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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

A neoplasia mamária é a segunda principal causa de câncer em cadelas e gatas

Dr. Ronivan Gobbi, da Clinicão, esclarece algumas dúvidas.

Dr. Ronivan Gobbi, da Clinicão, e Milka, paciente de câncer de mama.

A pequena Milka, uma yorkshire de 13 anos, passou por um procedimento cirúrgico para tratamento de câncer de mama, há seis meses. Dr. Ronivan Gobbi, da Clinicão, precisou submetê-la a uma mastectomia total. Milka apresentou boa recuperação; estão sendo feitos exames pós-operatórios através de raio X e ultrassonografia. Ela está evoluindo bem e com qualidade de vida.

A neoplasia mamária é a segunda principal causa de câncer em cadelas e gatas. O câncer de mama também pode acometer cães machos, mas isso está associado a tumores testiculares. “Tirando os tumores linfoides em gatos e tirando as neoplasias cutâneas em cadelas, a mamária é o tipo de neoplasia mais comum. Existe incidência muito grande tanto em gatas quanto em cadelas.”

As causas do câncer de mama são multifatoriais, com fatores genéticos, ambientais, nutricionais e hormonais. Animais obesos, por exemplo, têm predisposição maior para desenvolver tumor de mama. O uso de anticoncepcionais pode influenciar, por isso a importância da castração. “Após o animal já ter desenvolvido o câncer de mama, não existe comprovação científica que a castração vai fazer com que evite a reincidência do câncer de mama ou a possibilidade de fazer uma metástase. Então, a castração não é uma necessidade de tratamento cirúrgico, quando o tumor de mama está instalado.”

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A identificação do tumor de mama é através do exame clínico, com a apalpação da glândula mamária. “Às vezes, o tutor já vem com o paciente ao consultório com o diagnóstico. Por que? Porque ele apalpou, observou alguns nódulos nas glândulas mamárias. Geralmente, esses nódulos são indolores e variam de tamanho.”

Evolução do tumor
O aparecimento do tumor na mama varia de poucos dias a alguns meses. De acordo com dr. Ronivan, aqueles com pouco tempo de evolução são os mais agressivos e o de pior prognóstico. Se o proprietário percebeu um nódulo há pouco tempo, que está inflamado e evoluindo rapidamente, o grau de malignidade é maior. Pode apresentar secreção mamilar, dor, erosão e ulcerações na pele do nódulo. Há ainda os sinais clínicos, como tosse, cansaço ou emagrecimento; quando está nesse estágio, pode ser um caso de câncer de mama evoluído, já com metástase, que pode ter atingido um órgão interno, como pulmão e fígado.

Após diagnosticado e localizado esse nódulo, o médico veterinário planeja o tratamento. É preciso avaliar esse tumor e classificar em que estágio está. Pode ser tumor primário, localizado só nas glândulas mamárias; pode já ter acometido as glândulas mamárias e os linfonodos regionais; ou pode estar num estágio mais avançado e atingido outros órgãos, que são as metástases a distância. O médico veterinário avalia o estágio para instituir um tratamento, que normalmente é a cirurgia, sendo feita a mastectomia total ou unilateral, dependendo da quantidade de nódulos e dependendo do acometimento.

“Fazemos um planejamento cirúrgico e, geralmente, removemos – dependendo do estágio do tumor – os linfonodos regionais, pra evitar possíveis metástases e até para avaliação de que estágio está esse tumor. Fazemos a cirurgia com margens de segurança, pra evitar resquício de células neoplásicas e, após essa avaliação, também há possibilidade de quimioterapia. Cada caso é um caso.” A quimioterapia é usada na medicina veterinária, mas apresenta efeitos colaterais, por isso é conversado com o proprietário para definir se será usada ou não. O mais usual ainda é o tratamento cirúrgico.

Prevenção
A visita regular ao veterinário, pelo menos a cada seis meses, é uma forma de prevenir. “Quando for fazer as vacinações ou por outro motivo de consulta, o proprietário deve pedir uma avaliação das glândulas mamárias. A prevenção é feita através do exame clínico. Na medicina veterinária, a gente não têm métodos de diagnóstico preventivo através de imagens, como é feito em mulheres, através da mamografia.”

Segundo dr. Ronivan, a prevenção é feita através do exame clínico regularmente. O próprio proprietário pode fazer a apalpação para detecção de nódulos. Outra forma de prevenir é através da castração, sendo que a probabilidade de desenvolver a doença é maior em cadelas e gatas não cadastradas ou castradas tardiamente.

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