transporte do Estado, Ezídio Salmória, reforça a tese de que está mais difícil conseguir bons motoristas, principalmente se for para longos períodos longe de casa, mas é otimista em relação à melhoria das condições da categoria.

“Tivemos muitos avanços nos últimos anos. Hoje, o motorista viaja com mais conforto, com jornada regulada, tem condições de se qualificar mais, acompanhamento na área de saúde pelo Sest/Senat e bons salários e bonificações que variam conforme a empresa. Esperamos que isso seja como um incentivo para atrair os mais jovens para a profissão”, destaca o presidente da Coptrans, que tem cerca de 350 veículos associados rodando.

A preocupação maior das entidades é que a falta de motoristas seja um gargalo para a distribuição de cargas, por isso alertam que o País precisa prevenir situações como a do Reino Unido, que precisa “importar” mão de obra para o setor. Mesmo a evolução tecnológica dos veículos não será capaz de substituir esse tipo de profissional no curto e médio prazo.

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