Aquela melodia que traz bem-estar ou lembranças nem tão boas assim.

Há os apaixonados pela música, que cantam ou tocam algum instrumento musical, assim como há aqueles que apenas admiram esta arte. Pra Mauro César Cislaghi, a música entrou na sua vida muito cedo.
Aos 10 anos, começou a fazer aulas de violão, mas ainda mais novo adorava fazer sons percussivos com caixas de papelão e panelas. Em 2004, começou a atuar como maestro e atualmente rege o Coral e a Orquestra da UTFPR-FB, que estão com os ensaios suspensos, por isso ele está preparando novos arranjos.
“A música faz o cérebro liberar uma substância chamada dopamina, que, entre outras ações, causa prazer. Músicas mais calmas, mais lentas, com um intervalo mais consonantes, intervalos com menos tensão em termos sonoros auxiliam as pessoas a se acalmarem. Só que é interessante a gente observar que não precisa ser só com música calma. Algumas pessoas escutam um rock, que traz uma sensação boa, ou uma música clássica, ou uma música antiga que lembra o avô, por exemplo. É interessante que cada pessoa vai ter determinados gêneros musicais ou músicas específicas que vão trazer essa sensação boa.”
Segundo Mauro, algumas pessoas optam por aprender instrumentos musicais, porque se identificam com o som do instrumento. “Cada instrumento musical tem um timbre diferente; timbre é a qualidade do som, identidade do som, então, às vezes, as pessoas escutam violino, se identificam e querem aprender a tocar, ou um piano, um violão. O aprendizado do instrumento musical é muito bacana, porque também dá uma sensação de prazer e auxilia na memória, coordenação motora, desenvolvimento da percepção musical, tem diversos fatores, além da socialização.”
Pra criança, a música é fundamental, porque “ativa os dois lados do cérebro e tem todas as questões que já mencionei, como prazer, socialização, coordenação motora, desenvolvimento auditivo e também a questão dos sentimentos”. Quem está fazendo música, seja cantando ou tocando, acaba se centrando mais; o que é muito importante pra criançada. “Diversas pesquisas comprovam o quanto a música é importante, não só pro desenvolvimento da criança, mas pros jovens e pros adultos. É muito saudável.”
Musicoterapia
Mauro destaca que o caráter terapêutico, tanto que existe graduação em musicoterapia, na qual o terapeuta se utiliza de elementos musicais e de músicas específicas para trabalhar possíveis bloqueios. A própria música, em geral, é uma terapia, tanto que há relatos de pessoas que se sentem melhores após ter aprendido a tocar um instrumento ou a cantar em um grupo. “Por exemplo, no coral e na orquestra da UTFPR, já ouvi participantes comentando: ‘Pra mim cantar aqui no coral é uma terapia, esses dois dias de ensaio’. Isso traz um bem tanto no sentido de estarmos produzindo música, quanto no sentido das aplicações musicais. A gente se sente realizado, o feedback muito bom.”