5.9 C
Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

A primeira ata do Marrecas Clube é de 18 de maio de 1981

Entre os fundadores, estava o prefeito João Arruda.

Sérgio Galvão, primeiro presidente, com o primeiro livro de atas do Marrecas Clube.

“Aos dezoito dias do mês de maio de um mil novecentos e oitenta e um…” Dia 18 de maio de 1981, portanto exatos 40 anos atrás, reuniam-se 21 pessoas para criar o Marrecas Clube, que já tinha, além do nome, o estatuto definido, aprovado naquela data. Surgia da incorporação dos clubes Barro Preto, Real e União. A primeira reunião, realizada nas dependências do Barro Preto, foi presidida por Antonio Ireno Anguinoni. “Dando início aos trabalhos, o senhor presidente da sessão falou sobre a importância de uma entidade social, que venha a preencher as necessidades da comunidade beltronense, e que possibilite a incorporação das sociedades já existentes”.

A primeira diretoria já estava definida, foi eleita por aclamação:
Presidente, Sérgio Vitalino Galvão
Vice-presidente, Arlindo E. Scheuer
Secretário, Lincoln Coelho de Souza
2º secretário, Itacir Ismael Spiller
Tesoureiro, José Clélio Netto
2º tesoureiro, Valdemar Salvatti
Demais participantes da reunião de fundação:
Sérgio Úrio
Hermes Anguinoni
Álbio StüppLaurentino Risso
Alcides Zanchetin
Benedito (Benê) Dana
Danilo Biazus
Edegar Poli
Névio Úrio
Dalvino Denardin
Idemar Anghinoni
José Alberto Seleski
José Alberi Barcelos de Souza
João Batista de Arruda (prefeito)

[relacionadas]
Terreno comprado em quatro pagamentos, hoje seria uma pechincha
Um trabalho da primeira diretoria foi vender as sedes dos clubes fundadores e construir sede nova num terreno também novo. A primeira compra ocorreu dia 24 de outubro de 1981. Uma área de 24.312 metros quadrados, onde está a portaria, o ginásio de esportes e as piscinas. A área foi comprada do Delvino Campagnolo, por Cr$ 2 milhões, em quatro pagamentos de 500 mil. 

- Publicidade -

Pra se ter uma ideia do valor pago, o salário mínimo de maio de 1981 era de Cr$ 8.464,8 e em novembro passava para Cr$ 11.928,00 (o reajuste do mínimo era semestral). Em valores atuais, teríamos um mínimo de R$ 184.437 (salário de maio de 81, 8.464,80, multiplicado pelos atuais R$ 1.100,00) e um máximo de R$ 260.040. Por um alqueire de terra que, dividido em lotes de 500 metros, daria 48 lotes. Hoje, com 260 mil não se compra um lote naquela área, que está totalmente urbanizada e naquele tempo ficava praticamente fora da cidade, da Marel, por exemplo, não tinha nada lá.

Sérgio Galvão, o primeiro presidente, conta a históriaSérgio Galvão foi o primeiro presidente do Marrecas Clube e continuou sempre ligado. Ele fala como surgiu o Clube.

Como começou? Lembra o primeiro dia que falaram de formar um novo clube?
Sérgio –
Na verdade, a discussão em torno do Marrecas Clube começou no ano de 78. Outras tentativas foram feitas antes, pra juntar os clubes antigos que estavam, vamos dizer assim, falidos, praticamente se deteriorando, como era o caso do Real, do Clube Social União e o Barro Preto. Esse clubes estavam todos desativados, não tinham mensalidade, enfim, eram clubes sem estruturação pra progredir. Já tinham tentado, umas épocas, fazer esse acerto dos clubes pra criar uma entidade mais forte. Aí, em 78, acabei virando, no meu caso, presidente do Barro Preto e começamos um trabalho com um grupo grande, de 20/30 pessoas, em relação de criar uma entidade que pegasse esses patrimônios que citei anteriormente e juntasse esses pra fazer um clube mais forte. E foi o que aconteceu. Aí, começamos o trabalho de reorganizar o Barro Preto, o União Social, um outro grupo reorganizou o Real, outro grupo também reorganizou o Clube Recreativo União. Demoramos três anos.

Depois de todos eles organizadinhos, com seus sócios certinhos, organizados e tal, houve a ideia de fazer uma entidade que juntasse esses clubes. Não vou citar nomes de nenhuma pessoa, porque temos a primeira ata de fundação do Marrecas, em 18 de maio de 1981; naquela oportunidade tinha 21 pessoas e eles estão todos nessa ata aqui. Esse pessoal todo trabalhou cada um nas suas entidades e chegou num momento, no dia 18 de maio de 81, numa reunião ali na Sociedade Barro Preto, que era um clube com ginásio de madeira, teve uma reunião e surgiu a fundação do Marrecas Clube. Fundado o Marrecas, fizemos o registro, enfim e, na sequência, todos os clubes que citei fizeram uma assembleia autorizando a doação de seus patrimônios pro Marrecas Clube, com encargos de que o Marrecas intitulasse eles com títulos do Marrecas. E o Marrecas Clube fez uma assembleia autorizando, concordando em receber os patrimônios e com o compromisso de titular como seus os sócios dos outros clubes.

Me lembro que alguns eram 1.501 sócios, outros era 250 sócios, outros era 300 sócios. Sei que o Marrecas nasceu com, se não me engano, quase 700 sócios, tantos do Barro Preto, tantos do Real, tantos do União. Aí, o Marrecas teve um prazo, titulou todos esses sócios e essas entidades passaram as escrituras pro Marrecas Clube. Assim nasceu o Marrecas. Um trabalho muito bem coordenado, com um grupo forte que trabalhava com nós e o prefeito na época era o João Arruda, ele incentivou muito isso e depois veio o Guiomar Lopes, que continuou incentivado. Não foi uma fusão, mas uma incorporação de entidades. Procurando-se localizar o local pra construir o Marrecas, foi visto diversos locais: lá no Cristo Rei, lá no Parque de Exposição, lá perto da Carbraz. Aí, surgiu essa área aqui, onde tá o Marrecas hoje, no Bairro Alvorada; essa foi comprada por R$ 2 milhões – inclusive, parcelado em quatro parcelas de R$ 500 – e o Marrecas não tinha vendido nada de seu patrimônio que tinha recebido e foi através de títulos e vendas de títulos, mensalidades que foi comprada a primeira área lá embaixo e já começado a se trabalhar.

Aí, veio a primeira piscina, o primeiro campo de suíço, a segunda piscina em 1983, o restaurante. Aí, a sequência de diretorias e estruturando aquela sede. Teve mais um episódio: tivemos a venda do Barro Preto – quem comprou foi o Angelin Maronesi, da Pampeana, – e com esse dinheiro foi investido em áreas e no ginásio de esportes. Depois, foi negociado o Real, que era aqui na Cantelmo, onde tem o Real Center, foi vendido pra Prefeitura, onde virou um teatro municipal. Com esse recurso também foi investido lá embaixo e tal. O Clube Recreativo União – que virou Marrecas aqui na sede – foi mantido e restaurado em 88, foi feito até uma rifa de um apartamento no Ilha do Mel pra angariar recursos e foi feita aquela baita restauração. Depois foi se desgastando e tá desativado, tá pra ser vendido.

O Clube Marrecas teve uma história muito longa, um grupo muito forte trabalhava ali, era o pessoal das entidades de Beltrão. Tinha o Lincoln, do cartório, que foi peça fundamental pra nós, ele era o carro-chefe no esquema de documentação, fazer as atas, como encaminhava as escrituras. Então, foi uma coisa muito bem feitinha, bem amarrada, bem séria. Tivemos o Seo Arlindo Scheuer, da Marel, que foi o primeiro vice-presidente, também uma pessoa muito firme, gostava disso. Então, a gente trabalhou muito nesse período e, nesta terça-feira, 40 anos.

[banner=100081]
Passados os 40 anos, na sua visão, qual é o ponto forte do Marrecas que deu certo e é um dos clubes mais estruturados do Sudoeste e do interior do Paraná.
Eu acho que primeiro ele começou com um pessoal com objetivo. Beltrão estava com a Ajub que era um clube menorzinho, praticamente do Nossa Senhora Aparecida; tinha surgido um pouquinho antes o Santa Fé, mas lá fora. Aí, tinha que surgir uma entidade mais ou menos no meio campo, mas tinha que ser bem localizada. Levamos sorte de ela estar no Bairro Alvorada. O ponto mais forte ali foi fazer as piscinas na arrancada, os campos de suíço, e começou. São pontos de não muita distância da cidade e o pessoal, as diretorias, conselho, pegaram junto, esse foi o ponto forte, não tinha aquela discussão, aquela briga de querer ser uma coisa, era algo bem orquestrado. Tanto que, se você pega as primeiras diretorias, dos primeiros dez anos, foi uma repetição da primeira – o vice passou a presidente e vice-versa; todo mundo trabalhou junto, um longo período.

Até hoje, só teve duas disputas de bate-chapa e a gente evita bate-chapa. A gente tenta, que nem recentemente, no sábado, teve uma eleição lá e de novo estava se desenhando um bate-chapa, mas acabou chapa única. Inclusive, a gente estava tentando ter uma mulher nos 40 anos, que é a Elis, do IAP. Se houvesse bate-chapa, ela seria a terceira via pra nós, mas aí fomos conversando com o pessoal, falando “olha, eu acho que o Rafael nesses dois anos…, conseguiu trabalhar oito mêses, por causa da pandemia, né?” Ele diz “ó, eu tô a fim de continuar mais dois anos”, aí trouxemos ela pra vice. Tá preparando uma juventude ali, agora: que nem já entrou mais o Rodrigo, na secretaria, o Oberdan na secretaria, o Igor é um piá novo, ficou de tesoureiro, junto com o Jesuíno. É um pessoal sério, que se confia. O forte do Marrecas sempre foi um pessoal que levou a sério a entidade. E outro ponto forte do Marrecas sempre foi o Conselho Deliberativo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques