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terça-feira, 17 de junho de 2025

Edição 8.227

17/06/2025

Gata que venceu câncer morre com sinais de envenenamento. Polícia Civil irá investigar

Pretinha era o xodó das filhas de Joel, moradores do bairro Alvorada


O vigilante Joel dos Santos com cão e gatos que cria em casa, no Bairro Alvorada. Foto: Juliam Nazaré.

Desde o dia 8 de maio, a família de Joel dos Santos, no bairro Alvorada, em Francisco Beltrão, enfrenta a dor de ter perdido a gata Pretinha, encontrada agonizando com sinais de envenenamento. O animal era o xodó das filhas adolescentes de Joel, que têm 9 e 14 anos. Na casa, eles têm outros gatos e um cachorro. Gostam dos bichinhos e, como não foi a primeira vez que encontraram um deles morto e com indícios de morte provocada, resolveram procurar a imprensa.

Natural de Penedo (AL), Joel trabalha como vigilante em Beltrão há 11 anos. A gata “Pretinha”, conforme a família, foi encontrada nos entornos do Lago Alvorada. Ela superara, há três meses, um câncer. O processo de superação da doença aproximou ainda mais o animal dos tutores. “Nós tínhamos dez gatos, porquinho-da-índia, vários outros bichinhos, só que eles são muito frágeis. A gente foi comprando por causa das meninas. Os que eu achava que eram imortais eram os gatos, porque dizem que têm sete vidas… Minha esposa vê um gato abandonado e, se não temos um igual, ela traz pra casa”, conta Joel.

Não foi a primeira vez

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Joel registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil. Ele não sabe o que pode ter motivado o envenenamento, mas desconfia que pode ter alguma relação com instinto de liberdade dos gatos, com capacidade de pular muros e, assim, ter avançado sobre o pátio de algum vizinho. “Gato é diferente do cachorro. Se você pegar um chinelo ou uma vassoura, ele corre. Reclamaram dos gatos na horta e até falaram que iam processar a gente. Mas eu já tinha falado para minha esposa, semana retrasada, porque já perdemos outro gato. A gente tinha um siamês, e um dia minha esposa foi para a igreja e, quando saiu, encontrou o gato morto ali fora, todo babado e sujo. Com certeza, o veneno causa uma dor muito forte, que ele não consegue segurar.”

Veterinário atendeu o caso

A Pretinha foi encontrada por Joel já agonizando. Desesperado, entrou em contato com o médico veterinário Ademar Garcia. “Ele me ligou, contando que a gata babava muito, que não tinha controle de urina. Eu estava na estrada, cheguei dentro de uma meia hora, passei em casa, peguei meus equipamentos e cheguei lá, mas aí o animal já tava em óbito”, relata o profissional.

Segundo o veterinário, como encontrou a gata morta, não pôde precisar se houve, de fato, o envenenamento, apesar dos sinais. Neste caso, é necessário pagar por uma autópsia. “O bichinho tava molhado, provavelmente de urina, com sinais de baba na boca”, acrescenta Ademar.

Três meses após superar câncer, Pretinha morreu com sinais de envenenamento. Foto: Reprodução.

Tutor supera perda à base de remédios

Para manter o equilíbrio emocional, Joel afirma que apelou para remédios tarja-preta, como rivotril. Tudo para aliviar a dor da perda de Pretinha. “Foi um choque. Achei uma covardia muito grande. Depois de superar um câncer agressivo, minha filha a chamou de Fênix porque a gata ressurgiu, e agora morreu desse jeito. E eu a encontrei assim, sem poder fazer nada, indefesa… Ela ficava miando, como se pedisse ajuda.” Por conta do histórico, a família já cogitou se mudar e também doar os animais de estimação.

Polícia Civil vai investigar

O delegado da Polícia Civil Anderson Andrei, de Francisco Beltrão, explica que o envenenamento de animais enquadra-se no crime de maus tratos. Tratando-se de cão ou gato, a pena é maior e pode chegar a cinco anos, além de multa.

“Tomando conhecimento, acionamos o setor de investigação e chamamos os demais órgãos de proteção animal que nos auxiliam, como o Centro de Zoonoses e ONGs. Sendo cão ou gato é um crime de maior potencial ofensivo.” O caso envolvendo a morte de Pretinha agora será investigado.

Joel crê na lei do retorno

De qualquer forma, Joel acredita que “cedo ou tarde, o boleto vai chegar pra essa pessoa. Um dia, ela vai se perguntar por que determinada coisa tá acontecendo e aí vai se lembrar que tirou a vida de animais inocentes”.

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