A Comfrabel está em processo de liquidação. Tem muitas dívidas, principalmente com instituições de crédito. É uma pena que problemas tenham acontecido com esta organização que surgiu na década de 60 e deslanchou na década de 80 com a instalação de laticínio e fábrica de ração.
Se estivesse na ativa, hoje, certamente teria ampliado sua área de atuação para outras regiões, como Realeza e Dois Vizinhos. Certamente, também, hoje não estaria mais apenas com leite e ração. Poderia estar industrializando outros produtos e estaria consolidada como a segunda maior empresa do município – e uma das maiores da região -, só atrás da BRF. Aliás, poderia ser uma rival da BRF na compra de milho e soja.
O número de cooperados da Comfrabel é superior a cinco mil. Poderíamos, hoje, ter até mais agricultores integrados.
Em Toledo, a antiga cooperativa fechou, mas surgiu outra que vem ganhando espaços nas regiões Oeste e Sudoeste. O desencanto com a Comfrabel foi grande por parte dos agricultores, algo compreensível, mas o tempo mostra que o sistema cooperativo é um dos mais importantes meios de gerar riquezas, distribuir renda e arrecadar impostos.
Temos bons exemplos com as cooperativas de crédito e a Coasul. Torço para que, no futuro, possamos ter novamente uma cooperativa agropecuária beltronense, como Pato Branco estruturou a Coopertradição. Nada contra outras cooperativas, até porque a concorrência é importante para o sistema capitalista e para dar assistência técnica e apoio aos agricultores.
No caso da Comfrabel, resta esperar que os novos diretores possam saldar os débitos e distribuir os valores de cotas aos cooperados, se isso ainda for possível.
Flávio Pedron
Jornalista do Jornal de Beltrão.