A declaração é de Raquel Rodrigues Bianchin, mãe adotiva e uma das coordeandoras do Grupo de Apoio à Adoção.

Raquel Rodrigues Bianchin é mãe adotiva e uma das coordenadoras do Grupo de Apoio à Adoção de Francisco Beltrão, fundado em 27 de setembro de 2014, com o objetivo de desmistificar a adoção. “Debatemos sobre a adoção em todos os vieses, seja na educação, seja na criação de vínculos, da motivação que leva as pessoas à adoção, os mitos e as verdades, as dificuldades. A adoção, assim como nossa vida no todo, não é um mar de rosas; ela tem as dificuldades.”
Raquel é mãe de Amanda, 13 anos, Nátaly, 10 anos, e Jorge, também 10 anos – são apenas dois meses de diferença. Quando fala em desmistificar a adoção, ela se refere à antiga visão de que se trata de um ato de benevolência, de caridade, sendo que o maior intuito da adoção é formar famílias que queiram ter filhos, mas que não possam ou que possam biologicamente, mas optam pela adoção também. Todos os interessados podem participar do grupo, não há restrições.
É um espaço em que se fala de família, de criação de laços, sendo adotivos ou não. “A única diferença que vemos da adoção pra gestação é a forma como chegam as crianças. Na gestação, você tem um tempo programado e ela pode se concretizar ou não; na adoção é um tempo indeterminado pra se concretizar, mas ela se concretiza, só não acontece se você desistir, se você não quiser, se parar com o processo.”
Além disso, toda adoção é planejada, pois há um tempo de preparação. “Apesar de que a gente acha que nunca está preparado pra atuar nesse papel de pai e mãe. É um aprendizado a todo momento, assim como as crianças aprendem a ser filhos, nós aprendemos a ser pais”, diz Raquel.
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Reuniões
Até o início da pandemia, as reuniões eram presenciais, sempre no último sábado de cada mês, das 15h às 17h30. No momento, o grupo está em busca de um local, pois a sala que estava disponível na Ação Social, agora está ocupada por outra entidade. “Antes, também, as crianças – que são nossos filhos, sejam biológicos ou adotivos – participavam das reuniões, então, a gente ocupava duas salas. Com a pandemia, a gente voltando, as crianças não vão por questão de protocolo, de cuidado mesmo.”