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Francisco Beltrão
sábado, 14 de junho de 2025

Edição 8.226

14/06/2025

Com leucemia, Vanessa Cenci busca doador de medula

Diagnosticada com leucemia mieloide crônica em 2016, a beltronense Vanessa Cenci vive uma longa batalha pela vida e, agora, precisa da solidariedade de um doador de medula óssea compatível para seguir lutando contra a doença.

Vanessa: preciso de algo que está fora do meu alcance, um doador compatível.

Tudo começou com sintomas que, à primeira vista, pareciam comuns: dores de cabeça, cansaço excessivo, febres frequentes, dores nas articulações, manchas roxas pelo corpo e uma perda repentina de 10 quilos. Porém, a cada ida ao médico, os diagnósticos apontavam para outras doenças, até que, por iniciativa própria, Vanessa resolveu realizar um hemograma. O exame acendeu o alerta e, após passar por vários médicos em curto espaço de tempo, realizar novos exames e duas punções de medula óssea, veio a confirmação da leucemia.

Desde então, ela realiza tratamento no Hospital de Clínicas, em Curitiba, atualmente com quimioterapia via oral e outras medicações de suporte. Em dezembro de 2023, no entanto, a resposta ao tratamento diminuiu drasticamente. Com a perda da resposta molecular e sucessivas reações adversas às quimioterapias utilizadas em 2024 — como derrame pleural, derrame pericárdico, hepatotoxicidade e problemas renais —, a equipe médica identificou que o transplante de medula óssea se tornou a alternativa mais indicada.

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“São anos de luta, de idas e vindas ao hospital, de adaptação constante, de fé e esperança. Mas agora preciso de algo que está fora das minhas mãos: um doador compatível”, frisa Vanessa.

Por um breve momento, a esperança se acendeu

Apesar dos desafios enfrentados, Vanessa chegou a vislumbrar uma possibilidade concreta de realizar o transplante de medula. Uma doadora internacional foi localizada e a compatibilidade era de praticamente 100%. Por instantes, a esperança de uma cura pareceu mais próxima. Porém, devido a um único marcador HLA sinalizando incompatibilidade, o processo não pôde seguir adiante.

“Recentemente, encontramos uma doadora internacional que parecia quase perfeita — ela era compatível comigo em 11 dos 12 marcadores. Quando há apenas um marcador diferente, dizemos que o doador é quase 100% compatível. Mas nem sempre isso é suficiente. Tudo depende de qual marcador é o incompatível”, explicou Vanessa.

Esses marcadores, chamados de HLA, são uma espécie de “impressão digital” do sistema imunológico. Eles ajudam o corpo a reconhecer o que é próprio e o que é estranho.

“Muitos me perguntam porquê um único marcador pode impedir o transplante. A resposta está no peso de cada um deles. Um dos principais, o HLA-DRB1, é extremamente sensível. Se ele for incompatível, o risco de rejeição ou de complicações graves, como a Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro, é muito alto”, explica Vanessa. “E, infelizmente, a minha doadora tinha exatamente esse tipo de incompatibilidade. Por isso, a equipe médica decidiu que o transplante com ela seria muito arriscado. Hoje, sigo na busca por um doador 100% compatível.”

Como ser um doador de medula óssea?

O processo para se tornar doador de medula óssea é simples e pode fazer toda a diferença na vida de alguém. Para se cadastrar como doador voluntário, é necessário ter entre 18 e 35 anos, estar em boas condições de saúde, comparecer a um hemocentro, preencher um formulário com dados pessoais e de saúde e doar uma pequena amostra de sangue para análise do HLA — exame que identifica a compatibilidade genética.

Caso haja compatibilidade com algum paciente, o voluntário é convocado para exames complementares. Se a compatibilidade for confirmada, a doação é realizada com acompanhamento médico. O procedimento é seguro e pode ocorrer de duas formas: por punção da medula (com anestesia) ou por coleta de células-tronco do sangue, dependendo do caso.

Em Francisco Beltrão, o cadastro pode ser feito diretamente no Hemonúcleo Regional.

Uma chance para quem espera

A probabilidade de um paciente encontrar um doador compatível fora da família pode ser de até 1 em 100 mil. Por isso, quanto maior o número de pessoas cadastradas, maiores as chances de salvar vidas — inclusive a de Vanessa Cenci, que atualmente busca um doador 100% compatível.

“Tem muitas pessoas como eu, esperando por alguém que, com um simples gesto, pode devolver a esperança. Não é só por mim, é por todos que estão na fila. Doe medula. Seja a cura de alguém”, afirma Vanessa.

Mais informações estão disponíveis em: https://redome.inca.gov.br ou diretamente no hemocentro mais próximo.

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