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Francisco Beltrão
terça-feira, 03 de junho de 2025

Edição 8.218

04/06/2025

A voz do rei Roberto Carlos nas rádios

Prestes a completar 80 anos, Roberto Carlos é relembrado por radialistas da região em histórias que misturam suas músicas com um romantismo inesquecível.

Entre 1981 e 1986, o radialista Lazaro da Rosa comandava o programa “Encontro com o Rei”, na Rádio Clube de Realeza.

Era no programa “Encontro com o Rei” que o radialista Lazaro da Rosa ouvia inúmeras historias apaixonantes. Ao ar nas noites dos anos 1981 a 1986, a música “Detalhes” figurava nas mais pedidas da programação da Rádio Clube de Realeza, mas nas memórias do radialista são os versos “eu te proponho, nós nos amarmos, nos entregarmos, neste momento, tudo lá fora, deixar ficar” que ficaram gravados.

“Um rapaz pedia sempre a mesma canção para oferecer à namorada, um dia perguntei por que, me disse que não tinha coragem de dizer pra ela o que queria e que a música falava tudo. A música era Proposta. Mais uma linda canção do rei”, conta.

Prestes a completar 80 anos, na segunda-feira, 19, Roberto Carlos marcou gerações com suas músicas, que ainda são lembradas por se confundirem com a história de muitas pessoas. Nas rádios da região ela teve um espaço crucial e, mesmo que o tempo tenha abafado suas canções entre as mais tocadas, a obra de Roberto Carlos sempre persistirá entre as maiores que já existiram.

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Naqueles anos do programa, Lazaro lembra ainda de inúmeras vezes em que casais ligavam ao programa para prestar homenagens e das cartas recebidas para serem lidas com o fundo musical do Roberto Carlos. “As músicas do rei sempre estiveram presentes nas grandes histórias de amor”, frisa.

O programa não existe mais hoje, porém não há vez em que pelo menos uma das canções dele apareça na programação voltada a músicas antigas.

A voz do rei também marcou a inauguração de uma nova rádio. Adair De Toni, coordenador da Rádio Onda Sul de Francisco Beltrão conta que, em 1984, quando ainda estava na Rádio Educadora, foi lançada uma promoção envolvendo as músicas de Roberto Carlos. Na época estavam por colocar ao ar, em fase experimental, a Rádio Continental, de Beltrão, e foi desafiado aos ouvintes adivinharem qual música dele seria a primeira tocada na programação.

“A promoção ficou no ar por uns 15 dias e os ouvintes mandavam cartas tentando adivinhar qual música do Roberto Carlos que tocaria. Pois bem. Chegou o dia tão esperado para fazer o teste, para testar o transmissor da rádio, e a música do Roberto Carlos escolhida foi “Você não sabe”, que era uma música anterior, do ano de 1983. Resultado das cartas recebidas: nenhuma acertou. E depois quando a emissora recebeu autorização para operar em caráter definitivo, a música escolhida foi “Cavalgada” e essa, se não me engano, é de 1977”, conta.

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A partir dos anos 1980, período lembrado como início do auge do rei, Adair cita ainda que as mais tocadas eram “Café da manhã”, “Primeira vez”, seguidas por “Desabafo”, “A paz do seu sorriso” e “A guerra dos meninos”. “No Brasil faz algum tempo que não tem nada inédito do Roberto Carlos, mas em 2018 eu sei que ele lançou um CD em espanhol. Hoje parece que o romantismo está meio esquecido. As emissoras de rádio estão tocando um pouco na sua grade de programação musical. Mas para um cantor brasileiro chegar ao nível do Roberto Carlos vai demorar ainda muito tempo”, defende De Toni.

 

Eder Romani é radialista na Rádio cidade FM.

Nova geração
A nova geração do rádio já não viveu a experiência do grande espaço e impactos do rei. Embora conheça sua trajetória, as experiências nas ondas sonoras são diferentes, sobretudo pela ascensão da música comercial.

Nos últimos 11 anos em que trabalhou como radialista, Eder Romani, da Rádio Cidade FM, de Eneas Marques, não se recorda de colocar a música do rei em suas programações. Mas o motivo está no estilo de suas programações, voltadas à música sertaneja e gaúcha.

Mesmo Eder não sendo um fã de sua obra, reconhece a trajetória meteórica de alguém que teve seu auge entre os anos 70 e 80, conquistando um público fiel que, com ele, também comemora seu aniversário. “[Suas músicas são] lembranças de um tempo bom… Aonde as dificuldades em geral eram maiores e as músicas do rei, muitas vezes, eram uma espécie de combustível pra dar ânimo aos nossos pais e avós”, diz.

Para toda essa trajetória ainda está a célebre frase, que ecoa em todos os ouvidos que já tiveram contato com o rei e que retratam da melhor forma o 80º aniversário de Roberto Carlos: “Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”.

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