19.6 C
Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Abertura da União da Vitória fez parte de um grande projeto de planificação da cidade

Planejamento foi feito na gestão do prefeito Deni Schwartz, entre 1969 e 1972.

Na 1ª Fenafe (dezembro de 1967), tinha somente a Estrada do Jacaré (atual Rua Londrina). A União da Vitória, que passa à esquerda do Colégio Estadual Beatriz Biavatti
(primeiro prédio à esquerda, no inferior da foto) nem existia.

A União da Vitória foi aberta na gestão do prefeito Deni Schwartz (1969-1972), que hoje reside ao lado da Usina Hidrelétrica Salto Caxias, no interior de Nova Prata do Iguaçu. Ele começa dizendo que não foi ele quem deu o nome à rua, que é uma homenagem a sua terra natal. De fato, a União da Vitória recebeu este nome junto com as demais que homenageiam municípios paranaenses, como Curitiba, Palmas, Maringá, Clevelândia. Uma verdade, porém, é que antes da gestão de Deni Schwartz a União da Vitória não tinha mais que cinco quadras.

Saía da Otaviano Teixeira dos Santos e era transitável somente até o Rio Lonqueador. Dali em diante havia uma estrada que seguia para o Jacaré, dobrando à direita (a atual Rua Londrina).Dr. Deni conta que a abertura da União da Vitória fez parte do projeto que mais ajudou a planificar (planejar) a cidade daquela época.

Foto atual de Deni Schwartz, com a esposa, Elair, em sua propriedade de Nova Prata do Iguaçu, ao lado da Usina de Salto Caxias.

Como prefeito, ele conseguiu, no Departamento Nacional de Obras e Saneamento, com o apoio do Getsop (Grupo Executivo para as Terras do Sudoeste do Paraná), uma draga que foi utilizada “por mais de um ano”, para canalizar vários cursos-d’água, como o Córrego da Piscina, aquele que vem do morro da antiga sede da Ajub. Jovens da cidade que estudavam em Curitiba voltavam de férias cheios de planos.

- Publicidade -

Aí surgiu, na Ajub (Associação da Juventude Beltronense), a primeira piscina de clube da cidade e daí o nome Córrego da Piscina. Dr. Deni conta que aquele córrego também era todo cheio de curvas. Próximo ao Estádio Anilado, tinha um bar e o dono represou a água e criava peixes. Aquele córrego foi todo “endireitado” e, com o tempo, encamisado, tanto que muita gente nem sabe que passa por ali um pequeno rio, que vai desaguar no Marrecas, próximo à ponte do quartel, na Avenida Júlio Assis. Trabalho semelhante foi feito com a draga nos riachos do DER e do São Miguel. E mais o Lonqueador.

Dr. Deni conta que a Prefeitura não tinha engenheiro (somente ele) e as obras eram comandadas por Roberto Grando; Cassimiro Givulski era carpinteiro. Para abrir a União da Vitória, foi necessário reconstruir a ponte do Lonqueador, de madeira. Nessa obra, lembra dr. Deni, o Cassimiro sofreu um acidente e o ferimento numa perna o deixou com dificuldade para locomoção.

Protestos contra os pescadores
Dr. Deni afirma que a abertura da União da Vitória só foi possível após a retificação do Lonqueador. “Ali era uma região que alagava muito, era um verdadeiro banhado, por isso nunca se conseguiu, antes, abrir as ruas naquele entorno. O Lonqueador, pelo próprio nome, era um rio que serpenteava, uma verdadeira cobra que pegava de um lado a chamada Invernada do Faedo, onde hoje está o Ítalo e que era ainda tudo mato, e no outro lado ele inundava até onde hoje é a União da Vitória. Era um riacho todo cheio de entulhos e árvores caídas; quando chovia, ele se estendia.”Foram tempos de muita chuva, o Lonqueador não é rio de muita água, mas naquelas curvas formavam-se poços, ou “espécies de lagos, e dali vieram protestos da moçada que ia pegar bagre, o rio não era tão poluído”, conta, rindo, dr. Deni.

Indenizações?
Não houve necessidade de indenizar, segundo dr. Deni, porque já havia o traçado da rua. Apenas teve que conversar com quem tinha feito roças em alguns trechos e com o dono de uma casa que estava em local inadequado. “Ficava muito complicado pro dono, tive que conversar bastante, acabei sendo padrinho de uma filha dele, a Dirce, que hoje trabalha com o dr. Lúcio. Mas não teve necessidade de indenização, o que o povo queria era o progresso.”

Os trechos alagáveis da rua foram aterrados, depois cada proprietário foi aterrando seus lotes. A rua era de chão, “levantava um poeirão, mas coisa gostosa, depois, era tomar banho, a água ficava mais vermelha que aquela do Marrecas”, emenda dr. Deni, sempre bem-humorado.Logo depois da abertura da rua também veio a água encanada, outra marca importante da administração do dr. Deni. A obra de abastecimento de água foi iniciada pelo prefeito Antonio de Paiva Cantelmo na gestão 65/68 e concluída na gestão Deni Schwartz.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques