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Francisco Beltrão
terça-feira, 10 de junho de 2025

Edição 8.222

10/06/2025

COLEÇÃO CRESCENDO

Por hobby, Júlio Vendramini faz miniaturas dos caminhões do pai

Trabalho tem chamado atenção pela qualidade, mas ele não vende as miniaturas que já foram confeccionadas.


Pai Nelson e a mãe Jucirlei, e Júlio Vendramini: a paixão por caminhões veio dos pais. Foto: Arquivo Pessoal.

Por Alexandre Bággio – Quem acompanha a programação do comunicador Júlio Vendramini, 23 anos, nas rádios Educadora e Vizi FM, de Dois Vizinhos, percebe que ele tem muita familiaridade com caminhões.

Essa paixão vem de família: seu pai, Nelson, é caminhoneiro e a sua mãe, Jucirlei, é proprietária da Vendramini Recuperadora, uma oficina de veículos pesados e, esse ambiente, fez com que ele convivesse com esse tipo de veículo desde muito cedo. “Eu sempre ia com o meu pai nas mecânicas, nos postos, viajava, até perdia aula pra estar com ele em alguns momentos. Eu gostava de ver os caminhões, sempre tive essa relação. Quando eu tinha pouco mais de 10 anos, comecei a correr atrás dos caminhões pra tirar fotos. A gente teve um grupo, um Flogão, e postava as fotos na Internet, gravava vídeo pro YouTube, até montarmos o Grupo Elite Duovizinhense, que segue até hoje, mas eu não estou mais. A gente era uns cinco, seis, que iam tirar foto, ia em festa de motorista e isso fortaleceu meu amor por caminhões”, diz.

Uma forma de conservar a sua paixão é fazendo miniaturas dos veículos que seu pai teve. “Eu comecei com isso também na época que a gente fazia essas fotos porque eu fazia parte de muitos grupos. Vi um pessoal que personalizava miniaturas. Eles pegavam na loja de brinquedos, desmontavam, pintavam as rodas e faziam uma escrita, um adesivo, colavam, e eu vi aquilo e achei legal. Aí eu tentei fazer nas minhas. Fui nas lojas de brinquedos, achava miniaturas prontas e só arrumava. Desmontava tudo, erguia a traseira, rebaixava a frente, pintava a roda, aí eu fiquei fazendo isso por um bom tempo. Cheguei a estar num grupo de miniatura com gente de todo o Brasil, que era o GDM, Galera da Miniatura, que posteriormente virou o GPM, Galera Parceiros da Miniatura, mas isso há muito tempo. Aí eu parei de mexer com isso”, lembra.

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Recentemente, percebendo que a tecnologia desenvolveu e oferece mais possibilidades, ele resolveu voltar a fazer as miniaturas. “Em 2022 eu vi que mudou tudo. A galera já fazia muita coisa em resina, laser, você compra as peças de fornecedores do teu jeito, não precisa mais fazer do modelo que tem nas lojas de brinquedo. Se você quer um 113, um Volvo FH, um Actros, um Scania, você faz do jeito que quiser. Ai se quiser bitrem, rodotrem, carreta de gás, enfim, o que quiser. Quando voltei achei vários fornecedores, as peças e encomendei um bitrem para um FH que eu tinha. Montei e ficou lindo. Aí voltei a fazer”.

Coleção crescendo
A coleção está crescendo. “Hoje eu tenho um bitrem, três LS e um truck na coleção. Para selecionar os modelos dos caminhões, eu sempre pego algo que meu pai já trabalhou. Cada caminhão tem um significado especial. O primeiro bitrem que eu fiz foi porque meu pai tinha um quando eu estava com uns 14, 15 anos. Depois eu fiz um Actros que era o cavalinho do bitrem, mudei cor e tudo mais. Muito tempo atrás meu pai trabalhava no Gás Alberton e puxou, por uns 20 anos, os botijão de gás e eu fiz o modelo exato do caminhão dele, que era um 1634 na carreta LS. Essa, inclusive, eu acho que é exclusividade no Brasil, nunca vi uma miniatura de caminhão de gás do modelo que eu fiz. Agora, e estou fazendo um a câmara fria LS para o caminhão FH que é o que meu pai trabalha agora. Eu não faço exatamente em réplica, mas pego a mesma marca e altero como se eu fosse o motorista do caminhão, como eu deixaria ela”, completa Júlio.

O caminhão câmara fria que seu pai transporta ovos férteis e a miniatura no destaque. Foto: Arquivo Pessoal.

Não vende
As encomendas chamam a atenção, mas Júlio faz por hobby e não comercializa. “É um trabalho que me deixa mais tranquilo e como eu conheço bastante de caminhão acabo conseguindo montar as miniaturas. Eu sempre penso como vou querer e vou fazendo. Todas tem ficado muito bonitas, lindas. Tenho muito orgulho de saber que fui eu que fiz. Eu não vendo. Sempre que eu posto tem gente querendo encomendar, mas não é viável porque eu não tenho as máquinas, fica difícil, vem uma coisa de cada lugar, por exemplo, a roda de Cascavel, a cabine de Goiás, outras partes de São Paulo, aí fica difícil a questão dos fretes. Faço pra mim mesmo.”

A miniatura do caminhão que seu pai transportava gás é uma das que Júlio mais gosta. Foto: Arquivo Pessoal.

Ele participa de um grupo com os amantes de miniaturas. “Estou no GEM [Elite da miniatura] e sou a unidade 020. Lá tem as unidades mais bonitas de miniatura. As minhas são todas na escala 1/32. Eu não tenho um caminhão pra mim, então faço minhas miniaturas”.

Não pensa em viajar
Atualmente, Júlio está fazendo a habilitação para poder dirigir caminhão e pensa em poder ajudar o seu pai. “É mais por ele. Ele nunca falou pra eu trabalhar com isso, sempre falou pra eu não ser caminhoneiro porque é muito sofrido e, de fato, eu concordo, mas estou fazendo porque eu gosto. Eu criei gosto por esse mundo, gosto de ver o lado bom da profissão. Eu curto muito estar na estrada, dirigir carro e logo vou poder dirigir caminhão também”, relata.

Mesmo quando tiver a habilitação, Júlio não pensa em viajar sozinho. “Eu não piro em pegar a estrada, só se precisar fazer uma viagem para o meu pai. Não descarto, nas férias, fazer algo, mas trabalhar com isso não é minha intenção. Eu tenho, inclusive, o EAR na CNH, que é pra quem trabalha com caminhão, mas fiz porque gosto, não penso em trabalhar.”

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