Planejamento foi feito na gestão do prefeito Deni Schwartz, entre 1969 e 1972.

(primeiro prédio à esquerda, no inferior da foto) nem existia.
A União da Vitória foi aberta na gestão do prefeito Deni Schwartz (1969-1972), que hoje reside ao lado da Usina Hidrelétrica Salto Caxias, no interior de Nova Prata do Iguaçu. Ele começa dizendo que não foi ele quem deu o nome à rua, que é uma homenagem a sua terra natal. De fato, a União da Vitória recebeu este nome junto com as demais que homenageiam municípios paranaenses, como Curitiba, Palmas, Maringá, Clevelândia. Uma verdade, porém, é que antes da gestão de Deni Schwartz a União da Vitória não tinha mais que cinco quadras.
Saía da Otaviano Teixeira dos Santos e era transitável somente até o Rio Lonqueador. Dali em diante havia uma estrada que seguia para o Jacaré, dobrando à direita (a atual Rua Londrina).Dr. Deni conta que a abertura da União da Vitória fez parte do projeto que mais ajudou a planificar (planejar) a cidade daquela época.

Como prefeito, ele conseguiu, no Departamento Nacional de Obras e Saneamento, com o apoio do Getsop (Grupo Executivo para as Terras do Sudoeste do Paraná), uma draga que foi utilizada “por mais de um ano”, para canalizar vários cursos-d’água, como o Córrego da Piscina, aquele que vem do morro da antiga sede da Ajub. Jovens da cidade que estudavam em Curitiba voltavam de férias cheios de planos.
Aí surgiu, na Ajub (Associação da Juventude Beltronense), a primeira piscina de clube da cidade e daí o nome Córrego da Piscina. Dr. Deni conta que aquele córrego também era todo cheio de curvas. Próximo ao Estádio Anilado, tinha um bar e o dono represou a água e criava peixes. Aquele córrego foi todo “endireitado” e, com o tempo, encamisado, tanto que muita gente nem sabe que passa por ali um pequeno rio, que vai desaguar no Marrecas, próximo à ponte do quartel, na Avenida Júlio Assis. Trabalho semelhante foi feito com a draga nos riachos do DER e do São Miguel. E mais o Lonqueador.
Dr. Deni conta que a Prefeitura não tinha engenheiro (somente ele) e as obras eram comandadas por Roberto Grando; Cassimiro Givulski era carpinteiro. Para abrir a União da Vitória, foi necessário reconstruir a ponte do Lonqueador, de madeira. Nessa obra, lembra dr. Deni, o Cassimiro sofreu um acidente e o ferimento numa perna o deixou com dificuldade para locomoção.
Protestos contra os pescadores
Dr. Deni afirma que a abertura da União da Vitória só foi possível após a retificação do Lonqueador. “Ali era uma região que alagava muito, era um verdadeiro banhado, por isso nunca se conseguiu, antes, abrir as ruas naquele entorno. O Lonqueador, pelo próprio nome, era um rio que serpenteava, uma verdadeira cobra que pegava de um lado a chamada Invernada do Faedo, onde hoje está o Ítalo e que era ainda tudo mato, e no outro lado ele inundava até onde hoje é a União da Vitória. Era um riacho todo cheio de entulhos e árvores caídas; quando chovia, ele se estendia.”Foram tempos de muita chuva, o Lonqueador não é rio de muita água, mas naquelas curvas formavam-se poços, ou “espécies de lagos, e dali vieram protestos da moçada que ia pegar bagre, o rio não era tão poluído”, conta, rindo, dr. Deni.
Indenizações?
Não houve necessidade de indenizar, segundo dr. Deni, porque já havia o traçado da rua. Apenas teve que conversar com quem tinha feito roças em alguns trechos e com o dono de uma casa que estava em local inadequado. “Ficava muito complicado pro dono, tive que conversar bastante, acabei sendo padrinho de uma filha dele, a Dirce, que hoje trabalha com o dr. Lúcio. Mas não teve necessidade de indenização, o que o povo queria era o progresso.”
Os trechos alagáveis da rua foram aterrados, depois cada proprietário foi aterrando seus lotes. A rua era de chão, “levantava um poeirão, mas coisa gostosa, depois, era tomar banho, a água ficava mais vermelha que aquela do Marrecas”, emenda dr. Deni, sempre bem-humorado.Logo depois da abertura da rua também veio a água encanada, outra marca importante da administração do dr. Deni. A obra de abastecimento de água foi iniciada pelo prefeito Antonio de Paiva Cantelmo na gestão 65/68 e concluída na gestão Deni Schwartz.