Diariamente são ofertadas mais de 200 vagas na Agência do Trabalhador, mas parte delas não são preenchidas.
O novo prefeito do município de Francisco Beltrão, Antonio Pedron (MDB), e a vice-prefeita, a professora Lurdinha Bertani (Podemos), ex-diretora de escola estadual e do Núcleo Regional de Educação, querem dar ênfase à educação e à capacitação profissional na gestão 2025-2028. Contatos já foram feitos com as direções do Senac e da UTFPR no sentido de aumentar a oferta de cursos com vistas ao atendimento das demandas locais e regionais.
O secretário municipal de Indústria, Comércio, Turismo e Serviços, Lucas Gomes de Oliveira, destaca que “uma das propostas do prefeito Pedron [na campanha eleitoral] foi a questão da qualificação de mão de obra. Eu trabalhei muito tempo também, enquanto professor universitário e tenho grande experiência nessa área de qualificação. Então, a gente está fazendo um grande projeto para essa parte de qualificação de mão de obra, inclusive já pleiteamos junto ao Governo do Estado, vamos ter esse ano em Beltrão as carretas do Qualifica Paraná, em Francisco Beltrão, já temos a palavra do secretário estadual Mauro Moraes e já temos o protocolo. Eu acredito para o mês de abril, a primeira formação”.
Qualifica Paraná
O Projeto Qualifica Paraná é promovido pelo Governo do Estado, implementado pela Secretaria Estadual de Trabalho, Qualificação e Renda, que contratou o Senai/PR para fornecer capacitações presenciais, com o uso de equipamentos itinerantes denominados de Unidades Móveis.
Lucas argumenta será muito bom ofertar mais cursos de qualificação profissional “porque hoje Beltrão tem em torno de 212 vagas abertas, de forma constante, na Agência do Trabalhador. São vagas, nós vivemos em pleno emprego, falta mão de obra. Então, o nosso trabalho agora é o quê? É buscar essas pessoas que não estão no mercado de trabalho, oferecer para elas um curso de qualificação, para que elas consigam ter uma oportunidade de entrar nesse mercado”.
O primeiro curso das carretas do Governo do Estado será para usinagem TNC, uma necessidade em Beltrão e que não é ofertado pela unidade do Senai. Lucas acredita que o primeiro curso deve ser realizado em abril, com duas turmas – uma de tarde e outra de noite, com 16 vagas para cada turma. Para o segundo semestre, mais 32 vagas com a capacitação para mecânica de motos e mecânica náutica.
Outras parcerias
A proposta é que o Qualifica Paraná continue promovendo cursos em Beltrão em 2026. Mas outras parcerias devem ser firmas com sindicatos empresariais, Senai, Senac e as universidades.
“A gente está, vamos dizer assim, lapidando esse projeto, construindo ele, com o apoio aqui da Gabriele [Dalla Valle], para nós implementarmos e que seja algo perene e que isso ocorra de forma natural na nossa comunidade”.
Há uma perspectiva de envolver nesta proposta de capacitação a UTFPR, campus de Francisco Beltrão, para que sejam abertos cursos tecnologia visando atender a demanda das empresas locais e regionais na área de alimentos, leite, cooperativismo, informática/inovação e agronegócio.
Proposta à UTFPR
O secretário municipal conta que já houve um encontro com a direção do campus da UTFPR. “Essa nossa conversa foi muito produtiva. A gente conseguiu ver que a UTFPR pode ajudar o município em muito. Estávamos sedentos dessa conexão entre o município e a UTFPR. Então, eles ficaram muito felizes com a nossa visita. A deputada Luciana Rafagnin [PT] também apoiou de forma muito espontânea e com grande brio para que este projeto aconteça”.
A administração municipal ficou de enviar um ofício à UTFPR expondo a proposta oficial para a parceria. “Hoje a UTF tem espaço físico, tem interesse, tem essa vontade, tem corpo técnico. Então, a gente vai muito em breve dar andamento nisso também”, informou Lucas.
Foi formado um grupo de trabalho com representantes da Secretaria Municipal de Indústria, Comércio, turismo e Serviços e da UTFPR. “Mas agora a gente está formalizando isso, documentando todos esses termos que precisa para a partir disso a gente dar seguimento”, explica.
O professor Hernan Vielmo diz que uma das questões pensadas é buscar o apoio das forças políticas para tentar junto ao Ministério da Educação a abertura de novos cursos na área de tecnologia, que têm menos anos de duração e menor carga horária e são mais focados em atender as demandas locais.
